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Negócio

Mais uma que se despede

Temos repetido, nós, consultores da Madia e à exaustão, que um dos negócios mais desafiadores que existe – em nosso entendimento o mais desafiador dentre todos – é uma empresa aérea. Se seus administradores fizerem tudo certo, se forem exímios no planejamento, craques na execução, o sucesso, bons resultados, dependem apenas e exagerando e no máximo, 20% deles. O restante 80% depende da sorte, do momento, das circunstâncias, das políticas dos países, da situação do mundo, e de uma série de outros fatores mais. Assim, as empresas aéreas, e na medida do possível, sobrevivem. Mas, em algum momento, inexoravelmente, deixarão de existir. Tempos atrás, mais uma das grandes empresas se despede. A Alitalia. Lembram? Depois de 74 anos, depois de mais de uma dezena de vezes ser resgatada da falência, depois de prestar inestimáveis serviços aos Papas, a Alitalia despediu-se, num voo interno, discretamente, partindo de Cagliari e fechando para sempre ao aterrissar em Roma. E, em seu lugar, uma nova empresa aérea, totalmente dependente do governo italiano. Nasceu, por ironia do destino, a ITA – Italia Trasporto Aereo – no mesmo momento em que uma nova empresa aérea decolava no Brasil, com a mesma denominação. A ITA do grupo Itapemirim. E da maneira como decolou, aterrissou, para nunca mais voar… Mas, e voltando à falência da Alitalia, em verdade, sobreviver 74 anos, ainda que com a retaguarda do estado italiano, foi uma proeza. Especificamente em decorrência da pandemia e dos aviões que tiveram que permanecer parados em terra, e por enquanto, 43 empresas aéreas foram a falência desde janeiro de 2020. Dentre outras que faliram, a Air Italy (Itália), AtlasGlobal (Turquia), Trans State Airlines (USA), Flybe (Reino Unido), Compass Airlines (USA), RAVN (USA), Germanwings (Alemanha), German Airways (Alemanha), Miami Air (USA), Avianca (Perú), Tame Ep (Equador), Latam (Chile), Air Georgian (Canadá), Level Europe (Áustria), Saint Express Deutschland (Alemanha), One Airlines (Chile), NokScoot (Tailândia), Tigerair (Austrália), Leeward Island Air Transport – Antigua, Shoreline (USA) Go2sky (Eslováquia), ExpressJet (USA), Air Asia Japan (Japão)… E sempre é importante lembrar das empresas gigantes da aviação comercial de todo o mundo que mergulharam inexoravelmente na falência, como, a: Panam, TWA, Laker, Ansett, Braniff, Eastern, Interflug, Transaero, Monarch, Sabena, Mexicana, Air Berlin… Sem não nos esquecermos das brasileiras Varig, Vasp, Transbrasil, Cruzeiro, Panair, Real, Lóide, Taba, Noar… Definitivamente, repetimos, o negócio mais desafiador do mundo. Em nosso entendimento, impossível de produzir um único vencedor, no médio e longo prazo. Mas… respeitamos os destemidos, por mínima, por menor que seja qualquer perspectiva de sucesso. Insistem em provar que uma empresa aérea sobreviver, no longo prazo, é uma impossibilidade absoluta.