BUT – BUSINESS
TRENDS 01/2022 – JAN/FEV2022
Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos,
registros no ambiente de negócios no Brasil e no mundo. Um trabalho de
pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing,
a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia
da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do
maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER.
1 – VAI ACABAR EM PIZZA, CASAMENTO, OU
PORRADA?
No jogo da concorrência vale tudo, por mais que se procure preservar as aparências. Assim, e diante de todas as empresas do território da aviação comercial absolutamente debilitadas, em maiores ou menores proporções, muitas passam os dias esperando por um milagre, outras em busca de uma tábua de salvação, e outras acreditando que poucas sobreviverão, e, assim, nada melhor que converter-se num problema/desafio maior, comprando empresas debilitadas.
E aí a LATAM mergulhou em recuperação judicial nos ESTADOS UNIDOS,
e, imediatamente, a AZUL decidiu partir para o ataque, dispondo-se,
publicamente, a comprar a operação da LATAM no Brasil.
E a LATAM engoliu essa manifestação pública durante dois meses,
mas, e cansada de uma espécie de “bullying corporativo”, veio a público,
através de seu presidente da LATAM BRASIL, JEROME CADIER, para manifestar a
posição de sua empresa.
Disse CADIER, “As provocações ou ofertas da AZUL estão fora de qualquer consideração. A AZUL faz isso porque morre de medo da concorrência…”.E procurou dirigir a opinião pública contra a AZUL, “A AZUL defende o monopólio, e isso é um absurdo. O que quer mesmo é aumentar as tarifas, e para isso precisaria diminuir a concorrência. Isso é bom para os acionistas da AZUL e péssimo para os passageiros, os que compram os bilhetes…”.
A verdade verdadeira de toda essa questão é que estamos
testemunhando blefes e contrablefes de rotos e esfarrapados.
Empresas, como todas as demais, destruídas pela pandemia, e na
busca de alguma tábua de salvação para uma derradeira tentativa de
sobrevivência.
A propósito, e em meio a maior crise da aviação comercial dos
últimos 50 anos, no dia 2 de maio de 2020, absolutamente consciente da
devastação que se abateria sobre as empresas aéreas em todo o mundo, o mais
respeitado dentre os gestores de investimentos do ocidente deu a ordem: VENDAM
TODAS AS AÇÕES DE AÉREAS DA CARTEIRA DA BERKSHIRE HATAWAY.
Naquele momento, WARREN BUFFETT, declarou, “Decidi vendermos todas
as ações que possuíamos das quatro empresas aéreas”.
Depois de anunciar um prejuízo histórico de US$49,7 bilhões,
declarou:
“Durante anos evitei investir em empresas aéreas. Em 2016, não
resisti e investi um bom dinheiro de nossos investidores em quatro empresas
aéreas. ERREI FEIO. Não deveria ter investido nem na AMERICAN, DELTA, UNITED,
SOUTHWEST e em nenhuma empresa aérea. É um risco gigantesco e
desproporcional…”.
2 – A NOVA CAOA
Nem melhor, nem pior, diferente. E, se maior, só o tempo dirá.A liderança de CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA ANDRADE, que faleceu na madrugada do dia 14 de agosto, sábado, e foi enterrado no Cemitério do Morumbi, criou enorme expectativa em relação ao desempenho do GRUPO que leva suas iniciais, CAOA, em todos os próximos anos.
Uma certeza, não será igual. CAOA era único. E assim, e agora sob
o comando de seus filhos e executivos, a expectativa é muito grande.
De alguma forma, e como uma espécie de derradeira homenagem ao
empresário que notabilizou-se por seu desempenho no complicado e
concorridíssimo negócio de automóveis, nos jornais de semanas atrás um anúncio
descrevendo a performance da CAOA em seu mercado de atuação.
CARLOS ALBERTO despediu-se vendo sua empresa subir mais um degrau
no ranking das marcas.
