Boutades…
Boutades…É como os franceses costumam se referir a manifestações bonitas na aparência, mas pobres e irrelevantes, ou, se preferirem, o tal do “me engana que eu gosto…”.
Assim, e numa live semana atrás, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, por um brilhareco circunstancial, protagonizou uma pobre e lamentável Boutade.
Disse que hoje, a instituição que dirige, “coloca questões ambientais e sociais acima do lucro financeiro”… Simplesmente patético e mentiroso.
1 – Erro – não se trata de colocar acima ou abaixo. Sem lucro não se faz absolutamente nada e empresas não existem. Muito menos se consegue os recursos para proteger e cuidar do ambiente. Portanto, afirmações e comparações descabíveis, patéticas, mentirosas. Sem lucro o BNDES fecha as portas.
2 – Impossibilidade absoluta – O lucro tem um caminho próprio e específico. E assim, todos os compromissos sociais e ambientais precisam ser tratados simultaneamente. Não se trata de uma situação de emergência ou pandemia onde alguns acreditam ser necessário primeiro cuidar do isolamento, e depois preocupar-se com a economia. Com o que discordamos radicalmente. Como é uma situação de realidade, o desafio tem que ser enfrentado simultaneamente e por igual. Sem lucro, uma empresa deixa de existir, e assim, todos os compromissos sociais e ambientais vão para o espaço.
Como estava junto, e para não ficar atrás, o presidente da XP, Guilherme Benchimol não deixou por menos e reforçou a Boutade: “Temos que entender que todos somos responsáveis e não apenas o governo sozinho…”.
Idealmente deveria ter se contraposto ao presidente do BNDES. Mas, se lhe faltou coragem e verdade para tanto, melhor seria ter mantido a boca fechada.
Enquanto não tivermos a coragem e dignidade de dizer e colocar o que tem que ser dito, de enfrentar os desafios da vida e da realidade, continuaremos destruindo nosso patrimônio natural. Mas, as pessoas adoram esmerar-se na produção de infinitas Boutades.
A ordem é esta. Não existe outra. Primeiro um maluco, em nosso país dadas às dificuldades, o ambiente inóspito, e o cipoal de normas, leis e regulamentos, decide empreender. No início sozinho, na sequência e se bem-sucedido, começa a crescer, gerar empregos, pagar impostos, e com o dinheiro dos impostos o Estado passa a ter recursos para atender e cumprir sua responsabilidade. Não existe outra ordem, caminho ou sequência.
Sem empresas rentáveis e prósperas, o patrimônio natural dos países continuará sendo destruído. Por total e absoluta falta de recursos. Apenas isso. Tão simples quanto. Mas as pessoas insistem em acreditar que dinheiro brota em árvore…
Frutas e flores brotam desde que as árvores sejam cuidadas, que tenham pessoas capazes de colhê-las, acondicioná-las, vendê-las, gerando riquezas, empregos, impostos, e o dinheiro necessário para preservarmos o patrimônio natural.
Fora disso, tudo é me engana que eu gosto. Tem quem goste…