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“Usucapião” em branding

Mais uma espécie de “usucapião em branding” acaba de ser relatado pelo New York Times. E o “usucapiado” foi apenas e simplesmente o Mickey, isso mesmo, aquele da Disney. E a proeza protagonizada por uma empresa do Paraguai, que se apropriou do personagem Disney, no ano de 1935, que contou com a falta de uma ação mais efetiva da Disney. Em entrevista ao jornal americano, Viviana Blasco, neta de Pascual Blasco, conta que seu avô, nos anos 1930, costumava passar férias em Buenos Aires, e nos cinemas da cidade conheceu o Mickey. Anos depois decidiu abrir a Mickey Ice Cream Parlor. Que, por extensão, passou a vender também arroz, açúcar e bicarbonato de sódio em embalagens que levavam a figura do Mickey… Desde o início dos anos 1990 a Disney vem tentando impedir o uso do Mickey na Justiça do Paraguai, mas, sem sucesso. Perdendo todas as ações. Finalmente em uma de suas derradeiras tentativas de impedir o uso, a Disney conseguiu uma sentença favorável, mas, sem efeito, por uma brecha existente na lei de marcas e patentes do Paraguai que garante o prevalecimento da propriedade para quem tem a antecedência no registro, e não deixou de providenciar a renovação regularmente. Isso posto, e em sentença final e definitiva, a Justiça do Paraguai concedeu o direito de uso a empresa local. Reconhecendo uma espécie de Usucapião – Adverse Possession – Branding… Tão importante quanto criar e usar, é, guardar para que outros não usem e se apropriem…
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Edgard Corona consolida a liderança da Smart Fit na América Latina, e retoma o projeto Bio Ritmo

Em 2008, após uma reunião de empresários do setor do fitness, nos Estados Unidos, a ficha caiu para Edgard Corona. Dono da rede Bio Ritmo, e reconhecendo ter ignorado o território das Academias de ginástica com qualidade, baixo custo, e escaláveis, decola com a Smart Fit. Hoje, final do primeiro semestre de 2024, são 1.529 Smart Fit na região. 736 no Brasil, 339 no México, e outras 454 distribuídas entre Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Paraguai, Peru, Panamá, Uruguai, El Salvador, Equador, Guatemala, República Dominicana e Honduras. Ou Seja, o insight de Edgard Corona em 2008, mais que confirmado e convertido num mega negócio. Agora, e acreditando numa ótima oportunidade, ignorada ou mal trabalhada pelos concorrentes retoma, com tudo, o projeto Bio Ritmo, academias de alto padrão – academias, não butiques. Em grande matéria no jornal Valor, Julia Michelin, diretora de operações da marca Bio Ritmo, declarou, “Estamos vendo uma lacuna no mercado e queremos acelerar a expansão. Não existe nenhuma outra marca High End – alto padrão – no Brasil e na América Latina… Segundo Michelin, e após os ajustes necessários em função da pandemia, os planos de expansão da Bio Ritmo foram retomados. E, reafirma, “Por um bom tempo, com o crescimento do modelo “low cost” sobretudo com a própria Smart Fit, ficamos em dúvida se as academias de alto padrão iriam sobreviver. Mas o que descobrimos desde então é uma grande oportunidade não explorada por ninguém. Assim, e nos próximos meses a Bio Ritmo chegará no Chile, Peru, Panamá…”. Enquanto as demais redes sobreviventes enfrentam grandes dificuldades, Smart Fit segue exuberante e vitoriosa correspondendo a denominação que se deu, e Bio Ritmo, depois de uma longa pausa, parte para um segundo tempo. Com ótimas perspectivas.