Em 3 anos, foi superando algumas das principais marcas do mundo em
nosso país.
Em maio de 2018, ocupava a 20ª posição, com 0,26% de participação
de mercado.
Em julho de 2018, ultrapassou KIA, VOLVO e LAND ROVER, chegou a
17ª posição, com 0,41%.
Um mês depois, agosto, supera a MITSUBISHI, MERCEDES-BENZ e AUDI,
passa a deter 0,52% de participação, e ocupa a 14ª posição.
No mês seguinte, passa a BMW, e chega a 13ª posição, com 0,58%.
No mês de março de 2019, salta para a 12º posição com 0,83% de
mercado, e supera a PEUGEOT.
Já no mês de setembro de 2019, ultrapassa a CITROËN, com 0,98% de
mercado e passa a ocupar a 11º posição.
Março de 2021, supera a FORD, e assume a 10ª posição, com 1,73% de
mercado.
E, poucos dias antes da partida de CARLOS ALBERTO, ficava claro
que a CAOA ganharia mais uma posição.
E assim aconteceu.
Contabilizados os dados de agosto de 2021, a CAOA saltou em
participação de mercado para 3,93%, superando num salto só CHEVROLET e NISSAN
com quase 4% de participação de mercado.
E aí partiu CARLOS ALBERTO.
Fica o desafio para seus sucessores e herdeiros. Filhos e
profissionais.
A trajetória dele, Sr. CAOA é recheada de histórias, acusações, e
infinitas conquistas.
Enquanto nenhuma das acusações converter-se em condenação, prevalecem
seus feitos que são muitos e espetaculares.
3 – MC APRENDIZADOS
Agora, que a pandemia ameaça iniciar o processo de retirada ou
despedida, começamos a colecionar os sofridos aprendizados de dias difíceis e
complicados.
No final de 2021, PAULO CAMARGO, CEO da ARCOS DORADOS, leia-se
McDonald’s,
53 anos, compartilhou alguns de seus aprendizados com os leitores
da FOLHA, e em entrevista para DANIELE MADUREIRA.
Separamos, analisamos e agora comentamos com vocês as declarações
que consideramos importantes para todos que acompanham nossas reflexões.
– COMO SE COMEÇAR NUMA EMPRESA que, de verdade, é um ponto de
venda na sua expressão máxima.
Conta PAULO, “Estou há 10 anos no McDONALD’S. Fiquei o primeiro
ano todo praticamente em treinamento para assumir a vice-presidência de
operações. Passei os primeiros seis meses dentro de um mesmo restaurante, até
assumir a gerência da loja – somos assim, esse é o nosso jeito, treinamos
exaustivamente até assumirmos a função.
Na sequência contratamos uma empresa no sentido de criarmos uma
nova estratégia e modernizarmos a marca. E é o que temos feito desde então…”.
– A DECISÃO DE APORTUGUESAR O MÉQUI…
“Gradativamente fomos ajustando nossa estratégia, nosso tom de
voz, para permanecermos cada vez mais próximos do cliente.
O Mc trazia alguns nomes complicados que provocavam certo
distanciamento. Somos fanáticos por pesquisas. Fazemos mais de 1 milhão de
entrevistas por anos. E foi ouvindo o cliente que constatamos ser MÉQUI a
maneira natural das pessoas referirem-se ao McDONALD’S.
Em verdade, nos últimos 5 anos, sentíamos o cliente pedindo por
mudanças. Tinha a tal da fila 1, para pedir e pagar, e a fila 2 para receber o
sanduíche, os funcionários tinham que repetir “batata acompanha?”…
“Somos um negócio de gente, 50 mil pessoas no Brasil atendendo e
servindo milhões de clientes por dia… Faltava mais autenticidade… Dar mais
liberdade para o funcionário falar do jeito dele, por exemplo…”.
