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Positivo Tecnologia: um retrato mais que revelador para nosso País

Com mais de 30 anos de existência, a Positivo Tecnologia surgiu em 1989, em Curitiba, para fabricar e vender computadores às escolas do Grupo Positivo e às escolas usuárias do sistema de ensino Positivo. Nos anos seguintes, passou a fornecer computadores e soluções de informática para empresas e instituições do poder público, por meio de licitações. A empresa foi crescendo e expandindo seus negócios ao longo dos anos, fruto de um pensamento empreendedor do seu fundador Hélio Rotenberg e da equipe de profissionais que se dedicaram aos negócios da companhia. Corta para 2021, em uma entrevista da maior importância, histórica mesmo, concedida por Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Tecnologia, maior fabricante nacional de computadores pessoais, e uma das maiores empresas do mundo desse território. Embora o objetivo da entrevista, conduzida primorosamente pela jornalista Daniele Madureira, não fosse esse, através das palavras de Hélio vamos tomando conhecimento da triste realidade de um dos braços essenciais de um brasil digital que, em caráter de urgência urgentíssima precisamos construir. Separei aqueles que, em meu entendimento, encerram os melhores e históricos momentos: ‒ Primeira constatação ‒ Logo na abertura da entrevista, e ao falar das transformações decorrentes da pandemia, e aproveitando-se do fato dele falar com o computador aberto, e o mesmo acontecer com Daniele, disse, “A redescoberta dos computadores foi a primeira grande mudança de comportamento. Agora, por exemplo, estamos fazendo esta entrevista de dois notebooks, o seu e o meu. A interface de uma tela maior é muito melhor que a de um smartphone…”. E continua Hélio, “O consumidor redescobriu o ‘personal’ do ‘computer’. Quando a gente percebeu que teria que permanecer mais tempo em casa, trabalhando, estudando e se divertindo, e até fazendo consultas médicas, houve uma grande explosão na demanda por notebooks. E, também por desktops, ainda que em menor número…”. O que a pandemia mudou no comportamento das pessoas em relação aos gadgets ‒ “Na medida em que crescia a venda de smartphones, decrescia a venda de computadores. Isso desde 2011 em nosso país. E assim seguiria não fosse a pandemia. Pessoas todas com um smartphone, e um computador para a família… Mas, e com a pandemia, todos disputando um mesmo e único computador. Conclusão, até notebooks velhos e esquecidos em fundos de gaveta foram ressuscitados. Em paralelo, empresas correram para melhor equipar seus profissionais trabalhando de casa. Conclusão, e em decorrência da pandemia, o computador voltou a ser pessoal.” O que aconteceu com as vendas ‒ “O mercado mundial de computadores, que envolve notebooks e desktops, registrou um pico em 2011, de 365 milhões de unidades. E a partir daí começou a cair até 260 milhões de unidades em 2015. Em 2021 voltou ao patamar de 370 milhões de unidades. Já no Brasil, o pico foi de 16 milhões de unidades em 2011. Batemos no fundo do poço em 2015, com 4,5 milhões de unidades, uma queda de 72%. Tudo indica que chegaremos próximos dos 7 milhões. Mesmo com a pandemia, ainda muito distante do pico em decorrência da crise econômica dos últimos anos que feriu gravemente a classe média brasileira…”. ‒ A POSITIVO e suas três marcas: Positivo, Vaio e, Compaq ‒ “Tínhamos a marca Positivo como marca de entrada. Preços mais acessíveis. Mas constatamos a resistência à marca Positivo para produtos com maiores valores agregados. Assim, no mês de abril, incorporamos a marca Compaq no Brasil. É uma marca da HP, mas licenciada no Brasil para nós. Simultaneamente licenciamos a marca Vaio da Sony para o Brasil. Assim e hoje segue Positivo como marca de entrada, Compaq como marca intermediária, e Vaio, marca premium… Traduzindo no valor do