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Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 24/10/2024

Carro Popular, a repetição da tolice…
Negócio

Car: The dream is over

O sonho, se ainda não acabou por completo, reduziu-se e em muito. Durante décadas o sonho do brasileiro era ter seu fusquinha, seu Fiat, sua Kombi. E ainda, Romiseta, Gordini, Chevette, DKW, Monza… E assim, meses antes de completar 18 anos já tomava todas as providências para tirar a carteira de motorista. Com 18 anos, alguns segundos, minutos, dias. Há 10 anos a constatação nos Departamentos de trânsitos das capitais de Estado que os 18 foram virando 19,20,21,22,23,24 e hoje aproximam-se dos 27 anos. Na média, não mais de tirar carta aos 18 e sim, e quase, ou, a partir, dos 27… No início da década passada, e feito todos os planos, baseados na retrospectiva dos últimos anos e décadas, é que o Brasil alcançaria em 2019/2020, a produção e venda de sete milhões de unidades. Essa previsão foi realizada precisamente no mês de dezembro de 2013, mas, a cada dezembro seguinte foi revista para baixo, e chegamos ao final de 2020 produzindo, segundo a ANFAVEA – Associação Nacional de Fabricante de Veículos – 2.014 milhões de veículos – automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – ou seja, menos de 1/3 do que estimado em 2011… E desde o início desta década, antes e depois da pandemia, novos hábitos vão se consolidando, o que joga mais para baixo ainda as perspectivas da indústria automobilística brasileira. Desde uma atitude mais racional e objetiva do brasileiro que não sonha mais com o automóvel como acontecia 20/30 anos atrás – Automóvel ocupava a primeiro lugar disparado no sonho de consumo dos jovens, e hoje já não figura nas 10 primeiras posições – os que sonham em meio a pesadelos tiram carta com 27 e mais anos, e no pós-pandemia e com a adesão crescente das empresas ao home office, trabalho a distância, o carro vai despencando na prioridade das famílias… Ou seja, por razões conjunturais e estruturais o automóvel vai despencando na lista das prioridades e sonhos, e o Brasil, que um dia disse ter um potencial de produção e vendas de sete milhões de veículos ano, quem sabe agora, nem mesmo 2 milhões seja esse potencial. Por essa razão, e outras mais, e não obstante a falta de componentes eletrônicos, os pátios das montadoras que sobreviveram estão abarrotados, e muitas concedendo antecipação de férias… 12 das 17 fábricas decidiram interromper a produção por um prazo ainda não definido, e de olho numa eventual melhora nas vendas… Que nunca mais irá ocorrer de forma consistente… Fim de um ciclo. Os automóveis, como sonho de compra e uso dos brasileiros segue despencando na lista dos sonhos e prioridades. E quando excepcionalmente uma pessoa ou família sentirem necessidade, muito provavelmente não comprarão. Alugarão por um final de semana ou uma semana, no máximo 10 dias, ou se por alguma necessidade com alguma eventualidade, recorrerão ao CAAS – Car As A Service – carro por assinatura… Isso posto, Car, The Dream Is Over. Hoje, as indústrias de automóveis analógicas e do tempo da gasolina, encontram-se na situação descrita pelo poeta e compositor Paulo Leminski, “Acordei e me olhei no espelho ainda a tempo de ver meu sonho virar pesadelo”. Em verdade, verdade mesmo, temos uma única e derradeira exceção. Aquela que dá sustentação à regra. O ser humano mais criativo da face da terra, em termos de business, Elon Musk, e sua Tesla. Que fechou o ano de 2021 com um valor de mercado de US$800 bilhões – mais que todas as demais montadoras “analógicas” – da geração gasolina – somadas: Volks, Toyota, Honda, GM, Fiat, Chrysler, Mercedes, Nissan, Peugeot, Renault e Kia. Tesla que vai completar 20 anos no dia 1º de julho próximo, e que promete produzir e vender a partir de 2030, 20 milhões de carros por ano… Da geração dos elétricos…
Negócio

Negligência e omissão

Quase o nome de um filme… Dentre as marcas mais citadas por péssimas razões no ano passado figura nas primeiras colocações Takata. Isso mesmo, a Takata com seus airbags assassinos. Airbags esses que foram colocados em 4.352.428 veículos fabricados no Brasil e mais de 100 milhões em todo o mundo. Praticamente todas as principais montadoras eram clientes da Takata e de seus airbags assassinos. Dentre outras, Honda, Toyota, Nissan, Mitsubishi, Mazda, Subaru, BMW, Ford, GM, Fiat Chrysler, Volks. Airbags assassinos que em determinadas situações explodem como se fossem granadas e em situações excepcionais podem até mesmo matar as pessoas dentro dos automóveis. No Brasil, o último dado disponível e comprovado falava de 39 casos de explosão, com uma morte e 16 feridos. Os airbags possuem uma peça de metal chamada de deflagrador e que contém um elemento químico gerador de gás. Essa pecinha é que faz com que o airbag expanda-se imediatamente diante de qualquer acidente. Em algumas situações de colisão, o deflagrador defeituoso mais que liberar o gás, literalmente explode, rompe a bolsa e lança centenas de estilhaços de metal em alta velocidade contra os ocupantes do carro. E aí, cada uma das montadoras a seu jeito, e dependendo da qualidade de seus cadastros de clientes, e da relação que mantém com seus clientes, foi convocando para a troca, para o recall. Mas menos da metade dos proprietários de automóveis em risco atendeu à convocação. E de tempos em tempos, alguma montadora, advertida por seus advogados procura sensibilizar os proprietários para que agendem a substituição e reparo. No primeiro semestre de 2021, e no desespero, a GM deu início a uma promoção, diante do insucesso de iniciativas anteriores, tentando sensibilizar os proprietários dos 144.272 sedãs Classic, e 91.573 hatchs compactos Celta, que até aquele momento não tinham atendido a convocação, e para fazê-lo o mais rápido possível. E para tanto ofereceu a todos que atendessem o recall um vale combustível de R$ 500, e ainda concorriam ao sorteio de três carros zero-quilômetro. O hoje chamado “Affair Takata”, é, de longe, o maior cochilo jamais cometido por qualquer indústria. Todas as montadoras que compraram os airbags da Takata para seus diferentes modelos agiram, no mínimo, com negligência. E assim, e enquanto um último modelo continuar rodando com os airbags potencialmente assassinos, essas montadoras não dormirão tranquilas. Como era mais que esperado, a Takata não resistiu o tamanho da lambança, e declarou-se falida, e vendeu o que restou aproveitável de suas máquinas em instalações para a Joyson Safety Systems, uma vez que a marca não valia mais nada. E um documentário está sendo finalizado neste momento — Ticking Time Bomb – The Truth Behind Takata Airbags ou “Bomba relógio – a verdade por trás dos airbags da Takata”, onde revela-se, assim como aconteceu durante décadas na indústria de cigarros, os executivos da Takata sabiam dos elevadíssimos riscos que seus airbags representavam. E, mesmo assim, seguiram vendendo… Ou seja, o documentário deveria chamar-se negligência ou omissão. Melhor ainda, crime culposo. No dia 26 de junho de 2017, a Takata ingressou com pedido de falência. Seus airbags até hoje seguem ferindo gravemente, e até mesmo matando…
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 01/12/2021

PARTIU CAOA, COMO FICA A CAOA? Com o passamento do fundador, que deixou sua marca presente em todos os movimentos, ações, história e datas da empresa, a pergunta que fica é, COMO SERÁ A NOVA CAOA?