– A PANDEMIA
“Todo o planejamento que fizemos para 2020 foi jogado fora. Fomos
ouvir franqueados, gerentes, aprender com a experiência da McDONALD’S
CORPORATION da pandemia em países asiáticos, reunimos o time e refizemos os
planos. No último trimestre de 2020, já estávamos com 90% do faturamento do
mesmo trimestre do ano anterior. Adotamos a estratégia 3D – DELIVERY, DRIVE-THRU
e DIGITAL.
Até meses antes, delivery e drive-thru eram segmentos exclusivos
dos restaurantes…
– O FUTURO
“O que antes era marketing massivo, agora é personalização
massiva. O mundo do delivery veio para ficar enquanto muitas pessoas recusam-se
a ser atendidas por totens. Querem gente. Assim, teremos que seguir respeitando
as diferenças… Quanto ao cardápio, claro, sempre com novidades, mas, e não
paramos de inovar, 80% de nossos clientes pedem BIG MAC, QUARTERÃO e CHEDDAR.
Além de McFRITAS…”.
4 – O MAGNETO IRRESISTÍVEL
Se há 30 anos alguém dissesse que passaríamos a maior parte do dia
olhando para a palma de nossas mãos, onde se encontraria um objeto
irresistível, não conseguiríamos imaginar do que alguns malucos estavam
falando.
Aconteceu, existe, chama-se celular ou smartphone, e ano após ano
passamos mais tempo olhando em sua direção e fixados na sua telinha.
Estudo divulgado no final do ano passado pela APP ANNIE INTELLIGENCE,
revela que apenas nos últimos 3 anos, o tempo que as pessoas passam grudadas ao
celular aumentou em 45%, e o Brasil – e os brasileiros – e de forma destacada,
assumem a primeira posição do ranking global, ultrapassando os indonésios.
Em 2019, os brasileiros passavam 3,8h por dia no celular. Em 2020,
esse número subiu para 4,8h, e em 2021, totalizou 5,4h diárias.
Depois, e pela ordem:
Indonésia – 5,3h Índia – 4,9hCoreia do Sul – 4,8h México – 4,7hTurquia – 5,4h Japão – 4,4h Canadá – 4,1h Estados Unidos – 3,9h e, Reino Unido – 3,8h
E, como não poderia deixar de ser, o celular é hoje disparado a
causa número 1 de acidentes, trombadas, atropelamentos, quedas e mortes em
nosso país.
5 – COMUNICAÇÃO ABAIXO DE ZERO
As instituições financeiras, que mexem com o mais que sagrado
dinheirinho das pessoas, têm habilidade próxima de zero no tocante a
comunicação.
E aí, meses atrás, algumas dessas instituições mudaram os cartões
de plástico, pura e simplesmente mandaram os cartões novos, e as pessoas
descobriram, mais que assustadas, que os pagamentos não precisavam mais de
senha, e era suficiente aproximar o cartão das maquininhas.
Não conhecemos uma única pessoa que não tenha levado um susto,
ficado nervosa, e dado uns gritos de pavor.
Em pleno pico de golpes e trambiques, bancos e administradoras de
cartões brincam e desrespeitam seus clientes.
De uns meses para cá, não se fala de outro assunto nas páginas de
DEFESA DO CONSUMIDOR das plataformas de comunicação.
No jornal O GLOBO, DEFESA DO CONSUMIDOR, de 15 de agosto o depoimento
da carioca ROSANGELA DUARTE:
“Levei um susto no caixa de uma lanchonete quando o atendente devolveu o cartão já com o comprovante da transação impresso pela maquininha, e sem que eu tivesse digitado a senha. Não sabia que estava ativada a função de PAGAMENTO POR APROXIMAÇÃO, não pedi para o ITAÚ fazer isso, o ITAÚ não me avisou, sequer sei o limite para pagamento sem senha… Vou desabilitar ontem…”.
