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Bebês de pandemia. Os nascidos entre março de 2020 a setembro de 2021

Segundo alguns psicólogos e demais estudiosos, existe uma geração definitivamente marcada em todo o mundo. Uma geração de um curto período de 18 meses. Os que nasceram e viveram seus primeiros meses numa bolha, distante dos demais seres humanos com raríssimas exceções. Os que gostam de batizar todas as gerações com denominações específicas, chamam esses muitos que nasceram nesses 18 meses de CORONIALS. Numa mesma casa dois irmãos. Um, Pedro, hoje com 5 anos, e outro, Manoel, com 2 anos completos. Quando Pedro nasceu foi uma festa. O mundo veio visitar seus pais, conhecê-lo e celebrar. Já quando Manoel nasceu só os avós e o irmão Pedro puderam vê-lo. Por poucos minutos. Exagerando, horas. Pedro precisou esperar mais de um ano para começar a brincar junto e a relativa distância. Em matéria de O Globo, assinada pela jornalista Constança Tatsch, alguns depoimentos de mães de um “bebê de pandemia”. “O meu primeiro filho teve muito mais contato com as pessoas. Vinham em casa, saíamos para passear quase todos os dias. Já com o segundo, só agora começo a receber as primeiras visitas e depois de tomar a segunda dose da vacina…”. De acordo com os neurocientistas, crianças pequenas além da presença dos pais, em especial da mãe e parentes próximos, precisa de estímulos. Quando isso não acontece o desenvolvimento é afetado. A convivência com mais pessoas revela quanto o universo e a vida são múltiplos… De verdade, as consequências dessa espécie de confinamento e ausência de vida só será sentido de forma mais consistente dois ou três anos depois. Muito especialmente pela falta de um convívio frequente e intenso com outras crianças. Pra piorar, e com os pais mais tempo em casa, e as crianças próximas, a exposição à televisão e outras telas é significativamente maior, que já não é bom em qualquer idade, muito especialmente na infância. É isso, amigos. Todos temos um encontro marcado, ao redor de 2040, com os moços de amanhã, crianças de pandemia, os tais Coronials.
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F.O.R.T.O

Artigos, conferências, debates intensificam-se diante da perspectiva da volta das pessoas ao trabalho presencial, e nas empresas. Falando sobre o tema, o presidente da ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria, disse: “A volta ao trabalho presencial traz todas as dificuldades decorrentes da transição. As pessoas, depois de meses trabalhando a distância, revelam-se mais sensíveis a palavras, tons de voz, contrariedades, estímulos. Quando nos recolhemos em casa, controlamos melhor o ambiente. Quando saímos, é como se estivéssemos em carne viva. Precisamos de calma e tolerância. Estamos destreinados da vida social…”. Repetindo, estamos destreinados da vida social… Em matéria de O Globo, o depoimento da psicóloga Grazieli Campello, 40 anos, e que segue trabalhando de casa, e com sessões on-line desde o ano passado. Disse que dias atrás foi perguntada por um de seus pacientes: “Então, Grazieli, quando voltaremos para as sessões presenciais?” E ela conta ao O Globo: “Aquela pergunta me deu um ‘tremelique’ interno. Sinto falta do consultório, da poltrona, do meu espaço, mas seria angustiante se tivesse que voltar amanhã, pensar no encontro com outras pessoas, ficar de máscara, o medo permanente da contaminação…”. Essa espécie de nova síndrome foi batizada nos Estados Unidos de FORTO – “Fear of Returning to the Office”. Sintomas do F.O.R.T.O? Pessoas não conseguem dormir na véspera de retornar ao escritório, passam mal, têm dor de barriga, dor de cabeça, taquicardia, sudorese, falta de ar… É isso, amigos. Ainda, e durante bons anos, e mesmo com a pandemia dominada, sua sombra permanecerá entre nós. Na semana passada ouvimos, circunstancialmente, de três empresários um mesmo depoimento. Profissionais que agradeceram e recusaram promoções temendo ter que retornar a práticas anteriores à pandemia, as chamadas práticas presenciais. Alguns, mais que recusar, demitiram-se…