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100 anos, hoje… ou, os quatro meses decisivos do Itaú

Julho de 1971 toca o telefone em minha sala, Francisco Madia, rua Libero Badaró, num pequeno grupo financeiro, chamado Anhanguera: “Madia, você não me conhece. Me chamo Olavo Setubal, tenho um banco médio, acompanho o trabalho revolucionário que vocês vêm fazendo, e queria que você viesse trabalhar comigo e implantar o marketing no Itaú. Sem marketing não chegarei, um dia, à liderança…”.  Respirei fundo e respondi, “Claro que conheço e admiro muito o senhor, Dr. Olavo Setubal… estou a sua disposição para conversarmos…”. 1 de setembro, assumo o comando de um primeiro departamento de marketing de um banco no Brasil, o do Itaú América Federal de Crédito. Vou dar um bom dia e receber as instruções do Dr. Olavo, em companhia de meu adorado chefe Alex Thiele. “Madia, não quero assustá-lo, mas temos pressa. Precisamos provocar um choque cultural em nossa equipe, muito especialmente a da linha de frente. Nos 300 gerentes e suas equipes das 300 agências que temos. E seguiu num longo briefing. Dá pra fazer tudo isso em quatro meses, até dezembro? Sonho em ver o Itaú um dia no topo do ranking. Antes de responder, recomendo você conhecer o banco…”. Uma semana depois volto, “Começando pelo fim, Dr. Olavo, sim, dá para iniciarmos de forma consistente o reposicionamento do Itaú América Federal de Crédito. E o diagnóstico e o plano tem essas grandes linhas. Precisamos, como o sr. bem disse, fazer com que os 300 gerentes que vieram de bancos diferentes passem a integrar uma mesma equipe. Para tanto, e depois de nos prepararmos, vamos realizar uma primeira convenção de gerentes. Todos juntos. Vamos criar uma comunicação interna, o Itaú Semanal, e mais adiante vamos reduzir todas as marcas a uma única, Itaú. Vamos trocar de agência de propaganda, vamos adotar uma nova e revolucionária política de branding, vamos mudar o sentido dos computadores IBM, deixando de processar papéis e convertê-los para a produção e gestão de dados, e outras providências complementares. Em síntese, o plano é esse, Dr. Olavo, podemos seguir em frente?” E tudo isso foi realizado naqueles quatro meses, setembro/dezembro 1971. Como diria Malcolm Gladwell, o “tipping point” que mudou a história do mercado financeiro do Brasil. No dia 1 de outubro começa a ser veiculada a primeira campanha criada pela nova agência, a DPZ, “Ajude o Itaú a ser o primeiro, um dia poderá ajudar você”, e Peter Drucker, por decisão genial e espetacular do Alex Thiele passa a ser o mentor intelectual de todo o reposicionamento do Itaú. O ensinamento disruptivo de Drucker converte-se no mantra do novo banco que nascia naquele momento, “A melhor forma de prever o futuro é construí-lo”. E pra coroar de êxito e emoção, por uma manifestação de carinho, apreço e amizade do querido amigo Boni, o Itaú, aquele banco médio de 300 agências, foi escolhido e assinou a primeira mensagem de Natal da Globo, com um casting de mais de 100 artistas, por um valor simbólico e que cabia na pequena verba, “Hoje é um novo tempo de um novo dia que começou”, música dos irmãos Valle e Nelson Motta. Um Natal inesquecível para todas as famílias das equipes das 300 agências que celebraram e cantaram junto com o casting da Globo, aquele momento único da história do marketing em nosso país. Todos os clientes, mais que se emocionaram, sentiram-se homenageados. A semente estava plantada… Parabéns Itaú Unibanco, pelos primeiros 100 anos! Muitos e mais sucessos, felicidade, 1.000 anos de vida.
