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Qual o sentido das auditorias

Semanas atrás compareceram a CPI da Câmara dos Deputados que investiga o caso Americanas, dois representantes de consagradas empresas de auditoria. PwC – PricewaterhouseCoopers, e da KPMG. Claro, não iriam reconhecer suas culpas, mas simplesmente negaram, ao depor, o sentido, a razão de ser das empresas de Auditoria. Quase a dizer, auditoria e nada dá no mesmo, ou, é a mesma coisa. A representante da KPMG disse sobrarem motivos para repudiar as insinuações contra a KPMG. Diz que sua empresa durante os trabalhos realizados, chamou a atenção da Americanas sobre “as deficiências e a necessidade de melhoria nos controles de verbas de propaganda cooperadas…” e, completou, “nada indicava fraude…”. É exatamente para isso que, em tese deveriam servir empresas de auditoria, identificar, onde nada indique, a existência da fraude… É pra isso que servem e são contratadas, por dizerem ser especialistas e que nada escapa da seus olhos, conhecimento e controle. Já o representante da Price, alegando que não compete aos auditores independentes realizarem análises e revisões de todas as transações das empresas auditadas, disse, “Há risco inevitável de que distorções não sejam identificadas…”. Como assim? Mas não é exatamente pra isso que se contrata especialistas. Para identificar e denunciar o que escapa aos olhos dos demais mortais e não especialistas? Simplesmente, patético.
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O novo negócio dos automóveis, ou, a última fotografia

Ao apagar das luzes do negócio de automóveis, como foi nos últimos 100 anos, e a véspera da decolagem do novo mercado de automóveis, as mudanças seguem a toda velocidade. Os tempos dos automóveis comprados, financiados, movidos a gasolina, e que eram o maior dentre todos os sonhos dos adolescentes vai ficando e desaparecendo na paisagem. Mas, e ainda, todos na busca de uma maior compreensão, de como essa relação pessoas, carros, mobilidade se reconstruirá daqui para frente. Semanas atrás, no Caderno Mobilidade do Estadão, os resultados de uma pesquisa realizada pela SAE Brasil, da consultoria KPMG, e da Agência AutoData. Foram 942 entrevistas, envolvendo consumidores e profissionais do negócio de automóveis de todo o país, e os resultados esboçam algumas tendências. Dentre essas, a certeza que entre 20% a 30% das 4.052 lojas de automóveis hoje existentes no Brasil fecharão suas portas nos próximos 10 anos. Os mais pessimistas, ou realistas, falam em 50%. Dos dados coletados pela pesquisa, um dos mais impactantes é a mudança radical nas expectativas que as pessoas têm daqui para frente, em relação aos carros que pretendem comprar, alugar ou assinar. Hoje, para essas pessoas, o acessório principal que um automóvel precisa ter é um sensor ou câmera de ré (70,5% dos respondentes). E depois, e na sequência, Integração com o smartphone, 67,9% Câmbio automático, 65,5%Ar-condicionado dual zone, 53,9%Painel digital, 45,2%Acionamento remoto dos vidros, 39%GPS, 35,4% Controle de velocidade, 31,5%Interface de tela touch, 25%Controle por voz, 16,6%Teto solar, 8,8%Rack de teto, 1,6%. E, como não poderia deixar de ser, a pesquisa procurou conhecer o sentimento das pessoas a respeito das providências necessárias para acelerar o processo de universalização dos carros elétricos no Brasil. E a primeira resposta, mais que reveladora do que a cultura estatizante impregnou nos brasileiros. A primeira providência que 77,3% dos entrevistados pedem é política de incentivos para baratear o custo de aquisição. E depois, e na sequência, ampliação dos pontos de recarga, 60%; políticas de incentivo à produção local, 52,5%; ampliação da autonomia entre cargas, 39,4%; política de incentivo para reduzir o custo da carga, 28,1%; e, redução do tempo de recarga, 23,4%. Mais alguns anos, próximos do final desta década, entenderemos de todas essas manifestações quais as que eram pra valer, e quais eram palavras e nada mais.