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Terceira medicina

Na chamada terceira medicina, a medicina corretiva, que começa a florescer e já trazer seus primeiros e revolucionários resultados, a que permite corrigir, geneticamente, os eventuais erros que a natureza comete, não mais esperando para curar, mas antecipando-se e corrigindo e eliminando por completo as doenças, e que nasce a partir da conquista do genoma humano de 2003, a geneticista e pesquisadora da USP, Mayana Zatz, é uma dos expoentes. Acaba de lançar um livro onde fala especificamente sobre como poderemos viver mais e com melhor qualidade. Além das conquistas da medicina corretiva, o que mais podemos fazer. Mayana Zatz coordena o Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da Universidade de São Paulo. E o livro, em parceria com a jornalista Martha San Juan França, é “O Legado dos Genes”. Concedeu entrevista à Ana Lucia Azevedo de O GLOBO, e agora faremos uma síntese de suas manifestações mais importantes. E do maior e total interesse de todos nós. ‒ Mayana explicou por que envelhecemos? ‒ “Além de outros fatores, o envelhecimento começa nas células. À medida que se dividem, o DNA – material genético – pode sofrer quebras. Os jovens têm bons mecanismos de reparo. Os mais velhos, não”. ‒ Sobre a incidência do câncer ‒ “Na medida em que se dividem, as células vão acumulando mutações. Algumas, ofensivas. Como o câncer. Por essa razão é que o câncer é mais comum na velhice. É o organismo, com o passar do tempo, perdendo a capacidade de reação…”. ‒ Sobre a causa do envelhecimento ‒ “o envelhecimento está relacionado a uma dúzia de genes, e uma série de outros fatores. Alimentação, atividade física, estresse, saneamento, acesso aos serviços de saúde…”. ‒ Se estresse é só negativo, Mayana, disse … “Não, um pouco até que é positivo. Mas quando começa a tirar o sono é um problema preocupante…”. ‒ Sobre o segredo para se envelhecer com saúde ‒ “Manter a alegria de viver. Não é a velhice que nos torna chatos. São os chatos que também envelhecem. Os centenários são pessoas de bem com a vida e prezam relações familiares e sociais…”. ‒ E a respeito do Brasil, um País miscigenado, e o efeito em sua população ‒ “A maior parte dos estudos internacionais sobre genomas concentram-se em populações de origem europeia, 80% das amostras globais. O Brasil tem uma miscigenação única. Assim, não necessariamente, as descobertas feitas por outros países têm o mesmo significado por aqui. Nós estudamos o genoma de 1.200 pessoas com mais de 60 anos, a maior amostragem da América Latina. Descobrimos o assombroso número de dois milhões de variantes genéticas inéditas…”. Essa é Mayana Zatz, cientista, 75 anos, uma mulher bonita, que se cuida, e com muitos planos e ambição pela frente. E assim, inevitável a jornalista Ana Lucia Azevedo não lhe perguntar sobre os cuidados que toma para envelhecer bem. Mayana responde: “Nunca parar. Estou o tempo todo envolvida em novos e antigos projetos. Cuido da minha vida familiar e social, adoro estar com os meus filhos e netos. E também não deixo de lado a atividade física. Caminho cinco quilômetros todos os dias, e isso me ajuda a encontrar respostas para problemas, a ter novas ideias…”. O que todos deveríamos fazer, sempre.