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A terceira medicina, e a quarta a caminho…

Muitos nos pedem exemplos da novíssima e mais que revolucionária Medicina Corretiva, a terceira medicina que veio incorporar-se às duas anteriores, a Curativa e a Preventiva, e que vem garantindo cura, longevidade, e, quem sabe, começar-se a conversar sobre imortalidade, ou morte opcional. Em edição da revista de Veja, Junho2022, a mais que inspiradora e emocionante história de uma jovem americana, Emily Whitehead, 17 anos, finalmente, livre do câncer. 10 anos depois de um novo tratamento. Leucemia linfática, aos 5 anos, sem esperanças, seus pais decidiram acreditar num novo e revolucionário caminho. Uma terapia experimental que reensina uma célula a como identificar e destruir uma célula cancerígena. Emily passa para a história como a primeira criança do mundo vencedora e resgatada através da terapia batizada de Car-T. Uma das primeiras e mais consistentes manifestações da novíssima e redentora Medicina Corretiva. Que começa com a chegada do microchip em 1971, torna-se viável com o genoma humano na virada do milênio e agora converte-se em realidade. Sim é possível corrigir erros e descaminhos que a natureza comete e a tempo. É um novo mundo nascendo. E já existe uma quarta medicina acelerando… A Medicina Preditiva. A dos gadgets que colados em nossos corpos – relógios, anéis, correntes – vão enviando informações para médicos e centros de diagnóstico. Brevemente, ao chegarmos em casa, ou consultando nosso smartphone, descobriremos que temos uma cirurgia agendada para amanhã de manhã, em função de uma emergência detectada, por exemplo, pelo smartwatch que levamos em nosso pulso… devidamente diagnosticada com uma precisão absurda pela “doutora” IA, Inteligência Artificial…
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Concorrência genérica e concorrência específica

Grosso modo, e sem maiores refinamentos, no marketing e na vida nos defrontamos com dois tipos de concorrência. A genérica e a específica. Na genérica, todos concorrem com todos. O dinheiro da viagem, é o mesmo dinheiro que poderia dar entrada numa casa, num carro, mobiliar o quarto do casal, comprar caixas de uísque e vinhos. Já a específica, é quando concorrem dois produtos que prestam o mesmo serviço. Comprar um carro da GM ou da FORD, ou da BYD, ir nas férias para a Bahia ou Caxias, comprar um sapato novo, ou, um tênis. E foi assim, entendendo que grosso modo tudo concorre com tudo, e que o dinheiro das apostas de hoje, e que não para de crescer, é o mesmo dinheiro que respondia por parte do sucesso de milhares de negócios e empresas. E assim, despertando de um suposto pesadelo, mas que é real, todos agora começam a se dar conta do preço que já estão pagando pelas marcas de Bets nas camisas dos clubes de futebol, no patrocínio de campeonatos, na chuva torrencial de propaganda nas diferentes plataformas. Até mesmo os bancos que finalmente se dão conta que os investimentos estão sendo devorados pelas Bets. E daí? Daí que o cofre já foi arrombado e as perdas, mais que significativas, consumadas. E o pior ainda está por vir, na medida em que a partir deste ano, com a regulamentação, é que o fluxo de investimento em publicidade deve ser multiplicado por muitas vezes. Por enquanto, cálculos otimistas, dizem que apenas 1% do PIB foi desviado das compras e dos investimentos para as Bets. Mas muitos calculam que em pouco tempo esse 1% será multiplicado, no mínimo, por 3. É isso, amigos. Concorrência genérica e específica. Muitas vezes aquilo que te dá prazer, diversão, alegria, e até algum ou muito prejuízo como os jogos, pode estar acabando com o seu negócio e contando com sua adesão e cumplicidade. Assim, nunca mais se esqueça. Tudo concorre com tudo. Em tempo: água, luz e gás concorrem com as Bets, ou, vice-versa. Segundo pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, 11% das pessoas deixaram de pagar essas contas para jogar nas bets… Presidente da Febraban propõe a proibição do uso dos cartões de crédito para pagar as Bets… Caiu a ficha! E estamos apenas no começo…
