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Blog do Madia MadiaMM

Diário de um Consultor de Empresas – 05/05/2021

Francisco Madia comenta sobre uma decepção batizada de Stix, ou, quando três gigantes se somam – Droga Raia, Pão de Açúcar, Itaú e o resultado é pífio. Quase um nada absoluto.
Negócio

O mundo das cápsulas, ou, a tríplice coroa da Nestlé

O mundo das cápsulas começa no ano de 1970, quando a Nestlé constituiu uma primeira equipe de técnicos para correr atrás de uma hipótese. A hipótese de se criar uma máquina para uso das pessoas, famílias e empresas, também, e que conseguisse produzir um café igual, ou melhor, ao tirado pelos melhores baristas. Todo o trabalho consumiu mais de uma década. Um primeiro protótipo ficou pronto em 1976, a partir do qual a Nestlé requereu a devida patente. 10 anos depois, 1986, decidiu constituir a Nespresso, na cidade suíça de Vevey, em parceria com um fabricante local, a Turmix, começando com uma operação piloto de venda do sistema Nespresso – máquinas + cápsulas – na Suíça e na Itália. Antes da virada da década foi lançado nos Estados Unidos. Exatamente na semana em que o Francisco Madia e o Fabio Madia estavam em Nova York, e conheceram o lançamento no Bloomingdale’s, da 3ª com a Lexington. “Quando fomos nos aproximando do lugar de degustação, aquelas cápsulas metálicas em caixas de madeira mais lembravam bombons…”, contam os Madias. Desde então o business das cápsulas invadiu o mundo, e escalou numa velocidade espetacular. De certa forma, e para dezenas de produtos, começamos a viver o mundo das cápsulas! Mesmo improvável, especialistas garantem que em questão de anos daremos fim às garrafas de refrigerantes, sucos, demais bebidas. O fim do transtorno da logística e distribuição para os fabricantes. O fim de garrafas e latas pesando entre 300 e 700 gramas, substituídas por cápsulas que pesam menos de 10 gramas. E com as máquinas nas casas, “tirando” as diferentes bebidas na hora. Mas, e como não poderia deixar de ser, e na medida em que as patentes da Nespresso expiraram, e hoje existem milhares de empresas que envasam cafés, chás e outras bebidas em cápsulas, vivemos o desafio do descarte. Que, pressionadas, e finalmente, as empresas começam a encarar. Semanas atrás, a Nestlé publicou um encarte nos jornais comentando sobre como vem procedendo para atenuar o acúmulo de cápsulas pela natureza. Demorou, em nosso entendimento para a Nestlé tomar essa decisão e começar a movimentar-se, mas parece que desta vez, e devido a pressões de diferentes organismos, o desafio será encarado com maior responsabilidade. Semanas atrás fez parceria com o Pão de Açúcar para receber o descarte em algumas lojas na cidade de São Paulo. De qualquer maneira, e esse mérito jamais poderá ser tirado, a Nestlé mudou para melhor, para muito melhor, a alegria e prazer de tomarmos um café de ótima qualidade, assim como a cultura de compra e consumo de bebidas. Talvez, nem mesmo a Nestlé tenha se dado conta da importância de sua inovação. E tenha demorado tanto para avançar e ocupar mais posições no território das bebidas, e muito especialmente, dos cafés. Nestlé, a mesma empresa que salvou a cafeicultura do Brasil no ano de 1929, a pedido do governo brasileiro, que não sabia o que fazer com os excedentes de café, em decorrência da quebra da bolsa em Wall Street, e com seu novo método de preparo naquele momento histórico, o Nescafé. O café solúvel. São poucas, raras mesmo, as empresas que conseguem associar de maneira consistente e forte sua marca com três alternativas de alimentos. A Nestlé conseguiu essa proeza. Relacionamos, reconhecemos e testemunhamos a autoridade da Nestlé, nos territórios do leite, do café, e do chocolate. Com total merecimento. Uma empresa tríplice coroada!
Negócio

Logística Reversa

Até o final do século passado, em 99% das situações, colocava-se, o que não se queria mais no lixo, e fechava-se os olhos, tapava-se os ouvidos, e continha-se a respiração para não correr o risco de ter que tomar conhecimento do estrago provocado. Uma vergonha. Ignorância. Selvageria. Irresponsabilidade. Éramos absolutamente lamentáveis. Nos anos 1990, era recorrente nos depararmos com sofás, fogões e geladeiras velejando nas águas detonadas e apodrecidas dos rios que cortam a cidade de São Paulo, por exemplo. E foi então, início do novo milênio que começaram a se formar as empresas de Logística Reversa. Hoje, e antes de lançarmos ao lixo o que quer que seja, e se temos um mínimo de consciência, corremos atrás de informações para sabermos qual a forma correta do descarte. Assim, a logística reversa vai se adensando, ganhando corpo, e convertendo-se em um business. Quem sabe e mais adiante, num Big Business. Dentre os Lixos Desejáveis, os eletrônicos são os mais disputados. Pelo valor residual, e pelo porte relativamente pequeno de notebooks, impressoras, eletrônicos de escritórios, eletrônicos domésticos de pequeno porte, câmeras, cabos e carregadores, ferramentas elétricas, e por aí vai. Dentre as novas empresas desse território, a Green Eletrônica, gestora do programa de logística reversa dos associados da Abinee – Associação Brasileira da Indústria Eletro e Eletrônica. Foi criada no ano de 2016, e em atendimento à lei 12.305/2010, e que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Embora de iniciativa dos associados da Abinee está aberta a todas as demais empresas que queiram aderir aos seus serviços. Tudo começou com a necessidade de atender o descarte de pilhas, baterias e eletrônicos. E depois, a lista de produtos resgatáveis foi crescendo. Toda essa introdução para comentar sobre seu crescimento… Que dia após dia a logística reversa vai ganhando corpo em nosso país. Nos 60 dias anteriores a pandemia a Green aumentou em mais de 50% os pontos de coleta. De 104 de dezembro para 172 em fevereiro. Dentre as empresas parceiras da Green, a Kalunga, Makro, Pontofrio, Senac, Sesc, Tenda, ViaVarejo, Carrefour, Bahia, Extra, Pão de Açúcar… Assim, e daqui para frente, antes de lançarmos qualquer coisa onde quer que seja, antes de acusarmos políticos e gestores, e culpar outras pessoas e instituições, sempre recomendável uma pequena pergunta. Pergunta que cada um de nós sabe qual é, e que a maioria de nós recusa-se a enfrentar e muito menos responder. Temos feito a nossa parte?