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Osklen, o criador e a narrativa numa mesma pessoa

Como deveria ser sempre! A narrativa de qualquer marca de qualidade, minimamente de qualidade, começa pelo manifesto que seu criador um dia, ao acordar, endemoniado, ou empoderado, diz, inicialmente para si mesmo, e na sequência para todos ao redor, e mais adiante para sua cidade, país, mundo. Oskar Metsavaht é um desses que acordou endemoniado ou possuído e empoderado. Colocou para fora com sensibilidade e competência os sagrados delírios que povoavam seus pensamentos, e construiu uma das mais emblemáticas e legendárias marcas brasileiras: Osklen. Numa das edições de 2021 da revista dominical Ela, de O Globo, Oskar conta um pouco de como tudo aconteceu. Oskar começa sua narrativa, e que de certa forma é a nascente da narrativa de sua marca, pelo seu sobrenome, Metsavaht, que em estoniano significa Guardião da Floresta… E assim é, e declara-se, um guardião da floresta e da natureza, de uma forma sensível e verdadeira. Diz, “Ser 100% sustentável de uma hora para outra não é viável… Comece aos poucos… Foi o que e como fiz, em 1998, quando lancei as primeiras T-Shirts de algodão orgânico no Brasil…”. Onde se está errando na sustentabilidade… Segundo ele… “Não estamos errando. O que falta é compreensão do conceito de Desenvolvimento Sustentável Social e Ambiental. Não podemos nos esquecer que foi a relação do ser humano com a natureza a responsável pela evolução civilizatória e suas conquistas e consequências. Podemos utilizar os recursos naturais para o desenvolvimento econômico, desde que deixemos tudo igual ou melhor do que encontramos para as futuras gerações. Minha recomendação é ASAP2 – 1 – As Sustainable as Possible, e, 2 – As Soon as Possible”. Ser sustentável de uma hora para outra não é sustentável…O avô de Oskar… “Meu avô era estoniano ligado ao meio ambiente. Veio para o sul do Brasil garoto e nos contava histórias da natureza. Fomos algumas vezes à cidade de Torres e à casa do José Antonio Lutzenberger, um dos primeiros ecologistas brasileiros. No final dos anos 2000 convidaram meu pai para ser Cônsul Honorário da Estônia e me disseram, “Você tem que se orgulhar de seu nome. Graças aos Metsavahts, a Estônia é o país da Europa que tem a maior área de florestas milenares… Só fui entender a dimensão e importância desse orgulho quando comecei a viajar à Amazônia…”. A influência da Amazônia em sua obra… “Em 1994 fui com amigos biólogos. Quem chega a Amazônia se emociona com a riqueza da biodiversidade e das culturas indígenas. É impossível ficar indiferente a destruição, ao garimpo, desmatamentos. A gente sai de lá ativista. Encontrei na moda minha maneira de exercer isso. No ano de 2002 criei o movimento e-brigade, para sensibilizar a todos sobre o assunto. Lançamos uma linha de camisetas com referência a Convenção da Biodiversidade, a Agenda 21, e ao Protocolo de Kyoto. Sabem por que o protocolo de Kyoto é genial? Porque foi escrito por economista com espírito de sustentabilidade. Sintetizando, hoje, no planeta, existem empresas que estão em débito com a Humanidade, e outras que têm crédito. E ainda existem as neutras. E a moeda de troca é o “crédito de carbono”. Só fui entender isso numa viagem à Amazônia e depois que tomei Ayahuasca… No ano de 2016… Não me interesso por drogas, mas pelo ritual de expansão metafísica e espiritual…”. Quase no final de sua entrevista Oskar foi perguntado sobre sua suposta arrogância… “Começa pelo meu tamanho. Estou sempre olhando as pessoas de cima para baixo, não porque sou arrogante, apenas porque tenho 1,88 m de altura. E depois e ainda, pelo sotaque gaúcho que passa uma sensação de ‘brabo’ … E finalizou explicando porque sustentabilidade é tão caro… “Não é tão caro apenas no Brasil, é em todo o mundo. Sustentabilidade é inovação. Inovação custa caro. Os custos só baixam em larga escala…”. Ele, Oskar Osklen. A marca de sua própria marca. Parece óbvio. Mas, é uma raridade.
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Diário de um Consultor de Empresas – 08, 09 e 10/01/2022

BEBÊS DE PANDEMIA. Todos aqueles nascidos entre março de 2020 e setembro de 2021.Também conhecidos, daqui para frente, como CORONIALS!
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Diário de um Consultor de Empresas – 15/12/2021

AMARGO REGRESSO. Se o caminho de ida mergulhando na pandemia foi trágico, o de regresso, tentando voltar-se a uma situação da normalidade, definitivamente, não é fácil…
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Diário de um Consultor de Empresas – 08/10/2021

GOLDEN CROSS TENTA DAR A VOLTA POR CIMA. De R$2,5 bi de faturamento, e 7 milhões de clientes de 1977, a valores de hoje, para os atuais 318 mil clientes de agora, a GOLDEN CROSS tenta recuperar o tempo perdido. Possibilidades de sucesso próximas de zero. Mas todos tem o direito e o dever de tentar.