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Vivendo de bico

Dentre as chamadas novas profissões decorrentes do tsunami tecnológico, que provocou a disrupção dos sistemas convencionais de prestação de serviços, duas em especial, o de transporte de passageiros e de comida pronta, traduzem-se, na solução encontrada para as pessoas sobreviverem e pagarem as contas. E as duas, emblematicamente representadas em duas empresas, ou marcas, que se converteram em designações do fenômeno: “uberização”, ou “ifooderização…” Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre essa nova realidade, a entrevista de Diego Barreto, sucessor do Fabricio Bloisi no comando do iFOOD, e à Veja Negócios, é mais que esclarecedora. Em determinado momento da entrevista, e falando sobre as pessoas que prestam serviços através do iFOOD, Diego disse, “A maioria dessas pessoas não têm o iFOOD como fonte de renda principal, mas como um complemento da renda. Muitos pensam, “Poxa, este mês faltou grana para pagar a conta de luz. Vou trabalhar no aplicativo por algumas semanas e pronto…”. Às vezes nem voltam porque têm outros empregos. Quase 70% mantêm esse tipo de relação com nossa plataforma. Assim, não querem contribuir para a previdência a partir do que ganham com a gente, mas sim de seus outros trabalhos”. E, perguntado por Veja Negócios qual seria a solução para esse conflito, sob a visão do iFOOD, Diego respondeu, “Acredito que o Brasil já resolveu problemas semelhantes, como no caso das empregadas domésticas. Se uma pessoa trabalha três dias na sua casa e um dia na minha, não faz sentido a gente contribuir igualmente se as relações são totalmente diferentes. É plenamente possível considerarmos um modelo progressivo: quem trabalha menos e ganha menos contribui pouco, quem trabalha mais e ganha mais faz pagamentos maiores…”. E por aí vai. Em passado recente bico era uma prestação de serviços genérica. Hoje, com a disrupção digital, com a tecnologia, com os smartphones, com a angústia decorrente de todas essas possiblidades que hoje pertencem às expectativas nossas, consumidores modernos, e que queremos tudo da maneira mais prática e no menor tempo possível, o bico institucionalizou-se através de diferentes plataformas, e vem sendo um amortecedor ainda que precário, da crise social que seguimos mergulhando em decorrência do fim dos empregos. É o que temos, por enquanto…
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Sanha empreendedora

Quem nasce com o vírus e a energia empreendedora segue assim até o fim. Não obstante todos os tropeços, eventuais crimes e ilegalidades, acusações e críticas, Mário Bernardo Garnero, 87 anos, e Eike Batista, 68, acabam de assinar protocolo comprometendo-se a uma série de novos e relevantes projetos em conjunto. Tinham todas as razões, para como se costuma dizer, “sossegarem o facho”. Mas, não conseguem. A energia empreendedora é mais forte. A esses dois malucos, e aos milhões de outros mais, micro, macro, mega empreendedoras, todas as minhas homenagens e reconhecimento. Sem eles não teríamos o carro, as vacinas, as pontes, o smartphone, as roupas, as casas, os shoppings, ruas e avenidas, a paçoquinha, o milho cozido, o caldo de cana, o pastel, Frank Sinatra no Maracanã, o Rock in Rio e agora, o Imagine, o novo empreendimento de Roberto Medina, 77 anos. Um empreendimento que segundo cálculos da FGV terá um impacto econômico anual na economia de mais de R$ 9 bi, mais de 274 bi em 30 anos, gerando 143 mil novos empregos. Medina, Garnero e Batista, não obstante os eventuais e naturais tropeços e escorregões inerentes ao ato de empreender, são algumas das melhores referências para todos os jovens