ticket, Positivo entre R$2 e R$3 mil, Compaq entre R$2,8 e R$3,5 mil, e Vaio a partir de R$3,5/4 mil… Futuro e perspectivas ‒ “Todas as principais instituições de pesquisa são unânimes em afirmar que não haverá uma queda. O computador ascendeu a um novo patamar de consumo. O trabalho será híbrido na sua grande maioria. O que torna o notebook um elemento fundamental. Por outro lado, aprendeu-se que o ensino online é mais econômico e mais fácil para a maioria dos estudantes, especialmente os universitários. E por outro lado, ainda, as consultas médicas agora podem e são, cada vez mais, feitas online. Isso posto, o nível que alcançamos agora tende a prevalecer daqui para frente…”. Hoje, a Positivo Tecnologia desenvolve, fabrica e comercializa computadores, celulares, tablets, dispositivos para ambientes conectados, servidores e demais produtos de infraestrutura de TI, além de acessórios, terminais inteligentes de pagamento e soluções integradas de tecnologia educacional. É isso, amigos. Poucas vezes em nossas vidas de consultores vimos uma entrevista revelar uma foto tão precisa dos caminhos em direção a uma nova realidade como essa. E, por outro lado, a maneira burra e inconsequente como o Brasil lidou com a tecnologia até hoje. Mais que na hora de construirmos, pra valer, o BRASIL DIGITAL. Ontem.
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Marcas soltas, ou, os sem marcas

Em decorrência de erros e acertos, ou de um melhor desempenho dos concorrentes, ou até mesmo de outras circunstâncias, Marcas de Valor, conhecidas, reconhecidas e respeitadas, vão ficando pelo caminho. E muitas dessas marcas, e que ainda possuem um residual de força e reconhecimento grande e consistente, significam ótimas oportunidades para alguns fabricantes. Os Sem Marcas. Meses atrás, com toda a pompa e circunstância, a Positivo lançou uma campanha onde fortalece sua parceria com duas das mais importantes marcas do território de computadores e notebooks: Compaq e Vaio. A Positivo começou como Grupo Educacional, no Paraná, no ano de 1972, e mais como um curso pré-vestibular. E, tendo em anexo, uma gráfica, a Posigraf. Em 1989 é criada a Positivo Informática, por iniciativa de Hélio Bruck Rotenberg, presidente do Grupo, que inicialmente produzia computadores para seus cursos, alunos, e mercado educacional. E a partir de então passa a produzir outros gadgets mais voltados para a educação. Em 2004 passa a vender PCs no varejo e, em menos de um ano, converte-se na maior fabricante de PCs do País. Abre o capital no ano de 2006, passa a fabricar placas-mãe em 2011, celebra parceria com outras empresas, e passa a vender seus produtos ‒ desktops, notebooks e tablets ‒ em outros países, começando pela Argentina, Chile e Uruguai. Na sequência, fabrica e vende smartphones, e, de quebra, um leitor de livros… Em 2017, assumiu e incorporou a sua denominação toda essa trajetória, rebatiza-se de Positivo Tecnologia. E desde então, e através de parceria e licenciamento de marcas, procura qualificar seus computadores somando-se às marcas Compaq e Vaio, na medida em que os computadores com a marca Positivo, por razões decorrentes de seu nascimento e posicionamento, ainda carregam e têm uma percepção de gadgets acessíveis e populares, e de preços baixos. Com a disrupção, com a nova economia, centenas de empresas ainda detentoras de marcas de qualidade, decidiram jogar a toalha, desistir de determinados territórios, mesmo com essas marcas permanecendo com elevados graus de conhecimento e percepção positiva. E assim, e para monetizar essas marcas, e mesmo desistindo desses produtos e mercados, cederam essas marcas a outras empresas e fabricantes, como procederam Sony e HP, e mediante contrato, as marcas Vaio e Compaq para a Positivo Tecnologia. Uma das maneiras de tirar ainda algum – ou muito ‒ leite de marcas vacas leiteiras a caminho da aposentadoria.