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Negócio

Etna – nascimento, vida e… De uma empresa que jamais revelou consistência…

A Etna abriu as portas de sua primeira mega loja no dia 11 de agosto de 2004. Ao completar 18 anos, onde supostamente alcançaria a maioridade, era um organismo em decomposição… No dia 25 de março 2022 fechou as portas. Sob a liderança de Nelson Kaufman, Grupo Vivara, que visitou 7 países em busca de inspiração. Durante poucos anos a Etna deu algum sinal de vida. Depois estacionou e muito rapidamente mergulhou em decadência irreversível. Talvez, as tais das mega lojas, com a aceleração monumental do e.commerce, tenham perdido ainda mais a razão de ser. As grandes livrarias, todas, naufragaram – Cultura, Saraiva, Laselva – e a Tok&Stok procede revisão radical em seu modelo e parte para lojas de porte médio, com menos de 1000 metros quadrados. No Estadão, matéria a da Coluna Broadcast, antecipando o fechamento, trouxe uma sucessão de interrogações. Uma atrás da outra. Textos do tipo, “Fechando lojas desde o ano passado a Etna vive um momento melancólico de sua operação física. Em seu site uma relação desatualizada de suas lojas, sem canais de comunicação oficial, e por aí vai…” Ou seja, o sintoma, ou, os sinais eram, de abandono total. Aparentemente, a família Kaufman jogara a toalha e esperava por alguém interessado em arrematar o que sobrou. Não apareceu. A Etna, se tivesse analisado o mercado a fundo, teria descoberto e constatado que o momento em que decidiu decolar, era o momento que os demais players consideram a retirada e revisão radical do modelo. Nem lições como as da FNAC que já agonizava quando a Etna decolou, foram suficientes para chamar a atenção dos investidores para o desatino. Pela dimensão da loja, e o foguetório no lançamento, a Etna em sua loja de 12 mil metros quadrados – equivalente a dois campos de futebol – era o grande comentário da cidade de São Paulo durante alguns e poucos finais de semana. De tão grande, muitas famílias deixavam para conhecer a nova loja no sábado ou domingo. Terminada a fatídica Síndrome da Experimentação, o esvaziamento aconteceu no mesmo ritmo e velocidade. No portal o Mundo das Marcas, a última atualização sobre a Etna é de fevereiro de 2020, vésperas da pandemia. Naquele momento ainda mantinha 13 lojas e comércio eletrônico. Meses atrás, nem mesmo os funcionários remanescentes da Etna sabem responder quantas eram as lojas. Mas, e no máximo, talvez, restassem 5, com produtos faltando nas prateleiras… Dentre os grandes equívocos da história do varejo no Brasil, a Etna merece um capítulo especial. E, triste. O otimismo dos fundadores era de tal ordem que decidiram escolher como denominação do novo negócio, a mesma do maior vulcão da Europa. Etna. Originário do grego, da palavra Aitna seu significado é “Eu Queimo”. Exatamente o que aconteceu com a Etna.