brasileiros. Assim como Gorki Starlin Oliveira. Num mercado – o de livros – onde quase todos os movimentos são de retração e quebras, uma exceção. Gorki Starlin da Costa Oliveira, que em 2002 criou a Alta Books, editora de livros de computação e negócios, e segue sendo salvo raríssimas exceções, o último dos empreendedores a acreditar nos livros de papel. Desde então, e em pouco mais de 20 anos, converteu-se no Grupo Alta Books, pós sucessivas aquisições, totalizando 16 selos diferentes, e um catálogo com mais de 4 mil títulos. Uma espécie da Velhinha de Taubaté, personagem emblemática de Luis Fernando Veríssimo, a última a acreditar nos governos militares. Gorki, salvo poucos e raríssimas exceções, é um dos últimos editores do país, a acreditar no livro de papel, mesmo com o debacle da FNAC, Cultura, Saraiva, Laselva, dentre outras. No domingo, 8 de setembro, Gorki, generosamente, escancarou números e detalhes do desafio que os sobreviventes, e os novatos no território, vêm enfrentando, em entrevista a Ruan De Sousa Gabriel, de O Globo. “Em 2018, com a recuperação judicial da Saraiva e da Cultura, percebemos que o número de livrarias ia diminuir, as lojas iam ficar menores e haveria menos prateleiras para livros de computação e negócios. Os livros técnico-científicos representavam metade de nosso faturamento. Nossa estratégia foi apostar na bibliodiversidade comprando editoras pequenas e médias de outras áreas. Hoje, em todas as prateleiras, há livros de nosso catálogo…”. E, na sequência, foi revelando as táticas de sua estratégia, ‒ “Compramos editoras porque não compramos apenas o catálogo, e sim, toda a experiência de erros e acertos ao longo de anos…”. ‒ “Honramos tudo o que está contratado e procuramos manter o editor na mesma posição para planejar o catálogo para os anos seguintes. Se ele decide sair, procuramos um profissional com o mesmo perfil para substituí-lo”. ‒ “Com o fechamento de livrarias percebemos que os espaços iam diminuir. Assim, compramos editoras para não só expandir o catálogo como também para brigar por prateleira e dar continuidade a projetos editoriais que pareciam inviáveis na nova configuração do mercado”. ‒ “De nosso faturamento 60% vêm de livros de negócios e desenvolvimento pessoal, 15% de técnico-científico, e os 25% restantes de literatura e gastronomia… e, um terço de nosso faturamento vem da Amazon… mas, para lançar um livro ainda precisamos de livrarias. No meio de tanta informação na tela, ninguém vê o lançamento…”. Ele, Gorki Starlin Oliveira, talvez o último dos editores de um negócio próspero durante décadas, e que mergulhou de cabeça e de forma irreversível na chamada Cauda Longa. São os malucos que giram a roda da economia, produzem riquezas, criam empregos, e assumem os riscos de quebrar e serem execrados por todos os demais. Mas a energia interior, a sanha empreendedora, é mais forte… Thanks God! God Bless You!
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Geração Z, de “anziozos”, cuidando de velhos e obesos

Estadão, 16 de agosto de 2024. Chamada de capa “Número de jovens internados por ansiedade sobe 136% em 10 anos”. Mesmo não sendo médico tinha total certeza que isso ia acontecer. Os nascidos de 1995 para cá encontraram um mundo radicalmente diferente de seus pais e avós, e ainda em processo de formação. Foram crescendo na medida em que esse mundo evoluía, aceleradamente. Assim, a chamada Geração Z não tem absolutamente nada a ver com as que a precederam. Pais e avós aquietados com “pacifiers” – chupetas. Geração Z, aquietada com smartphones… Assim, mais que óbvio que existe uma brutal discrepância entre o sentido de tempo e ritmo que tem em si, e o sentido de tempo e ritmo das pessoas que as rodeiam e amam. Todos, amor, compreensão e paciência. Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos 10 anos os registros de internações relacionadas a estresse e ansiedade mais que dobraram, 136%. Segundo a coordenadora do estudo sobre a ansiedade na Universidade Federal de Uberlândia, Luciana Saraiva, hoje, em Minas Gerais, 60% dos estudantes revelam muitos graus acima das médias anteriores de ansiedade. As pessoas, muitas, colocam a culpa no smartphone, nas redes sociais, e em outras manifestações e gadgets. É muito mais profundo. Como tenho comentado com vocês a causa é Estrutural. O tsunami tecnológico que destruiu o mundo onde nós, mais velhos nascemos, dando lugar, e em processo de construção, um mundo absolutamente novo. Nós, mais velhos, não sentimos tão fortemente embora o nosso grau de ansiedade tenha aumentado, também, porque fomos nos adaptando, em paralelo às mudanças que iam acontecendo em nosso entorno. Diferente da geração Z que quando abriu os olhos o caos já estava instalado, e olhavam para nós e não entendiam, como seguem não entendendo, porque nos comportamos do jeito que nos comportamos… É isso, amigos. Os chamados gadgets – computadores, tablets, smartphones, e outros, são a ponta do iceberg. O iceberg de verdade é o tsunami tecnológico, a crise estrutural e não passa daqui a pouco. Só cresce, acelera, e prevalece… Isso posto, e Repetindo, paciência, amor, compreensão… Enquanto isso, nós… e além de…Velhos… Obesos! Em poucos anos a população do Brasil passa por um envelhecimento radical, e a caminho de um crescimento espantoso da obesidade. Em síntese, uma maioria de velhos e obesos. Sobre o envelhecimento todos os dias as plataformas repercutem os resultados do Censo, onde segue despencando o número de filhos por casal, enquanto vivemos mais, e assim, o envelhecimento da população é definitivo, irreversível, e, acelerado. Agora a informação é de que caminhamos inexoravelmente para a obesidade. Dentre centenas de informações separei a do Doutor em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP, Antonio Carlos do Nascimento. Em artigo em O Globo, e onde diz, “A Obesidade não tem cura mas é tratável”, ou seja, tudo o que podemos ambicionar é convivermos em paz e harmonicamente com nossa obesidade. Diz Antonio Carlos do Nascimento, “Estudo recente projeta que a população brasileira crescerá apenas até 2041, enquanto outro levantamento elaborado pela Fiocruz concluiu que metade dos brasileiros será obesa em 2044. A primeira sacramenta a perda definitiva do bônus demográfico, e a segunda a prevalência da obesidade entre adultos, de 11,8% em 2006, para 22,4% em 2021. O mais trágico dessa análise que faltou iluminar a terceira e cruel decorrência, Velhos, Obesos, e, Pobres! Mais velhos e mais obesos, aceleram-se as necessidades de mais recursos para a saúde, o que significa mais impostos, e jogar a renda média do brasileiro para baixo. Talvez, e numa espécie de premonição coletiva, é o que faz da chamada Geração Z, a quem sobrará essa conta, tão desproporcionalmente ansiosa, ou como se brinca hoje, “Anzioza”, em relação às gerações anteriores. Curto e grosso, sem querer ser alarmista ou trágico. Está ruim e difícil, e mais para frente, vai ficar pior. Não colhemos o tal do bônus demográfico quando devíamos, mas nossos filhos e netos arcarão com os ônus da velhice e da obesidade. Em termos estruturais, esse, de longe, o maior desafio do marketing dos próximos anos…O desafio das empresas adequarem-se a uma nova realidade. A um mercado menor, obeso, e pobre… Por favor, não me venham dizer que sou pessimista…
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Os elevados riscos do chamado naming rights

