A mudança da forma de se alimentar do ser humano. No mundo, e muito especialmente, no Brasil
Dentre todos os hábitos, comportamentos, expectativas, desejos e necessidades do ser humano, comer figura no topo de todas as tabelas. E no correr dos últimos séculos, a forma de preparar, fazer e consumir a comida foi passando por sucessivas mudanças e evoluções na cadeia específica.
Da matéria-prima, passando pela limpeza e preparação, pela cocção, pela apresentação, pelo consumo. Mas, e na quase totalidade das situações, ou comia-se em casa, ou nos restaurantes, bares e padarias.
E nada mais evoluiria que dentro desse roteiro, não fosse o tsunami tecnológico, a comunicação a distância, a integração pessoas/motos e bikes, e, em menos de 20 anos, tudo passando por reinvenção e mudanças no conjunto da cadeia de valor da alimentação. E, de quebra, uma pandemia pelo caminho…
Os números das mudanças – mais o que ainda vem pela frente – são, de um lado devastadores em relação ao que era –, e instigantes e revolucionários, em relação ao como será, ou, para onde se encaminha. E pra agregar mais pimenta na revolução, e energia na velocidade da mudança, repetimos, a pandemia.
Isso posto, os números são superlativos e não pararão de crescer tão cedo. Há 20 anos o business da comida a distância era específico das grandes cidades – no máximo 400 em todo o Brasil, e mais restrito às capitais. No total, falávamos de um mercado na ordem de R$10 bilhões.
Em 2019, e antes da pandemia, esse número tinha se multiplicado por 10. Totalizava R$107 bi. e a previsão para 2023 era de R$154 bi. E que foi superada!
Segundo as empresas que medem esse business da alimentação, hoje o número de brasileiros que recorre regularmente ao delivery é da ordem de 12 milhões. Com a previsão de crescer mais de 6 vezes nos próximos dois anos, e fechando 2024 acima de 80 milhões. E no início do processo tudo era adaptado. Com o adensamento do business tudo passou por mudanças radicais.
Em matéria na revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, o registro de 6 dentre as principais tendências para os próximos anos:
‒ Embalagens mais que aperfeiçoadas – Que suportam, dignamente, produtos quentes e frios, e impedem a passagem ou vazamento de líquidos;
‒ Adeus ao plástico – Todos aplicativos de entregas correndo para eliminar as embalagens de plástico. O principal aplicativo, iFOOD deu-se um prazo até 2025 para dar fim, definitivamente, às embalagens com plástico.
‒ Entregas sustentáveis – migração gradativa das frotas de entrega eliminando por completo os veículos que funcionam a base de combustão, e, poluem.
‒ Tudo para viagem – Além dos mais que tradicionais pratos para viagem, da pré-história das plataformas de delivery – pizza/hamburguer e comida japonesa – tudo é passível de ser pedido, e, entregue: churrasco, menus-degustação, aperitivos, bebidas.
‒ Dark Store – Mini centrais de produção estrategicamente localizadas, melhorando a performance do delivery em 100%.
‒ Mergers & Acquisitions – nos próximos três anos sucessivos negócios de fusão e aquisição possibilitando maior integração e eficácia dos diferentes anéis de toda a cadeia da alimentação.
Há 50 anos, nada disso existia, além das pizzas do lanche do domingo à noite… lembra?…