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Daniel Pink

Daniel Pink é um dos mais criativos e sensíveis pensadores da administração moderna. Do Estado de Ohio, Estados Unidos, da pequena cidade suburbana de Bexley, nasceu no ano de 1964 e concluiu sua carreira acadêmica com o curso de Administração de Empresas da Northwestern University. Autor de duas dezenas de livros de sucesso, muitos deles com reconhecimento e premiação de importante instituições. Dentre esses livros, os que mais gosto são, Free Agent Nation, onde anuncia o Fim dos Empregos, e o início da sharing economy, habitada quase que na totalidade pelos Free Agents, Profissionais Empreendedores. Gosto muito de Drive, onde decifra o que verdadeiramente motiva os profissionais, muito mais que dinheiro. E agora lança seu novo livro, “The Power Of Regret” (O Poder do Arrependimento), como subtítulo, How Looking Backward Moves Us Forward (Como atentando para os recuos que demos, podemos estar impulsionando nossas carreiras e negócios). Concedeu entrevista à Stela Campos, do Valor, onde conta mais detalhes de seu novo livro que muito provavelmente se converterá em novo sucesso. “A ideia do livro – diz Pink nasceu de meus próprios arrependimentos. A pandemia, talvez tenha sido o tempero que faltava… As pessoas revelaram-se profundamente reflexivas e se revelaram abertas para compartilhar…”. – A tese do livro – Pink decidiu pesquisar a força do arrependimento. Foi à luta e realizou uma pesquisa com 16 mil pessoas de 105 países na busca de qual teria sido o maior arrependimento de cada uma delas. Na vida pessoal e profissional. E conseguiu identificar alguns padrões. – A Constatação – O maior dentre todos os arrependimentos das pessoas é o de não terem começado um negócio próprio. Pessoas que se conformaram ou acomodaram em empregos convencionais, sem o menor brilho. Na sequência, pessoas que acreditam terem escolhido a carreira errada, e, finalmente, não terem aproveitado o convívio na empresa para desenvolverem mais e melhores relacionamentos. – O comportamento dos líderes para prevenir e atenuar arrependimentos – Diz, Pink, “Equivocadamente pensamos que quando revelamos nossos arrependimentos as pessoas terão menor apreço por nós. É exatamente o contrário, para elas passamos a valer mais. Assim, compartilhar arrependimentos é uma das melhores maneiras dos líderes criarem afinidade. Por outro lado, escrever sobre arrependimentos também é positivo porque o ato de escrever nos leva a uma reflexão mais profunda e a uma compreensão maior”. – Razões das pessoas terem dificuldade de lidarem com o arrependimento… – “Duas são as principais razões, diz Pink. Primeiro, fomos ensinados que devemos ter apenas emoções positivas – o que é irreal e perigoso – e que ter emoções negativas é um sinal de que existe algo errado conosco. E, segundo, não fomos treinados a responder às emoções negativas, e assim, e quase sempre que se manifestam nos derrubam…”. – Homens e Mulheres – O arrependimento bate diferente em homens e mulheres, segundo Pink. “Homens têm mais arrependimentos relacionados a carreira, e mulheres, a família. Mas, as diferenças foram pequenas…”. E segundo Pink, 4 são os arrependimentos centrais e mais comuns às pessoas: – Não terem sido responsáveis ou prudentes; – Não terem se arriscado; – Terem se comportado mal e procedido de forma contrária a seus valores; – E, relacionamentos rompidos sem chegarem a uma conclusão… No fundo, e a partir desses quatro arrependimentos mais comuns, como se a dizer, “Gostaria de ter mais habilidades, uma nova chance de aprender; de crescer e levar uma vida psicologicamente rica, e de mais bondade e amor…”. Pink terminou sua conversa com Stela confessando seu maior arrependimento, “o de não ter considerado a importância de ter um mentor – por ignorância e burrice minha – e jamais ter admitido que precisava de um. Arrependimento, em italiano Pentimento, é o início de um livro que virou filme maravilhoso, escrito por Lilian Helman. Era a forma como os pintores se comportavam, diante de uma obra que não gostavam, se arrependiam, e pintavam outra por cima. Décadas depois, em processos de restauração, acabava se descobrindo o arrependimento escondido pela nova obra… De certa forma, e em nossas vidas, procedemos da mesma maneira.