Os riscos de uma empresa, produto, instituição, depositar ou conectar o sucesso, valor e brilho de sua marca a uma outra pessoa, é sempre muito elevado. Porque pessoas são mortais, e susceptíveis das derrapadas, fracassos, e cometimentos de crimes. O mesmo acontece em relação a obras, prédios, estádios, teatros, times de todas as modalidades de esportes e muito mais. No dia da decisão da compra dos direitos sobre a marca tudo é ótimo. Horas depois, tudo pode converter-se num pesadelo. Neste preciso momento uma organização inovadora, revolucionária, disruptiva, assumiu riscos desproporcionais e desnecessários depositando sua marca para abençoar e reverenciar o estádio municipal do Pacaembu, e ainda cometendo a imprudência e temeridade de comprar uma propriedade que, eticamente, jamais poderia ser vendida: Uma edificação, Pacaembu, que já tivera seu naming rights concedido a uma pessoa, o Marechal da Vitória Paulo Machado de Carvalho. Pois bem, e como ensina a vida e a música, pau que nasce torto não tem jeito morre torto, o Mercado Livre depositou suas conquistas e realizações – de forma eticamente mais que discutível – a uma obra que desde seu anúncio já incomodava toda a vizinhança e as demais pessoas que prezam instituições, acreditando que o combinado, prometido e contratado seria entregue. E assim não foi. Toda semana uma nova surpresa péssima em relação às obras do Pacaembu que não terminam nunca, e os adiamentos seguem sucedendo-se. Sábados atrás o Estadão anunciava mais uma trapalhada para dizer o mínimo. “Quase sete meses após a primeira previsão de inauguração o estádio do Pacaembu – agora rebatizado de Mercado Livre Arena Pacaembu – continua sem uma data prevista para seu primeiro jogo oficial. E revela, Pacaembu tem nova rachadura enquanto segue com obras atrasadas”. Aconteça o que acontecer, e independente da análise de mérito se fazia algum sentido sob o viés e ótica do MEQ – Marketing de Excepcional Qualidade – o Mercado Livre ter comprado o naming rights do Pacaembu, pura e simplesmente uma organização moderna, de conquistas extraordinárias, e benchmark obrigatório para as novas empresas que estão nascendo, cometeu um erro crasso e bisonho. E, ao invés de agregar pontos positivos a sua marca mais que consagrada, só cria desconforto, constrangimentos e, porque não dizer, vergonha.
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Decisões na emoção do momento

Talvez, provavelmente, certamente, com certeza, muitas decisões, em especial as que mexem com a essência da empresa a partir de sua denominação, deveriam ser tomadas passado o vendaval das conquistas e celebrações. Em situação de calma, normalidade, consciência plena, e lucidez. Mas, não necessariamente é assim que acontece. Recentemente testemunhamos a derrapada monumental da Mondelẽz, não pelo valor que despendeu, mas pela escolha que fez de suportar todo o seu investimento num trocadilho pífio e irrelevante: MorumBis, enfatizando da pior maneira possível um de seus produtos e marca legendário. A decisão foi tão tola, para não dizer o mínimo, que em muito pouco tempo, hoje, meses depois, as pessoas retomaram a forma de falar a denominação do estádio do São Paulo. Apenas, e como de verdade é, Morumbi. Agora, e no mês de maio, diante de um grande negócio, da fusão da Arezzo&Co com o grupo Soma, outra decisão precária que brotou em momento de forte emoção. Conforme o noticiário da imprensa, “O novo nome, Azzas 2154 SA, faz alusão ao mantra recitado por Alexandre Birman controlador do grupo nas reuniões – Arezzo Rumo A 2154, pensando na perpetuação da empresa…”. Definitivamente, e em algum momento, a denominação será reconsiderada. Ou não, mas, deveria. A duplicidade de ZZs remete a outras e trágicas recordações, e 2154, além de absurdamente distante, e até por isso, não quer dizer nada. Na medida em que é o controlador do grupo, não havia necessidade de defenestrar uma marca conhecida e consagrada, e assim, Arezzo deveria ter permanecido. Talvez com o tempo isso acabe acontecendo. Mas, em meio a fortíssimas emoções, muitas vezes não consegue se respirar fundo, conter o entusiasmo, e tomam-se decisões que só deveriam acontecer em momentos de absoluto equilíbrio e total lucidez.
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