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A despedida das maquininhas

Antes que o PIX chegasse, que o país se modernizasse, que saltássemos direto dos cartões para os smartphones e QR codes, que o Whatsapp converta-se nos próximos meses no principal meio de pagamento do Brasil – caminha nessa direção a uma velocidade alucinante – tivemos 10 anos de glórias de uma aberração patética, típica de países que recorrem a gambiarras na medida em que se revelam incapazes de enfrentar os desafios e encontrar soluções verdadeiras. Na última década vivemos a tirania, domínio, massacre ou ditadura das maquininhas. Taxistas de maquininha. Dentistas de maquininha. Igrejas de maquininhas, camelôs de maquininhas, todos de maquininhas… Balcão de bicho nos principais botecos das cidades, tudo na maquininha. Sem falar dos entregadores do que quer que fosse e seja. As maquininhas já estavam de malas prontas, já se preparavam para a partida e nunca mais voltar, muito especialmente diante da recriação do sistema financeiro do Brasil, com o Open Banking, mais o PIX, e veio a pandemia, e as abjetas maquininhas ganharam uma sobrevida e despedida gloriosas. Conseguiram uma proeza de, em pleno início da decadência e fim, multiplicarem-se! Em 2020, com a avalanche de novos desempregados que tiveram que ir à luta e batalhar uma grana, um crescimento de 18% no universo das maquininhas. Em declaração ao jornal Valor, Ricardo Dutra, presidente-executivo do Pag Seguro Bank, uma das instituições campeãs das tais maquininhas, declarou: “Durante a pandemia, muitos vendedores precisaram se reinventar e isso gerou a necessidade de maquininhas adicionais que já fossem equipadas com chip para poderem funcionar em todos os lugares…”. É isso, amigos. 2020, o ano em que começamos a nos despedir das maquininhas, e em que bateram todos os recordes desde o início de sua utilização… Às vezes, acontece. É raro mais acontece… Quando um dia perguntarem a você sobre uma exceção absurda e monumental, conte sobre o que aconteceu com as tais das maquininhas durante a pandemia do Covid-19, 2020/2021, em nosso país. Um espanto! Brevemente, todas elas, no túmulo das tranqueiras do cemitério dos gadgets de um tsunami tecnológico que devora seus próprios filhos. Todos, e, impiedosamente. A propósito, os cheques de papel também agonizam… Acho que já morreram… Só falta, incinerar.
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Oportunidades no caos