Assim, e sem que as pessoas fossem minimamente informadas, e
segundo a ABECS – Associação de Cartões de Crédito, o pagamento por aproximação
é a modalidade que mais cresce hoje no Brasil.
Apenas no mês de junho passado foram registradas 112 milhões de
transações, sete vezes mais do que um ano antes.
O PROCON do PARANÁ decidiu conferir e fez uma pesquisa com 1.000
possuidores desses cartões.
77,4% disseram não ter recebido nenhuma comunicação do banco
orientando sobre a nova modalidade, e 76,7% não tinham a mais pálida ideia do
valor máximo para esse tipo de transação…
Ou seja, e definitivamente, e fato esse que só se agrava, os bancos
acreditam que as pessoas já nasceram sabendo e não necessitam serem comunicadas,
muito menos orientadas.
6 – A JUSTIÇA VELHA E CAQUÉTICA
Em sentença estapafúrdia, a GOL foi condenada a pagar maquiagem e
depilação de suas profissionais.
Mais adiante, e com esse tipo de estupidez monumental, a Justiça
vai exigir de todas as empresas que paguem pela água do banho, sabonete e
desodorante de seus funcionários.
Amigos, a Justiça do Brasil é uma lástima. O mínimo que se espera
de um ser humano com um mínimo de autoestima e alegria de viver, é
apresentar-se, para os demais humanos, da melhor forma possível.
Segundo a Justiça do Trabalho do Brasil, quando uma pessoa
ingressa numa empresa, o contrato de trabalho cobre apenas a pessoa como chegou
ao mundo.
E é o que vai acontecer seguindo-se a decisão patética da Justiça.
As empresas a partir de agora contratam as pessoas ao natural,
como chegaram ao mundo. Nuas e sem as mãos nos bolsos. Peladas.
Tudo o que trouxerem consigo, quando chegarem para o primeiro dia
de trabalho, a empresa precisa pagar ou ressarcir.
A Justiça brasileira vai conseguir o que nenhuma outra justiça do
mundo conseguiu: convencer as empresas que o melhor a fazer é só contratar
robôs…
Claro, até o momento em que os robôs não descubram a patética e
escatológica Justiça do Não Trabalho, e comecem a ganhar ações para a compra de
óleo lubrificante, troca de chips, e outros penduricalhos mais.
Na sentença histórica, que faz com que a Justiça do Trabalho do
Brasil seja a maior inimiga das empresas, e a maior incentivadora da robótica,
está escrito que a GOL terá que fazer o pagamento de indenização com despesas
para apresentação pessoal, bem como fornecer meios para a observância de seu
código de vestimenta e apresentação, inclusive quanto aos procedimentos
estéticos… Assim estabelece o pagamento de uma indenização mensal de R$220,00
por mês a cada empregada aeronauta…
Ah, mas na sentença a Justiça concedeu uma saída para a GOL.
Caso não queira pagar é só abrir mão do mínimo que se espera de um
ser humano que trabalhe e atenda o público. Que dispense seus profissionais de
virem trabalhar vestidos, de dentes escovados, cabelos penteados, e desodorante
dentro do prazo de validade…
Como disse PEDRO MALAN, assim como outros economistas brasileiros,
e definitivamente, “O Brasil é o país onde até o passado é incerto, o futuro
imprevisível, e o presente, talvez…”.
Quando se falava em insegurança jurídica até anos atrás eram de
questões mais importantes.
Hoje a insegurança jurídica começa nos mais básicos dos
comportamentos.
A higiene mínima que confere dignidade e apreço ao ser humano.
A Justiça brasileira defende e promove que os brasileiros sejam
praticantes fervorosos da autoflagelação…
Como diz CHICO BUARQUE na canção, MEU GURI: “Eu não disse, seu
moço, que chegava lá?”. Chegamos!
