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Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 27/09/2024

Segue o derretimento do Varejo Convencional, Clássico, Analógico. No Brasil, e, no Mundo.
Negócio

TTT avassalador!

O Todos vendendo Tudo para Todos não para de se multiplicar. Dezenas de empresas procurando convencer seus clientes e compradores em converterem-se, também, em vendedores. As principais Lojas fizeram isso nos últimos anos – Luiza e C&A, por exemplo – e meses atrás quem decidiu mergulhar de cabeça, coração, alma, pés, braços e tudo o mais foi a rede de farmácias Pague Menos. A ideia da rede é converter 20 mil de seus colaboradores em Embaixadores Pague Menos. Até o final de maio do ano passado esses Embaixadores com lojas abertas eram em número superior a 2000, gerando um volume de compras na casa dos 10 mil no total, com um tíquete médio de R$210. Segundo os planos da rede, a ideia era fechar o primeiro semestre com 50 mil lojas virtuais. Cada Embaixador tem sua própria loja e monta a vitrine selecionando os produtos que considera mais adequado a sua rede de relacionamentos. Os Embaixadores remuneram-se recebendo um percentual de 5% do valor de cada venda. O cliente escolhe se quer receber em casa ou buscar na loja. E, se em casa, em não menos de duas horas. Segue a pergunta, se no TTT – Todos vendem Tudo para Todos – quem vai comprar o que de quem? Não vai dar certo. Mais cedo ou mais tarde a verdade baterá à porta e muitas dessas iniciativas ficarão pelo caminho.
Negócio

Cruzou a linha

Se os números de três das principais organizações de varejo do país são uma amostra mais que significativa da realidade, a realidade do comércio em nosso país é outra. As vendas no digital suplantaram as vendas no analógico. Os Bricks, gradativamente foram perdendo a importância, e abrindo espaço para os Clicks. Muitos dizem que as lojas continuam sendo da maior importância para algumas vendas, mas, e principalmente, como ponto de entrega do que foi comprado pelo digital, assim como resolver pequenos problemas. Mas para isso essas chamadas Novas Lojas, ou Terminais de Entrega, não precisam mais nem serem lojas, e muito menos pagarem por espaços privilegiados arcando com os valores inerentes aos chamados Pontos Comerciais. Não precisam ficar na avenida, podem instalar-se nas ruas de trás… Daniele Madureira da Folha foi atrás e consolidou os números. E o atravessar da linha está mais que constatado. Nos últimos meses as vendas no digital bateram com folga as realizadas nas lojas. Na Americanas as vendas pela internet alcançaram 76%; Luiza 71%, e VIA (Bahia + Ponto Frio) 59%. Por decorrência, no ano de 2021 a Luiza investiu R$222 milhões em 182 novas lojas, e R$790,2 milhões em tecnologia. A VIA R$223 milhões para abrir 101 novas lojas, mas, R$601 milhões em tecnologia. Curto e Grosso, a linha divisória foi atravessada e vai ficando para trás. Até o final desta década assistiremos a decadência irreversível das chamadas ruas de comércio, e o fechamento de milhares de lojas por todo o Brasil. Como de certa forma já aconteceu com os dois quarteirões da rua da Consolação antes de chegar na Avenida Paulista… Lembram do slogan da velha e boa transportadora e que era, “O mundo gira e a Lusitana roda”. É mais ou menos por aí. O mundo gira e os que almejam sobreviver que tratem de girar junto. Mas não é fácil…
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Diário de um Consultor de Empresas – 17/04/2024

Supostas novidades e inovações de hoje, práticas recorrentes de décadas atrás.
Negócio