Às vésperas da eclosão de uma das mais potentes bombas de disrupção do mercado financeiro do Brasil, no dia 17 de novembro de 2020 com a chegada do PIX e do Open Banking, todos os players estavam mais que de olho numa espécie de mega dança das cadeiras. Em verdade, cinco cadeiras – Bradesco, Itaú, Santander, Brasil e Caixa – os cinco bancos que ocupavam mais de 90% de todo o mercado financeiro do país. Por que chegamos a essa situação e com a qual convivemos praticamente os últimos 30 anos? Porque antes, anos 1960, 1970, 1980, o sistema financeiro era múltiplo. Econômico, Auxiliar, Comind, Nacional, Mercantil, Banespa, Bandeirantes, BCN, Sudameris, América do Sul, Haspa, Geral do Comércio, Andrade Arnaud, Banco da Bahia, Banestado, BMC, Boavista, Cidade, Cruzeiro do Sul, HSBC, Lemon, Maisonnave, Meridional, Multiplic, Noroeste, Província, Sulbrasileiro, Zogbi, e mais duas centenas de pequenos bancos… O mercado era disputado por duas centenas de instituições. E dois tipos de comportamento sempre prevaleciam. Quando uma instituição financeira tinha problema de liquidez, recorria ao Banco Central. E outras, muito especialmente Bradesco, Itaú, e mais recentemente o Santander, descobriram que mesmo que eventualmente enfrentassem algum problema, era inteligente e uma megaoportunidade, apresentar-se ao Banco Central e dizer que poderia ajudar na solução do problema. Evitando que a instituição financeira em risco quebrasse. E com isso, além de incorporar a instituição financeira em crise, ainda ganhavam centenas de milhões ou bilhão pela ajuda a garantir o sistema íntegro. De ajuda em ajuda alcançaram a dimensão e tamanho que hoje têm, a ponto de dividir com a Caixa e o Banco do Brasil 90% de praticamente todo o mercado financeiro do país. Claro, além de outras competências e merecimentos. Terminada a etapa de ajuda e incorporações, há 20 anos, a música voltou a tocar com a consolidação e crescimento do ambiente digital, e há 12 anos começaram a brotar as primeiras fintechs – hoje são milhares –, há cinco anos as Big Techs grudaram todos os olhos nos sistemas de pagamento de todo o mundo, e por decorrência do Brasil, e no ano passado o Banco Central deu a paulada final pulverizando um mercado que durante décadas pertenceu a cinco organizações. Por outro lado, as fintechs pioneiras foram encorpando, crescendo, aumentando o apetite e ambição, e começaram a olhar em direção a novos territórios e fatias de mercado. O XP é o melhor e mais emblemático dos exemplos. Começou, a chamar atenção, como gestora de investimentos que era, detonando os bancos, e disseminando o discurso da Desbancarização. Isso durou pouco tempo, menos de cinco anos, na medida em que muito rapidamente decidiu esquecer ou renegar seu discurso, e virou banco, também. E depois, e a cada três ou quatro meses, foi agregando mais algum novo serviço e negócio. E a partir de 2020, decidiu olhar com todas as forças e maiores ambições para o território das pessoas jurídicas. Contratou para comandar seu Banco de Atacado, um dos melhores especialistas do país, José Berenguer, ex-presidente do J.P. Morgan e, um mês após a sua chegada, o XP Banco lançava seu grito de guerra, nas palavras dele, Berenguer: “Queremos ser o maior banco de atacado do Brasil em três anos…”. Lembram, há poucos anos era o mesmo XP quem execrava os bancos com a bandeira nas mãos e o grito na garganta da desbancarização e passou a dizer, de repente, que quer ser o maior banco do país… E aí muitos perguntam se Berenguer fez bem, em sua chegada, de revelar-se tão prepotente, ou, arrogante? Nem prepotente nem arrogante. Os tempos encurtaram-se, três anos hoje é uma eternidade, se não der certo pede desculpa e retira-se silenciosamente, mas, o momento exige audácia e manifestos dessa ambição e grandeza. A oportunidade existe, os líderes do território – os cinco grandes bancos estão aturdidos tentando ver como resolvem um lastro ruim que é o passado de milhares de agências que não têm mais qualquer utilidade. Assim, a hora é esta. De avançar e ocupar territórios. O máximo que pode acontecer, para quem não tem nada a perder como o XP, é alcançar apenas 50% ou 30% da meta. Mas 50% ou 30% já significará ser um Banco de Atacado de peso e relevância. Assim Berenguer fez o que tinha que ser feito. É isso, amigos, nesse clima ingressamos em 2021 e de lá para cá a temperatura só subiu. E agora, em 2022, o bule não para de soltar fumaça e cantar. Escolham a melhor e mais confortável poltrona possível. A tal da batalha final já começou e não tem data para terminar. Estamos muito próximos da disrupção formal do mercado financeiro do Brasil. Finalmente vamos ver, como diria o Ratinho, quem tem café no bule, ou, e como na canção, mais que “chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor…”.
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Diário de um Consultor de Empresas – 14/12/2021

O DIA DA VERGONHA. Quando o Cartão de Crédito do BB saiu do ar e milhares de clientes, por falta de dinheiro ou outro meio de pagamento, tiveram que devolver as mercadorias nas gôndolas…
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 20, 21 e 22/11/2021

AS GRANDES UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO PAÍS, ASSIM COMO AS FACULDADES, APROVEITANDO-SE DO “PIX”, ENGROSSAM A MULTIDÃO DE PEDINTES. Vão pedir doações – leia-se “esmolas” – e concorrer com os pedintes nas principais ruas e cidades do pais. O ESTADO BRASILEIRO É UM LIXO, UMA VERGONHA, UM DESCALABRO. ATÉ QUANDO?