O BRASIL e sua Justiça acabam de provar que o fundo não tem poço,
ou melhor, que o poço não tem fundo… Ou melhor, acreditamos que da primeira
forma estava mais certo, o fundo não tem poço…
7 – MANCHETE PATÉTICA
No ESTADÃO de um domingo, a manchete de uma suposta grande matéria
e defesa de tese.
Diz: “DIGITALIZAÇÃO DA ECONOMIA LEVA DIRETORES DE TECNOLOGIA A
ASSUMIR CARGOS DE CEOS…”
Simplesmente absurdo. Bobagem descomunal.
Nenhum diretor de qualquer uma das ferramentas ou áreas da gestão,
pelo suposto domínio da ferramenta, está capacitado a liderar qualquer empresa.
A condição maior, suprema, definitiva, acima de qualquer
excelência numa das diferentes especializações, continua sendo, e sempre, a
CAPACIDADE DE LIDERAR E COMANDAR SERES HUMANOS.
Sem essa qualificação, nem os “Pelés da tecnologia”, estão
preparados e têm a competência mínima necessária para comandar quem quer que
seja.
Muitas vezes, nem mesmo a área onde é craque, especialista, nem
mesmo para ser CTO. Apenas isso.
Para liderar, pessoas capacitadas a fazer com que seus comandados,
empolgados, comprometidos, entusiasmados, e felizes, de forma natural, sigam
seu direcionamento e comando.
8 – ESMOLA, BACIA DAS ALMAS, CALA A BOCA
Sem pompas e muito menos circunstâncias, 20 organizações da
imprensa brasileira fecharam parceria com o FACEBOOK.
Briga que vinha de longe terminou num troco de R$13,7 milhões a
serem divididos entre as 20 organizações, e o que resulta num valor pífio para
cada uma delas.
Dentre outras organizações, no acordo onde literalmente ”entregam
a alma ao demo”, figuram, ESTADÃO, FOLHA, ABRIL, BANDEIRANTES, RBS e UOL.
Três explicações para:
A primeira é que com acordo ou sem acordo o “FEICE” continuaria a
se apropriar do conteúdo editorial dessas empresas, e assim, melhor um acordo
que uma interminável e péssima contenda.
A segunda é que em tempos de seca, qualquer dinheiro ajuda.
E a terceira é que se trata de uma trégua provisória, enquanto se
aguarda por um maior e melhor acordo.
Seja como for, é simplesmente patético testemunharmos organizações
centenárias acordarem com redes sociais que nasceram anos atrás, e pela simples
razão que as centenárias foram míopes, em todas as dimensões, possibilitando
que as novas plataformas de comunicação alcançassem a importância e liderança
que têm hoje.
Especificamente em relação ao valor acertado, e diante dos números
do “FEICE”, repetimos, uma singela e patética esmola.
9 – HOSPÍCIO PÃO DE AÇÚCAR
Tudo bem que a situação do grupo CASINO, na FRANÇA e outros países,
é difícil, mas deveria, se sobrasse um mínimo de juízo a seus dirigentes,
preservar talvez a sua principal galinha de ovos de ouro, o PÃO DE AÇÚCAR.
O PÃO DE AÇÚCAR sempre foi o sonho de todas as demais organizações
supermercadistas.
Construído e posicionado nos melhores e mais estratégicos espaços
muito especialmente da cidade de São Paulo, totalmente voltado para as pessoas
que têm dinheiro, classes A e B, nadava tranquilo e de braçada num quase que
oceano azul. Verde, talvez, pelas cores do Pão de Açúcar.
Depois que o CASINO conseguiu concretizar a compra, e não obstante
todas as manifestações de arrependimento de ABILIO DINIZ, o PÃO DE AÇÚCAR do
CASINO viveu seu ápice, momentos de glórias, e brilhava de forma intensa e
espetacular.
Tudo o que fazia dava certo, inclusive na melhor e mais bem-sucedida
operação de vendas de produtos através de cupons de compras e álbuns, nos quais
as pessoas iam colando esses cupons ou selos.