Os mistérios da Azul

Depois de tentar e ameaçar, mediante sucessivas entrevistas e declarações a imprensa de que iria comprar a unidade brasileira da Latam, em processo de recuperação judicial, agora a Azul colocando muitas de suas fichas num novo business – em relação ao que caracterizou sua atuação até agora –, e que é a Azul Cargo. Uma empresa especializada no transporte de carga, originalmente no porão e espaços ociosos de seus aviões de passageiros, e agora, convertendo, também, aviões de passageiros em aviões exclusivamente de carga, e indo ao mercado na tentativa de comprar uma empresa de transporte rodoviário. Quer dominar e cobrir toda a cadeia? Definitivamente, um outro business, de uma empresa que desde a chegada da pandemia ameaça e atira em diferentes direções. A Azul pretende provar, o improvável, que transporte aéreo não é caro. Genericamente é, mas, para determinados tipos de produtos e mercadorias, independente de caro ou barato, talvez seja o mais adequado. Mas caminhões e ônibus seguem imbatíveis. E até por isso, tenta comprar uma empresa de transporte rodoviário. Em declarações ao Estadão, Izabel Reis, diretora da Azul Cargo, declarou, “Temos agilidade, menos manuseio e propensão reduzida de sinistro”. Tudo bem, mas, insuficiente. A Azul vai se meter no território mais disputado da atualidade, com centenas de novos players, com empresas de outros setores de atividade investindo pesado, e ainda comprando uma briga com marketplaces. E segue dependendo de um negócio absurdamente complicado que é a aviação comercial, hoje, Azul, absolutamente debilitada, ou, melhor ainda, devastada pela pandemia que manteve seus aviões vazios na terra e no ar durante meses, e agora declara-se preparada, depois de anunciar que compraria a operação Latam Brasil, a concorrer com o Correios, Amazon, Mercado Livre, Luiza, Americanas, e mais duas dúzias de empresas gigantescas e poderosas, competentes e especializadas… Definitivamente, uma temeridade. Mais que certo que não vai dar certo. Ou o novo estilo da Azul é apenas anunciar novidades que jamais colocará em pé?
Negócio

Mercado Livre, ainda um oceano de distância

Não obstante o ensandecimento de parcela expressiva de empresas que entram na reflexão tosca do Já Que: “já que faço isso, faço aquilo e aquilo outro também”, e decidem ser marketplaces genéricos e universais, vendem de tudo para todos, hoje, o ranking dos marketplaces de verdade e consistência em nosso país, envolve sete players. Líder absoluto, destacado, a quilômetros de de distância, com muitas vezes mais sellers na região da América Latina, mais que a soma de seus seis outros concorrentes, o Mercado Livre. E, depois, e não necessariamente pela ordem, vem, Luiza, Americanas, Via, e as asiáticas AliExpress e Shopee, e ainda a Amazon. Todas mais que se movimentando na tentativa de diminuir a descomunal distância e vantagem que o Mercado Livre tem hoje, na expectativa de que a partir da segunda metade desta década consigam aproximar-se mais do marketplace líder. Neste momento, por exemplo, e tentando recuperar o tempo perdido por não ter vindo rapidamente para o Brasil, a Amazon inicia o oferecimento de uma série de serviços e vantagens financeiras para os sellers que preferirem ou utilizarem, não necessariamente, em condição de exclusividade, sua plataforma. Como temos comentado com vocês, o fator decisivo de sucesso nas compras a distância, no e-commerce, é o “QE” – Qualidade da Entrega. E no indicador “QE”, o Fator Tempo, tem peso 5. E os restantes cinco divididos entre tudo o que aconteceu entre a compra e a entrega, passando pela embalagem, pelo “unboxing”, pelos maiores graus de correspondências entre o que foi comprado e o que foi recebido em termos de expectativas. E as chances de um “QE” 10 aumentam exponencialmente quando todo o processo é confiado a um único e mesmo player, não obstante quem seja o seller, o vendedor. Assim, os principais marketplaces, e como sempre procurou fazer o Mercado Livre a partir do momento que ganhou consistência, procurando sensibilizar seus sellers a se preocuparem especificamente com o produto e delegarem todas as demais funções ao próprio marketplace. E é o que neste momento, e em sua campanha de crescimento no Brasil, a Amazon vem procurando fazer. Conseguir mais sellers, mas sellers que confiem a guarda, entrega, e até mesmo eventual devolução do produto a seus cuidados. O grande desafio da Amazon, e de todos os marketplaces, é o de convencer seus sellers que nunca mais farão o que era comum nos primeiros anos dos marketplaces. Boa parte dos marketplaces copiavam, descaradamente, os produtos de maior sucesso de seus sellers, e passavam a concorrer com os mesmos. É esse, amigos, o momento dos marketplaces no Brasil. Em tempo, dentre as métricas que vem ganhando espaço e posição no comércio eletrônico, vai prevalecendo a NPS – Net Promoter Score, criada por Fred Reichheld, – pela sua simplicidade, facilidade de aplicação, e qualidade dos resultados. A primeira vez que Reichheld anunciou a NPS foi num artigo publicado na revista da Universidade de Harvard, no ano de 2003, “The One Number You Need to Grow”. A NPS consiste em uma única pergunta, ou na pergunta final de todo um processo de avaliação de compra e que é: “de 0 a 10 o quanto você indicaria nossa empresa a seus amigos?” Soma-se os CPs, clientes promotores, os que deram notas 9 e 10, e soma-se os CDs, clientes detratores, de 0 a 6, ignorando para efeito da nota os indiferentes, passivos e neutros, notas 7 e 8. O NPS é o resultado da conta de diminuir dos CPs, clientes promotores, dos CDs, clientes detratores. Reichheld é de Cleveland, 1952, escritor e palestrante de sucesso, e notabilizou-se por seu artigo de 2003, e que se transformou no livro “Ultimate Question”, e que é a que leva a obtenção do NPS – Net Promoter Score.
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Diário de um Consultor de Empresas – 03/08/2023

