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Negócio

O mundo das minorias ou, o mesmo e velho anormal…

Durante tempos as pessoas incomodavam-se com as tais minorias privilegiadas. Que por diferentes razões, principalmente econômicas, tinham acesso a determinados eventos, viagens, cerimônias, realizações, que os demais dos mortais não tinham… Uma espécie da chamada elite. Agora minorias são o supostamente e declarado novo normal. Em tudo, ou, quase. Sempre pequeno número de pessoas. No ano passado comentávamos com vocês sobre a vazante nos espetáculos ao vivo, muito especialmente em cinemas e teatros. Os cinemas vitimados pelo streaming, os teatros pelas dificuldades das pessoas, depois de muitas horas de trabalho, ainda encontrarem disposição para saírem, enfrentarem o trânsito uma vez mais, e pagar todos os custos inerentes. Muitas vezes, o preço do ingresso ou consumação era o menor dos custos. E assim, barbaridades foram sendo cometidas. E, pior ainda, declaradas e assumidas publicamente, como, produtores de espetáculos teatrais passarem a tesoura nos textos originais para fazer com que a trama coubesse em no máximo uma hora e meia, e sem intervalo. Com intervalo, metade da plateia saia e não voltava para segundos atos. Teatros monumentais, como por exemplo, o Metropolitan Opera House de Nova York, para 4000 pessoas, não conseguindo mais que 300 a 500 pessoas. Parece que já estavam treinando para a pandemia. Todos bem separadinhos como se anunciando a chegada da coronacrise e seu vírus desagregador. Em verdade, no Brasil, um dos poucos sucessos nesse território eram algumas exposições de arte. No retorno próximo, quando as coisas aproximaram-se do normal, aquilo que manifestava-se como uma evolução ou involução natural no hábito das pessoas escalou devido à covid-19. Conclusão, agora, e no retorno, o tal de novo normal dos espetáculos, número limitado de lugares nos cinemas e teatros, pessoas distantes nas filas para ingressarem e verem exposições de arte, ingressos sem papel e só nos smartphones, e, repetindo, Short is Beautiful, quanto mais curto um espetáculo, melhor. Ao menos, e enquanto foi proibido cantar Beijinho Doce, de João Alves dos Santos, mais conhecido como Nhô Pai (1912-1988). Gravado pela primeira vez em 1945, pelas Irmãs Castro. Provisoriamente, nem abraços apertados, nem sorrisos dobrados, e muitos menos amor sem fim. Provisoriamente, sem Beijinhos Doces… Só frios, insípidos, inodoros, e a distância. Definitivamente chamar-se isso de normal é uma “aberração”. É qualquer outra coisa menos novo normal. Apenas e tão somente, o novo e mesmo anormal de sempre… Nós não somos assim. “Me dê um abraço, venha me apertar, tô chegando…”. Vai passar, tem que passar…
Blog do Madia MadiaMM

Diário de um Consultor de Empresas – Edição de Natal – 24 a 28/12/2020

Francisco Madia comenta, LEMBRAM DE MARIO QUINTANA… “Não me ajeito com os padres, com os críticos e os canudinhos de refresco; não há nada que substitua o sabor da comunicação direta…” e eu acrescentaria, presencial, cara a cara, olhos nos olhos, e ainda juntaria os versos de NHO PAI, João Alves dos Santos, “Um abraço apertado, suspiro dobrado, amor sem fim…” Com exceção das milhares de empresas que vendem tranqueiras, todas as demais, que trabalham com produtos com valores inerentes e agregados em diferentes dimensões, e que se exponenciam no uso e nos serviços que esses produtos prestam, em algum momento terão que se revelar no ambiente analógico. Na verdadeira vida.