E aí a crise na FRANÇA gradativamente foi chegando ao Brasil e os
pés sendo enfiados pelas mãos.
Durante duas décadas construiu, a partir dos tempos do ABILIO, o
melhor e mais invejado programa de loyalty dentre todas as demais empresas.
O Pão de Açúcar Mais.
Hoje, seus clientes não sabem mais exatamente a que programa
pertencem, na medida em que fez parceria com a RAIA DROGASIL e criou o programa
STIX.
No lançamento, o “release” das duas empresas dizia: “Com 60
milhões de clientes, a STIX opera como uma carteira única de pontos, e que
conta com o EXTRA, PÃO DE AÇÚCAR, DROGASIL e DROGA RAIA.”
Naquele momento o PÃO DE AÇÚCAR já anunciara uma nova promoção com
a coleção de selos para a compra de talheres que foi cancelada para decepção e
revolta de seus clientes mais que acostumados com os selinhos a cada final de
compra.
Mas, como caos pouco é bobagem, o PÃO DE AÇÚCAR, GRUPO CASINO no
Brasil, conseguiu se superar. Mergulha no caos e tenta convencer seus clientes
de décadas a mergulhar junto.
Estadão, sábado, 18 de setembro de 2021, caderno Economia, página
B7, matéria assinada pela jornalista TALITA NASCIMENTO. O título já provoca nos
clientes normais do PÃO DE AÇÚCAR arrepios, comichões e perplexidades. E não
por culpa da TALITA, que procurou desempenhar sua função da melhor maneira
possível. É que o PÃO DE AÇÚCAR VIROU UM HOSPÍCIO mesmo.
O título diz: “GPA FARÁ ENTREGA PARA LOJISTAS DE SEU
MARKETPLACE…”
E agora, e no texto, vamos transcrever um pouco para que vocês não
sintam tonturas:
“O GRUPO PÃO DE AÇÚCAR (GPA) anunciou ontem que seu marketplace
terá uma plataforma que atenderá os lojistas que precisarem dos serviços de
envio… No próximo ano, a companhia passará a oferecer a possibilidade de que
os lojistas virtuais armazenem produtos nos centros de distribuição do GPA.
Depois, e no estágio mais avançado do programa, lojas da rede serão
transformadas em agências onde os parceiros poderão deixar seus produtos e os
clientes, retirá-los…”.
Mas, não para aí o que o PÃO DE AÇÚCAR anuncia que passa a fazer.
Diz: “A princípio, serão dois serviços: o de entregas e o de postagem. No
primeiro caso, a malha logística do GPA retira a mercadoria no endereço do
lojista e faz a entrega ao cliente. No segundo, o vendedor pode usar a tabela
de preços da companhia, que é mais barata, para enviar seus produtos pelo
CORREIOS…!”.
Pode gritar SOCORRO! Sim, bem alto…
Mais alto ainda… SSSOOOCCCOOORRORORORO!!!
Nossa total solidariedade à TALITA NASCIMENTO, que deve ter
sofrido para escrever a matéria. Nem mesmo as pessoas que trabalham no PÃO DE
AÇÚCAR – conhecemos algumas – conseguem entender o que é o PÃO DE AÇÚCAR hoje.
E, concluindo seu esforço supremo, TALITA terminou dizendo: “A
expectativa da companhia é de que os serviços diminuam em até 40% o custo do
frete para os consumidores e em 25% os prazos de entrega atuais, além de
possibilitar um aumento de 40% na capacidade de volume de entregas…”.
TALITA, mesmo que aconteça alguma economia, esse valor e duas ou
três vezes mais terá que ser investido no tratamento mental de todos os
envolvidos.