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Os novos, múltiplos e infinitos normais…

Num final da semana, e depois de uma série de pesquisas em busca de uma luz, acabamos, nós consultores da Madia, por encontrar numa pequena fresta no digital, no portal de O Globo, a manifestação sensível e natural de uma colunista que adoramos, Martha Medeiros. E aí, decidimos transformar a luz da Martha num post, que publicamos no Facebook e Linkedin, e que agora compartilhamos com vocês, de forma mais detalhada, porque refere-se à matéria-prima única e exclusiva de e para todas as nossas empresas. As pessoas – como somos desde algumas e muitas décadas. E por uma questão de vícios e tentativas tolas de nos enquadrarmos a um padrão que ficou no passado, ainda convivemos e temos enorme dificuldade em aceitar. E, em não aceitando, caminhamos para a esquizofrenia. E transferindo isso para nossas empresas e negócios. A dificuldade de compreender e aceitar que já estamos vivendo num mundo absoluta e radicalmente novo, e querendo que as pessoas – as próximas, as distantes, todas – permaneçam as mesmas, e se comportem, Incluindo nós, como éramos anos atrás. Impossibilidade absoluta! Sempre ouvimos falar na tal da multiplicidade, decorrente da individualidade. Só que morríamos cedo, antes de comprovar, e não dispúnhamos de mecanismos que exponenciassem essa multiplicidade. E hoje, com as medicinas preventiva e corretiva, caminhamos para passar dos 100 anos de idade, e mais adiante, talvez, morrer seja opcional. Meses atrás o mecenas e bilionário brasileiro Ricardo Brennand partiu. E além de deixar um legado nas artes simplesmente espetacular, teve o privilégio de conhecer uma tataraneta. Era tataravô. Mesmo tendo chegado e apenas aos 92 anos de idade… Mas, voltando, e agora, com o digital, tudo está disponível e acessível, claro, desde que consigamos romper com nossas barreiras culturais. Isso posto, e diante da importância do tema, compartilhamos agora com vocês o post que fizemos, sob a luz inspiradora da Martha Medeiros. Vamos lá. O tsunami tecnológico e seu impacto no comportamento das pessoas. Não é fácil conviver com uma nova realidade. Onde o novo padrão não só não é único, como, e além de novo, múltiplo. Décadas atrás existia o tal do certinho. E as vontades e desejos que ficassem sublimados. Tudo direitinho. Nas cidades dos interiores do Brasil e do mundo, quem era diferente ou que se trancasse, ou se mudasse para os grandes centros. Para esconder-se, e, se desse, procurar parecidos, iguais ou semelhantes. E aí veio o tsunami tecnológico. E as pessoas, muitas, continuam acreditando terem a capacidade de mudar pessoas, e tentar fazer com que todas caibam na velha moldura. Numa madrugada desta semana, às 04:08, uma luz. No portal de O Globo, e assinada pela Martha Medeiros. Se você ainda alimenta esperança de “ajustar” eventuais “desajustados” – lembre-se, os padrões, a propósito, o padrão, era outro. Assim, relaxe e ouça o que pensa a Martha. “Os padrões”, e Martha diz: ‘Ela tem 26 anos, é formada em Direito e trabalha num importante escritório. Namora um engenheiro de 28, os pais de ambos são amigos e a festa de casamento já está sendo planejada pelas duas famílias. Deram entrada num apartamento e dentro de dois anos ela quer engravidar’. Enfim, é uma garota fora do padrão, pois, hoje, quem está na casa dos 20 e 30 se encontra mais perdido que cebola em salada de frutas. Entrou numa faculdade e desistiu, tentou montar uma confecção e não deu certo, namorou cinco anos e não se envolveu, namorou três semanas e foi morar junto, separou e foi viver fora, voltou e continua sem planos, mas tudo bem é uma criança, recém fez 40. Seria este o novo padrão? Mas tem aqueles que não se sentem perdidos, apenas não têm como meta juntar dinheiro, preferem realizar um trabalho que faça diferença na sociedade. Não pretendem se sacrificar para comprar um teto próprio. Não sonham em ter carro. Não planejam formar família, ainda que, um dia, possa acontecer. Pra já, querem apenas estabelecer conexões, viajar, ter experiências. Talvez seja este o novo padrão: jovens atuantes, mas que não almejam chegar lá, pois ‘lá’ é uma abstração. Diferente dos paralisados. Estes também sonham em produzir alguma coisa, só não sabem por