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Virgin. Veio, não decolou, partiu, voltou e agora vai… Voar!

O ano era 2020. Quem diria o que estava por acontecer. Richard Branson ensaiou bastante, pesquisou mais ainda, antes de decidir trazer uma de suas mais de 100 empresas que levam o nome Virgin em sua denominação para o Brasil. A empresa aérea Virgin Atlantic. Mas, e finalmente, decidiu que a hora era chegada, 2020, e começou a se estruturar para um primeiro voo. Tudo preparado o primeiro voo seria no mês de março de 2020. Passagens começaram a ser vendidas, o tempo foi ficando encoberto, uma tal de Covid-19 foi tomando todo o espaço na mídia, e na vida das pessoas, e, dias antes da primeira decolagem uma espécie de circo montado pela Virgin, sem nem mesmo ter dado um primeiro voo, decidiu desistir, baixar a lona, e partir. Prometendo voltar um pouco mais adiante. E assim, a Virgin, e naquele momento, entrou para a história como a primeira empresa aérea que anunciou, vendeu passagens, instalou-se, e desistiu, sem realizar num único voo. No dia 17 de abril de 2020, e em release enviado à imprensa do país, a Virgin dizia, conforme publicado nos principais jornais, que, “a Virgin Atlantic desistiu de voar ao Brasil. Começaria seus voos em março, teve que adiar o lançamento devido à pandemia, e agora cancela em definitivo os serviços aéreos entre Londres e São Paulo. O primeiro voo previsto para 6 de outubro está cancelado”. E, falando pela empresa, seu porta voz disse, “Cancelar uma rota nunca é uma decisão fácil, e gostaríamos de agradecer a nossos clientes, nossos parceiros comerciais e de mídia, e acima de tudo nossa equipe em São Paulo por trabalhar tanto para nos apoiar nos últimos meses. São Paulo é uma cidade fantástica e estamos extremamente desapontados por não estarmos mais lançando o voo neste momento”. E, ato contínuo, desmontou “o circo”, e partiu, mas, prometendo voltar. Com um número 0800 para resolver o encaminhamento dos clientes que tinham comprado passagem para os primeiros voos. Corta para agosto 2023, e a Virgin, de novo, anunciando-se no Brasil, e com voos regulares para Londres: “São Paulo é muito importante para a estratégia da Virgin Atlantic e marca a entrada na América do Sul. Queremos nos firmar por aqui e crescer em outras regiões…”, Justin Bell, diretor responsável pela Virgin Atlantic em nosso país. Assim como todas as demais empresas aéreas, a Virgin foi ferida mortalmente pela Covid. O segredo de algum sucesso no quase impossível negócio da aviação comercial em todo o mundo é único e converteu-se em mantra: manter os aviões no ar e voando pelo maior tempo possível, ou, avião em terra é certeza de prejuízo. E durante a pandemia, e como é do conhecimento de todos, todos os aviões foram colocados de castigo, sem poder voar, por meses… E as empresas aéreas, todas, esvaindo-se em sangue pela impossibilidade absoluta de realizar qualquer tipo de receita, mas com as despesas mensais batendo à porta no final de cada mês, muito especialmente, as do leasing de suas aeronaves… Ao se despedir dos jornalistas, e confirmar os primeiros voos São Paulo-Londres, Bell informou que existe, finalmente, uma possibilidade de resultados econômicos positivos para 2024. Em 2022, já com a pandemia quase sob controle, a Virgin, assim como todas as demais empresas aéreas seguiu registrando prejuízos. Mais de £200 milhões… Assim, e finalmente, depois de desistir sem mesmo ter realizado um único voo, a Virgin retorna ao Brasil devendo decolar com seu primeiro voo no mês de maio de 2024. Voo diário, ligando Guarulhos SP ao Heathrow, Londres. Salvo prova em contrário, e suporte, ajuda e socorro dos governos, o negócio da aviação comercial segue sendo, de longe e dentre todos os demais, o mais arriscado. Mas, sempre algum maluco beleza, abarrotado de sonhos e alegria, como o genial Richard Branson, tentará provar o contrário… Boa Sorte, Virgin!