Terminamos com algumas palavras em francês em respeito ao momento
que vive o PÃO DE AÇÚCAR no Brasil, em decorrência do desvario que hoje
pontifica nas decisões do GRUPO CASINO: FOLIE, FOU, DINGUE, INSENSÉ, FOLLE,
DELIRE, DEMENCE, CINGLE, DEBILE, IDIOT, BETISE, DELIRANT…
10 – MERCADÃO LIVRE
Neste mês retornamos ao tema dos MARKETPLACES, e agora e mais
especificamente do MERCADO LIVRE.
A quantidade de SELLERS, vendedores, no MERCADO LIVRE, é
absolutamente desproporcional em relação a todos os demais MARKETPLACES, e em
decorrência de sua gênese.
No início, qualquer pessoa que pretendesse vender o que quer que
fosse poderia ser um SELLER no MERCADO LIVRE, e, assim, para lá embarcaram
todos os tipos de vendedores, com e sem qualidade, e um número expressivo de
bandidos, que, com o tempo, e processos rigorosos de saneamento, foram sendo
excluídos.
Para se ter uma ideia da desproporção, enquanto os demais MARKETPLACES
falam em centenas de milhares de SELLERS, o MERCADO LIVRE fala de dezenas de
milhões.
E assim, e dando sequência a seu processo de limpeza ampla, geral
e irrestrita, periodicamente, e seguindo sua COMPLIANCE POLICE, o MERCADO LIVRE
divulgou resultados regulares de faxina.
No segundo semestre de 2021, divulgou seu SEGUNDO RELATÓRIO DE
TRANSPARÊNCIA NA AMÉRICA LATINA, e onde escancara seus números, e de certa
forma dizendo a seus concorrentes, “vocês ainda não passam de pixotes diante de
minha dimensão”.
No primeiro semestre de 2021, o MERCADO LIVRE, em sua exuberância,
registrou 267,4 milhões de anúncios ativos, exclusivamente no Brasil. E, desses
quase 270 milhões, pouco mais de 3%, 9 milhões foram moderados – excluídos ou
corrigidos – por infringirem as regras.
Principais ocorrências, ou, onde os pequenos bandidos do digital e
do comércio eletrônico atuam com maior frequência:
– Cursos e livros digitais piratas;
– Conteúdos adultos classificados de forma incorreta;
– Venda de remédios que necessitavam de receitas;
– Outros tipos de falsificações.
Desses 9 milhões moderados, 8,5 milhões foram detectados
automaticamente pelos mecanismos de proteção da plataforma, por seus algoritmos.
E 500 mil decorrentes de denúncias.
Segundo o MERCADO LIVRE, seu sistema de proteção e a qualidade e
consistência de seus algoritmos, garantem o rastreamento e a detecção em menos
de um segundo de cinco mil variáveis removendo no devido tempo toda e qualquer
violação as seus TERMOS E CONDIÇÕES DE USO…”.
Pelos últimos dados disponíveis, o MERCADO LIVRE possui hoje um
total de mais de 300 milhões de anúncios ativos, sendo, mais da metade, no
Brasil.
DRUCKER´S MONTHLY
No episódio deste mês, e dando continuidade ao tema recorrente de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER, LEGADO, resgatamos uma importante reflexão e conselho de nosso adorado mestre, e para todos nós, profissionais, empresários, e acima de tudo, SERES HUMANOS.
O mestre lembra-se e fala sobre seu professor de religião, dizendo: “Quando eu tinha 13 anos, um professor de religião, o Padre Pflieger, entrou na classe dos meninos perguntando, ‘Pelo que você deve ser lembrado?’. Nenhum de nós, evidentemente, respondeu. Então ele riu e disse, ‘Eu não esperava que vocês fossem capazes de responder. Se vocês não conseguirem responder a essa pergunta quando tiverem 50 anos terão desperdiçado a vida…’”.
“Se você tiver sorte”, conclui DRUCKER, “alguém com a autoridade moral do Padre Pflieger lhe fará essa pergunta bem cedo, para que você a repita pelo resto da vida.” E vocês, queridos amigos que nos acompanham, já se fizeram essa pergunta?