onde começar. Grudam o rosto no celular, só se relacionam de forma virtual, deixaram os amigos de infância pelo caminho e andam no máximo com um ou dois apáticos que também não sabem onde fica a saída de emergência dessa bolha. Precisam de um empurrão imediato. Parece uma sorte termos superado esta fase, não? Crescemos. Hoje temos uma vida estruturada e resolvida. Relação estável, endereço fixo, salário digno. Fazemos terapia, praticamos esportes e postamos maravilhas nas redes sociais: somos o protótipo da pessoa ajustada. Tão ajustada quanto a arquiteta que se divorciou do marido e hoje se relaciona com uma parceira do mesmo sexo. Tão ajustada quanto o jornalista que abandonou a profissão para se aventurar na política. Tão ajustada quanto o avô que fuma baseado, o padre que corre maratona escutando rock, a filósofa que dá cursos de sexo tântrico. A maturidade também não tem uma única face. O padrão único era cômodo. Jovens e adultos habitando um mundo previsível e imutável, testado e aprovado, que duraria para sempre, não tivessem sido atropelados pelo alcance ilimitado da informação, pela instantaneidade do tempo, pela diversidade dos costumes. Adeus, padrão. Não existe mais padrão. Agora cada um vive a seu modo, cada um inventa seu próprio destino. É um universo mais difícil, nem testado, nem aprovado, onde tudo pode ser realizado e não há garantia de final feliz, mas o durante tem sido inspirador. Não sei por que acho isso bom, mas acho.” Foi essa preciosidade que postou a Martha. É isso, amigos. Não existe e jamais existirá o tal do “novo normal”. O novo, ou novos normais, não são normais no sentido de uma uniformidade de pensamento e ação, de comportamento. São múltiplos e infinitos. E as tais pequenas turmas, grupos, crescem e multiplicam-se a perder de vista. Até anos, semanas, dias atrás, falávamos em multiplicidade considerando exclusivamente sinais aparentes e manifestos das pessoas, no tocante aos traços que se via, comportamentos e manifestações clássicas. Raça, sexo, preferências, times, partidos, e outras componentes. Hoje, sob o viés do comportamento, somos múltiplos e infinitos. E, mais adiante, e com o suporte da tecnologia, da inteligência artificial, finalmente constataremos na prática e na vida, o que sempre dizíamos mais como frase de efeito do que como crença. Somos únicos. Talvez esse seja o maior desafio que aguarda por todas as próximas gerações. Calma, a partir da nossa… Vamos enfrentar com galhardia, respeito, e acima de tudo, com sensibilidade. Nossas empresas e negócios dependem desse nosso – esse sim – novo entendimento, compreensão, e práticas decorrentes.
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“Eleitores confiam mais no jornalismo profissional”

No ano passado, a TV Globo e a Folha encomendaram ao Datafolha uma pesquisa patética. Cujos resultados não serviriam para absolutamente nada porque a premissa não existe. TV Globo e Folha queriam saber se os eleitores confiavam mais no jornalismo profissional do que nas redes sociais. Adivinhem o resultado? Claro, quase todos disseram confiar mais no jornalismo profissional. Rigorosamente pior do que perguntar para os macacos se gostam mais de jacas do que de bananas, para as pessoas se querem ter saúde ou ficar doentes, ir para o céu ou para o inferno… Na cidade de São Paulo, 41% dos eleitores confiam nos jornais impressos, 41% nos programas jornalísticos da TV, 29% em sites de notícias, 41% em programas jornalísticos de rádio. E apenas 6% confiam no Whatsapp, e 7% no Facebook. Na cidade do Rio de Janeiro, os números são próximos, semelhantes. Viram só! Os eleitores não confiam no “Feice” e no Whatsapp. E foram dormir, TV Globo e Folha, tranquilos. Mas não conseguiram fechar os olhos um único momento. Mesmo não confiando, os eleitores passam a maior parte do tempo no Whatsapp e no “Feice” do que na TV Globo, e raramente leem a Folha. Na hora da verdade e do que é relevante, do ponto de vista prático e da verdade factual e que é a que conta, o importante não é o que as pessoas dizem ou acham, é como se comportam… Numa das perguntas da pesquisa, que claro não mereceu nenhum destaque das empresas que a encomendaram, 55% dos eleitores no Rio e 47% dos eleitores em São Paulo leem notícias sobre as eleições nas