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Negócio

Um quadro de transformação

O mundo, em decorrência do tsunami tecnológico, já vinha passando por um processo radical de transformação. E aí, e com a pandemia, esse processo escalou, adicionando velocidade e pimenta na transformação. Em entrevista a Carlos Sambrana do NeoFeed, João Appolinário, Polishop, deu um depoimento emocionante sobre a aceleração no processo de mudanças. Segundo Appolinário, há anos vem acompanhando um fenômeno com lupa. Com a maior intensidade de uso das plataformas digitais todo o varejo vive momentos de enorme transformação. E, nessa transformação, a indústria, dia após dia, encontra-se mais próxima dos consumidores. Muitas vendendo direto e diminuindo a importância dos varejistas. Por essa razão, comenta Appolinário, passou a desenvolver marcas e produtos próprios. “Da mesma forma como procedem a Nike e a Apple”, diz João. Hoje, a Polishop reúne um portfólio com cinco marcas próprias. Genis, para equipamentos fitness, iCHEF para produtos gourmet, Viva, produtos de nutrição, Beemotion, beleza, e ainda Polishop para ventiladores e equipamentos de ar-condicionado, dentre outros. Ou seja, o meio do campo e a ponta de contato com o consumidor final completamente embolados. Todos chegando até lá. E tão cedo não existe nenhuma evidência que essa espécie de briga relativamente fraternal entre produtores e revendedores, entre indústria e comércio, venha a ter um fim. Mesmo porque, e com o advento dos marketplaces, a confusão é ainda maior, e, de repente, num mesmo canal, indústria e empresas de venda vendendo a mesma marca e o mesmo produto para um mesmo consumidor. Uma Polishop hoje, por exemplo, vende seus produtos marcas próprias, na Luiza, Via, Mercado Livre, Americanas. Nessa nova revolução porque passa a empresa que se converteu em referência pioneira em todo o mundo de uma nova forma e práticas de comercialização, a Polishop, hoje, e em sua última fotografia revela que 70% de suas vendas acontecem no analógico, e 30% no e-commerce. As lojas, todas localizadas em shopping centers estão se convertendo, também, em terminais de distribuição e entregas para os clientes mais próximos. Assim como toda a cadeia de valor que vai da indústria ao comércio, e que passa pelas diferentes possibilidades, todos, sem exceção, foram fortemente afetados pela pandemia, pela bagunça generalizada que determinou em todo o processo. Essa bagunça traduziu-se em poucas palavras: falta de produtos, preços elevados, e frete marítimo entre 3 a 6 vezes mais caro.
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 08/04/2022

JOÃO APPOLINÁRIO, POLISHOP, e as transformações radicais e de forma acelerada no comércio brasileiro em decorrência da pandemia.
Negócio

Lembram de Mário Quintana?

“Não me ajeito com os padres, com os críticos e os canudinhos de refresco; não há nada que substitua o sabor da comunicação direta…”, e nós, da Madia, acrescentaríamos, presencial, cara a cara, olhos nos olhos, e ainda juntaríamos aos versos de Nhô Pai, João Alves dos Santos, “Um abraço apertado, suspiro dobrado, de amor sem fim…”. Com exceção das milhares de empresas que vendem tranqueiras, todas as demais, que trabalham com produtos com valores inerentes e agregados em diferentes dimensões, e que se exponenciam no uso e nos serviços que esses produtos prestam, em algum momento terão que se revelar no ambiente analógico. Na verdadeira vida. E serem passíveis de encontros, conversas, conhecimento. Por essa razão que mesmo tendo nascido e sendo pioneiro das vendas a distância, há mais de 10 anos, o genial João Apollinário e sua Polishop seguem abrindo mais e mais lojas. Hoje já são 300 e vem mais pelo caminho. O grande disruptor e ponto de inflexão da história do vinho em nosso país, o Wine Club, que vem ensinando com competência e disciplina o brasileiro a conhecer e tomar vinho, a tal da catequese, e depois de muitos anos só pelo digital, agora vai abrindo suas lojas físicas. Depois de 12 anos só a distância, agora o Wine quer receber seus fiéis associados em suas lojas e estreitar e multiplicar ainda mais o relacionamento. O só a distância esgotou-se, chegou ao limite. No mês de outubro abriu sua quinta loja, no bairro de Moema, na zona sul da cidade de São Paulo. O Wine denomina essa sua estratégia de O2O – Online to Offline. E agora, e seguindo na mesma direção, o Grupo World Wine. Fazendo um movimento complementar. Nasceu no analógico, com lojas e caminhou para o digital, mas segue abrindo mais e mais lojas físicas… De tijolo, cimento, e muitos vinhos… Hoje já são 17 devendo chegar a 30 até o final de 2022. Juliana La Pastina, que comanda a World Wine, reforça a importância das lojas físicas, “Temos claro que as lojas são um importante espaço de convivência e relacionamento com nossos clientes”. E é isso mesmo. Só para negócios irrelevantes, quinquilharias e tralhas, e produtos absolutamente descartáveis, o relacionamento físico é desnecessário. Para todos os demais, que tenham um mínimo de ambição, e engatinhem pelo branding, em algum momento o encontro físico é essencial. Com gente é diferente. A distância é um porre. E até por isso, e assim que superarmos a pandemia, mais que na hora de voltarmos a nos reencontrar, e seguir o que nos ensinou Nhô Pai, João Alves dos Santos, na canção Beijinho Doce, Para sorrisos dobrados, abraços apertados e amores sem fim…