Por enquanto, e no digital, quem espera quase nunca alcança.
Negócio

10 anos em 2

Na expectativa dos especialistas, o comércio eletrônico responderia por 20% das vendas de todo o comércio, apenas e a partir de 2030. Porém, veio a pandemia… Por questões emergenciais e de sobrevivência grandes empresas pisaram com os dois pés no acelerador, na medida em que venda a distância e pelo digital passou a ser a única alternativa. As grandes organizações de varejo, as maiores, do dia para noite tiveram que fechar a totalidade das lojas. Ou, no mínimo, 80%. E assim, e diante dessa nova realidade, empresas como Via, Luiza, Marisa, C&A, Renner, Pernambucanas, Americanas, e todas as demais, viram-se diante de duas alternativas. Ou improvisavam e aprendiam a vender a distância correndo todos os riscos, ou, segunda alternativa, não vendiam. Agora, os números mais recentes traduzem de forma precisa e objetiva, essa espécie de crescimento improvável e a fórceps, ou, maturação, ainda que de afogadilho, mais que precoce. Até fevereiro de 2020, o comércio eletrônico não conseguira ultrapassar, em termos de participação, a casa dos 10% no total do comércio. Segundo medida tomada pela Fundação Getúlio Vargas, e para sermos mais precisos, o recorde era de 9,2%. Em quatro meses esse percentual saltou para 19,8%, e hoje, pode se dizer consolidou-se acima de 20%. Ou seja, de cada cinco vendas, uma acontece no digital e a distância. O número preciso aferido pela FGV no mês de junho era de 21,1%. Olhando-se por um outro viés, e também sobre as medidas tomadas pela FGV, o que se observa é que antes da pandemia, 49,7% das empresas pesquisadas jamais fizera uma única venda pela internet. O índice específico é de 49,2% vendas zero pelo digital. 4 meses depois, julho de 2020, esse percentual despencou para 29,4%. E, na última medida, 20,2%. Em síntese, amigos, e como era mais que previsível na medida em que o comércio analógico, em quase a sua totalidade, fechou suas portas, e as pessoas tendo que consumir, comer, beber, manter seus hábitos de higiene, e caprichar na beleza, não restou outra alternativa às empresas do que aprender a vender a distância, assim como as pessoas de aprenderem a comprar a distância. E segue a vida, agora, e já com uma nova realidade e que só tende a encorpar em todos os próximos anos. Não existe mais volta…
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Diário de um Consultor de Empresas – 31/03/2023

Um tempo, onde, no desespero, e incapazes de entender e posicionar-se diante do que estava acontecendo, muitas empresas decidiram apostar no TTT – TODOS VENDENDO TUDO PARA TODOS. ESSE TEMPO É HOJE.
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Diário de um Consultor de Empresas – 16/03/2023

O movimento das novas e das velhas empresas na busca de um reposicionamento em direção ao futuro. E, enquanto isso, a quebra espetacular do SVB – SILICON VALLEY BANK, 16º. maior banco dos Estados Unidos e queridinho da nova economia.