duas redes sociais, e, 20% deles disseram repassar ou compartilhar as notícias… Isso posto, e ao publicarem o resultado da pesquisa, no caso O Globo, cometeu, e no mínimo, fake news. Mentiu grosseiramente ao afirmar que “Datafolha confirma, eleitores confiam mais no jornalismo profissional.” Faltou dizer que sim, confiam, mas a grande maioria informa-se nas redes sociais sobre as eleições e compartilha o que vê com seus amigos e parentes… O que é que eu acho? Eu acho lamentável que esse seja o comportamento da grande maioria dos eleitores. Adoraria que não só dissessem confiar mais no jornalismo profissional, em fontes em tese íntegras e fidedignas, mas o que eu adoraria é irrelevante diante de uma trágica realidade. As pessoas, em sua grande maioria, continuam muito mais interessadas em se informar pelo “Feice”, Whatsapp, Instagram, Twitter, do que por Folha, Globo, Estadão, Valor, Veja, Exame. Isso posto, não será distorcendo a verdade, jornal O Globo, e dispondo-se a fazer e assinar uma pesquisa enviesada em sua essência, instituto de pesquisa Datafolha, que conseguiremos mudar a realidade. Como nos ensinou talvez o mais importante empresário da moda, Leslie Wesler, “devo meu sucesso a sempre ouvir com atenção e carinho o que as pessoas dizem, mas tomo todas as minhas decisões pela forma como as pessoas se comportam. Até hoje não cometi nenhum erro…”.
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Caoa falou

Para muitas pessoas, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o Dr. Caoa, é uma espécie de Nova Velhinha de Taubaté, lembram, personagem criada por Luiz Fernando Veríssimo, e que era, “a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo”. Pela energia que revela, pelos investimentos em publicidade que faz, parece ser a última pessoa no Brasil de hoje a acreditar no automóvel, na indústria automobilística, e em sua capacidade de convencer os últimos compradores de automóveis que os carros chineses são de excepcional qualidade. Hoje, nas principais plataformas impressas e sobreviventes, muito especialmente nos quatro grandes jornais do País, quase agonizantes: Estadão, O Globo, Folha e Valor é, de longe, o principal anunciante. Quase todos os dias duas ou três páginas duplas. Assim como é o grande anunciante das revistas sobreviventes, muito especialmente, a Veja. Imagino que as áreas comerciais dessas publicações rezem pelo Carlos Alberto Oliveira várias vezes, todos os dias da semana/mês/ano. É raro o Dr. Caoa conceder entrevistas, mas, semanas atrás, falou ao Valor e à jornalista Marli Olmos. De sua entrevista, separamos algumas de suas declarações. 1 – Planos de Exportação “Começamos a exportar um pequeno lote de automóveis para o Paraguai. E isso é apenas o início. Já recebemos autorização de nosso parceiro Chery para vender também para a Argentina e outros países. Incluindo toda a América Latina e, em especial, o México…”. 2 – Pandemia “Esse sistema de reuniões virtuais tem sido muito bacana. A gente fala com tranquilidade porque não se distrai. Temos tomado importantes decisões nessas reuniões virtuais…”. 3 – Otimista ou Pessimista? “Muito otimista. Por uma simples razão. Tenho percebido que os carros da China têm muita tecnologia. Quando estive na China em 2017, me levaram ao centro de pesquisa e desenvolvimento da Chery e me impressionei muito. Eles têm uma estrutura violenta. Um negócio gigantesco. 4 – Tecnologia Chinesa “A tecnologia chinesa sem dúvida vai superar a todas as demais. A Chery, por exemplo, tem uma marca de luxo, a Exeed, para brigar com Mercedes e BMW. Vou lançar essa marca no Brasil em janeiro… E, vamos fabricar aqui!”. 5 – Sobre Bolsonaro “O presidente tem um jeitão que muitas vezes penso que é tática dele. Mas não existe corrupção. Os escândalos em compras de materiais hospitalares foram debelados rapidamente. Antigamente isso não existia…”. Esse, o Dr. Caoa. O médico que se converteu num dos maiores vendedores de automóveis do mundo. Um empresário absolutamente fora da curva. Em seu comportamento, movimentos, decisões, e raras entrevistas. E que, e por enquanto, e não necessariamente seguindo os fundamentos, permanece alcançando grande sucesso. Uma espécie de principal e/ou último cliente das plataformas analógicas impressas sobreviventes.