Cochilou, dançou, morreu
Se no mundo analógico empresas levavam anos ou décadas para a decadência, no mundo novo, onde a tecnologia assumiu em muitas situações o papel de protagonista principal, condenações à morte podem acontecer em poucos anos, até mesmo, de um mês para outro.
Em verdade, o descompasso e a necessidade de permanente atualização, melhor ainda, de inovação e aperfeiçoamentos, equivalem, quando não realizados, a uma mordida de cobra venenosa, daqueles venenos que não matam em dias, mas causam sequelas, e finalmente determinam a morte.
Foi o que aconteceu meses atrás, com a marca que foi uma das rainhas dos eletrônicos, a Sony, e agora acontece com aquela que foi a 3ª maior fabricante de celulares do mundo, a LG.
Decadente, tendo cochilado e negligenciado nas atualizações com perda mortal de competitividade, a LG ainda tentou encontrar algum comprador, mas não deu certo.
Assim, deu por encerradas suas atividades em nosso país, e ainda terá que prestar assistência técnica durante anos aos brasileiros que apostaram em sua competência.
Praticamente perdendo qualquer manifestação mínima de atratividade, a divisão de smartphones da LG vinha colecionando prejuízos descomunais nos últimos seis anos. No total, viu evaporarem US$ 4,5 bi.
No Brasil, alguns dos fornecedores de peças da LG trabalhavam com maquinário que só produzia para a empresa. Em decorrência, encerrarão suas atividades.
O mercado segue aguardando manifestações da empresa de como se organizará para garantir assistência técnica a dezenas de milhares de brasileiros que possuem seus celulares. Uma falha lamentável. O anúncio do encerramento deveria vir acompanhado dessas informações. Mas, infelizmente, não veio.
Empresas e marcas precisam causar a melhor das impressões.
Na chegada, e, na partida. E não é esse comportamento básico ‒ que se esperava ‒, e que a LG não vem adotando.
Apenas lembrando, a empresa continuará presente em nosso país com outros produtos.
E comportamentos inadequados não contaminam as marcas seletivamente, apenas uma das partes. Contaminam as marcas como um todo.