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O mundo das cápsulas, ou, a tríplice coroa da Nestlé

O mundo das cápsulas começa no ano de 1970, quando a Nestlé constituiu uma primeira equipe de técnicos para correr atrás de uma hipótese. A hipótese de se criar uma máquina para uso das pessoas, famílias e empresas, também, e que conseguisse produzir um café igual, ou melhor, ao tirado pelos melhores baristas. Todo o trabalho consumiu mais de uma década. Um primeiro protótipo ficou pronto em 1976, a partir do qual a Nestlé requereu a devida patente. 10 anos depois, 1986, decidiu constituir a Nespresso, na cidade suíça de Vevey, em parceria com um fabricante local, a Turmix, começando com uma operação piloto de venda do sistema Nespresso – máquinas + cápsulas – na Suíça e na Itália. Antes da virada da década foi lançado nos Estados Unidos. Exatamente na semana em que o Francisco Madia e o Fabio Madia estavam em Nova York, e conheceram o lançamento no Bloomingdale’s, da 3ª com a Lexington. “Quando fomos nos aproximando do lugar de degustação, aquelas cápsulas metálicas em caixas de madeira mais lembravam bombons…”, contam os Madias. Desde então o business das cápsulas invadiu o mundo, e escalou numa velocidade espetacular. De certa forma, e para dezenas de produtos, começamos a viver o mundo das cápsulas! Mesmo improvável, especialistas garantem que em questão de anos daremos fim às garrafas de refrigerantes, sucos, demais bebidas. O fim do transtorno da logística e distribuição para os fabricantes. O fim de garrafas e latas pesando entre 300 e 700 gramas, substituídas por cápsulas que pesam menos de 10 gramas. E com as máquinas nas casas, “tirando” as diferentes bebidas na hora. Mas, e como não poderia deixar de ser, e na medida em que as patentes da Nespresso expiraram, e hoje existem milhares de empresas que envasam cafés, chás e outras bebidas em cápsulas, vivemos o desafio do descarte. Que, pressionadas, e finalmente, as empresas começam a encarar. Semanas atrás, a Nestlé publicou um encarte nos jornais comentando sobre como vem procedendo para atenuar o acúmulo de cápsulas pela natureza. Demorou, em nosso entendimento para a Nestlé tomar essa decisão e começar a movimentar-se, mas parece que desta vez, e devido a pressões de diferentes organismos, o desafio será encarado com maior responsabilidade. Semanas atrás fez parceria com o Pão de Açúcar para receber o descarte em algumas lojas na cidade de São Paulo. De qualquer maneira, e esse mérito jamais poderá ser tirado, a Nestlé mudou para melhor, para muito melhor, a alegria e prazer de tomarmos um café de ótima qualidade, assim como a cultura de compra e consumo de bebidas. Talvez, nem mesmo a Nestlé tenha se dado conta da importância de sua inovação. E tenha demorado tanto para avançar e ocupar mais posições no território das bebidas, e muito especialmente, dos cafés. Nestlé, a mesma empresa que salvou a cafeicultura do Brasil no ano de 1929, a pedido do governo brasileiro, que não sabia o que fazer com os excedentes de café, em decorrência da quebra da bolsa em Wall Street, e com seu novo método de preparo naquele momento histórico, o Nescafé. O café solúvel. São poucas, raras mesmo, as empresas que conseguem associar de maneira consistente e forte sua marca com três alternativas de alimentos. A Nestlé conseguiu essa proeza. Relacionamos, reconhecemos e testemunhamos a autoridade da Nestlé, nos territórios do leite, do café, e do chocolate. Com total merecimento. Uma empresa tríplice coroada!
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Cleusa “Sodiê” a Cleusa que não é presentes… E que jamais considerou desistir…

Poucas mulheres empresárias tiveram sua história contada em prosa e verso, nos últimos 10 anos, como Cleusa Maria da Silva. Se vocês teclarem no Google seu nome, o buscador rei em frações de segundos registra 2.260.000 referências. Todas as das primeiras páginas do Google dizem respeito a ela. “De boia-fria a rainha dos bolos fatura R$ 290 milhões”, primeira busca a aparecer e de matéria do Uol. Na sequência vem o portal da Anamariabraga, Gazeta do Povo, Revista Claudia, Veja SP, IG, PME Estadão, e não para mais… Semanas atrás foi entrevistada pelo portal da Veja, em vídeo, e mais adiante ocupou as duas páginas da seção Primeira Pessoa da revista. E repetiu sua história de vida, emocionante e referencial, como a de milhares de pessoas, e onde a maioria fica pelo caminho, e os poucos como Cleusa que chegam lá têm o dever e a obrigação, ainda que isso resulte em benefício para o crescimento de seu negócio, de contar repetidamente para que inspire outras pessoas em situação semelhante. Como milhões de brasileiros uma infância pobre e sofrida. Morava no Paraná com pai, mãe e mais nove irmãos. Um dia o pai morreu, a mãe foi demitida e a família foi morar na casa dos avós, na cidade de Salto. Trabalhou nas lavouras de canas-de-açúcar durante 4 anos, cortando cana com as mãos e picada pelas abelhas. Um dia, uma tia pediu para a mãe deixar Cleusa ir com ela para São Paulo. Diante da recusa da mãe Cleusa ponderou “Mãe, não estou indo embora, apenas vou em busca de ajuda…”. Trabalhou como empregada doméstica em São Paulo, e mandava o salário para a mãe e a família. Fez supletivo à noite, concluiu o ensino fundamental, foi morar com um tio, arrumou emprego num escritório, mas teve que voltar para Salto. Foi trabalhar numa empresa, morre o dono, e vai ajudar a viúva. Viúva que vivia de fazer bolos para fora… Diz Cleusa, “eu comecei a ajudar, e…”. Respira fundo, cria coragem, e, abre uma primeira loja. Um dia um cliente fiel falou sobre franquia… E hoje, 2020, Cleusa Maria da Silva, 53 anos, é dona de uma empresa que aproxima-se dos R$ 300 milhões de faturamento. 300 lojas pelo Brasil e uma primeira na cidade de Orlando, Estados Unidos. Difícil dizer qual foi o tipping point de Cleusa. Ou ponto de inflexão, ou momento em que a vida muda… Foram muitos. A morte do pai, a ida para Salto, o convite da tia para mudar-se para São Paulo, a morte do marido da patroa que fazia bolos… Mas tem um específico que em nosso entendimento, consultores da Madia, coroa melhor essa história de sucesso. Conforme Cleusa contou para Gisela, do caderno Pequenas Empresas do Estadão… Diz Cleusa, “O negócio foi batizado inicialmente de Sensações Doces, mas todas as tentativas de registro do nome eram barradas por uma multinacional. Um dia descobri que essa multinacional era a Nestlé. E que obstava meu registro por causa do Chocolate Sensação… Fiquei quatro meses sem dormir… Um dia minha advogada e amiga me entrega um guardanapo de pano escrito Sodiê. Juntou o nome de meus dois filhos, Sofia e Diego. No mesmo dia o nome foi aprovado. Até hoje me emociono quando conto essa história…”. Uma encantadora história que merece ser contada sempre. Quanto à epifania do naming, raríssimas vezes caminhos como o encontrado pela Sodiê funcionam. Felizmente, Cleusa e seu negócio inserem-se no território das exceções que fortalecem a regra. Jamais brinque ou improvise com a denominação que você venha a dar ao que quer que seja. É para sempre… Cleusa, a da Sodiê, Sofia e Diego, Mais que merece! Fez por merecer. Jamais considerou jogar a toalha.