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As previsões de Ben Hammersley

Ben Hammersley, da cidade de Leicester, Inglaterra, abril de 1976, é um respeitado jornalista e consultor especializado em tecnologia, e comanda sua empresa de previsões futurólogas, a Hammersley Futures. Meses atrás concedeu entrevista a Edward Pimenta, da editoria de economia de O Globo, e para a seção Época do jornal. A parte de O Globo que incorporou a falecida revista Época. Uma longa entrevista, e da qual separamos para comentar com vocês os três momentos mais importantes. Vamos lá. Sobre a suposta culpa dos algoritmos pelos absurdos que acontecem na internet. “Algoritmos são projetados e desenvolvidos por seres humanos e não estão, assim, livres de vieses, preconceitos e crenças pessoais. Isso pode ser muito ruim e acredito merecer algum tipo de regulação. Por outro lado, a tecnologia tem sido utilizada para o processo de decisões, como conceder empréstimos bancários, por exemplo. As empresas devem ser capazes de explicar como e porque se chegou a uma decisão e essa decisão precisa sempre ser passível de recurso. Assim, as empresas de tecnologia começam a entender sobre a importância de terem em seus quadros especialistas em ética…”. Sobre um provável boom de inovações nesta década 2021/2030. “A próxima grande inovação sempre será maior que a anterior. Assim, e por um lado, essa crença é verdadeira. Já se pensarmos no que aconteceu com o mundo, por exemplo, entre 1890 e 1920, as mudanças foram enormes. O mesmo acontecendo entre 1930 e 1960, e mais recentemente entre 1960 e 1990. Hoje falamos muito em tecnologia, mas as invenções da penicilina, avião, máquina de lavar, pílula anticoncepcional, ar-condicionado e geladeira mudaram o mundo muito mais, por exemplo, do que o surgimento da videoconferência, uma das sensações desta pandemia. Assim, não somos a única geração de pessoas que viveu em uma época em que as coisas mudaram radicalmente… Por decorrência, difícil dizer-se que teremos na próxima década, por exemplo, inovações espetaculares como foi, a chegada do avião…”. E sobre eventuais inovações impactantes em curso? Respondeu: “Sim. Há um reator de fusão nuclear sendo construído no Sul da França, o ITER – Reactor International Termonuclear Experimental – muito próximo de se tornar viável. Quando isso acontecer, conseguiremos, por exemplo, transformar a água do mar em energia. E assim, o mundo mudará, uma vez mais, da noite para o dia. Teremos fonte de energia infinita. Removendo o carbono da atmosfera e condenando ao abandono os combustíveis fósseis. Os envolvidos no ITER falam em no máximo 10 anos…”. E no final do papo, Edward Pimenta pediu a Ben que falasse sobre o futuro do trabalho pós-pandemia… “Hoje, e depois de meses em casa, quando uma empresa pede a um funcionário voltar ao escritório, está pedindo e lembrando a ele do gasto do tempo em transporte, mais dinheiro em roupas e sapatos, e na alimentação em restaurantes. Assim, as empresas mais sensíveis entenderam que não dá mais para voltar ao mundo igualzinho era antes da pandemia. E, por outro lado, as pessoas, em decorrência da pandemia, procederam a uma revisão consistente de seus principais valores. Passam, assim, e a partir de agora, a priorizar a família, saúde mental, o essencial. A consciência, enfim, de que por mais que dure, a vida é muito curta…”. E é assim, amigos, que todos mais que se prepararam para a volta pós-pandemia. Com uma outra cabeça, expectativas, motivações… Esse, Ben Hammersley, 47 anos, futurólogo respeitado.
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Julho

Vídeo da transmissão ao vivo do Business Trends, ciclo de palestras ministradas por Francisco e Fabio Madia, captado no dia 26 de julho de 2021. Confira os temas: – De repente, 697 healthtechs – 28 de maio de 2020 – Alibaba.com – O desafio da distância – Época – Os franceses no Brasil: Carrefour e Casino – Ciro Gomes contrata João Santana – Em busca dos carrinhos abandonados – O Brasil deveria ter feito a inclusão digital de todos os brasileiros há mais de 10 anos, mas como não fez… – Theodore Levitt “Marketing Myopia” – As novas empresas de locação e vendas do mercado imobiliário Quinto Andar / Loft… – A nova corrida espacial – Do digital para o físico – O fim do capitalismo – Yandex
Negócio

Retorno às origens

O que milhares de pessoas jamais imaginaram um dia acontecer, de terem que voltar as suas bases, origem, raízes, cresce dia após dia nos grandes centros urbanos do país. Muitos de nós hoje, além de trabalhando de nossas casas, estamos resgatando a relação com toda a nossa vizinhança. Rigorosamente, o mesmo que aconteceu e continua acontecendo com as pessoas que estavam distantes de seus países, e nos últimos 90 dias recorreram a seus países para voltarem. Lembram, os apelos nos últimos 90 dias que testemunhamos de brasileiros no exterior esperando uma espécie de último avião para resgatá-los e trazê-los de volta. O mesmo vem acontecendo aqui, no Brasil, com brasileiros, moradores das grandes capitais, e que se decidem por retornar as cidades de onde vieram. A revista Época foi atrás e documentou muitas dessas histórias. O prefeito de uma das cidades da Bahia, Adustina, Paulo Sergio de Oliveira, do PSL, estima que mais de 500 migrantes retornaram à cidade nos últimos 2 meses. E dentre centenas de histórias, levantadas pela revista Época, a de: Francisco Antonio, que morava há 12 anos no bairro de Sapopemba, na cidade de São Paulo, perdeu o emprego no restaurante em que trabalhava e que fechou as portas, e decidiu voltar com a mulher, filho e sobrinho para a Paraíba, de onde veio… Ana Rosa da Silva, empregada doméstica, do sertão baiano a 400 quilômetros de Salvador. Há 12 anos em São Paulo, mãe solteira de duas filhas, decidiu retornar. Hoje vive na casa de sua irmã e que tem quatro filhos, numa casa de três cômodos. Disse: “Minhas duas meninas e eu dormimos no mesmo quarto que minha irmã e mais uma de suas filhas… É complicado…”. Dispensados do emprego, Silvia Rodrigues, auxiliar de limpeza, e seu marido, Antonio Agripino, auxiliar de pedreiro compraram passagem para o Ceará. O casal e uma filha de 15 anos viviam num apartamento no bairro de Alto Industrial, São Bernardo do Campo, decidiram voltar… E por aí vai… Ainda não existe um cálculo preciso da dimensão da migração, mas estima-se em milhares de brasileiros que decidiram voltar às cidades onde nasceram. Seguramente, o maior movimento migratório dos últimos anos, talvez, de todos os tempos, e se a coronacrise permanecer por um tempo maior. Assim como as crianças correm para o colo dos pais, muitos especialmente das mães, em situação de perigo e medo, todos, instintivamente, procuramos, sempre, e em situações de crise, pelas nossas raízes.