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Negócio

Os desafios dos RHs

Lemos na revista Você RH, uma das sobreviventes da Abril, uma publicação da Gartner, “empresa de benchmarking global de capital humano” e que tem como título “2022, O Ano da Mudança”. No subtítulo da matéria paga a afirmação, “Líderes de RH se preparam para a maior transformação de negócios que viram em décadas: a criação de um ambiente verdadeiramente híbrido…”. Prosseguimos na leitura, e encontramos o que a Gartner define com transformações em curso. E dentre essas prevalecem a necessidade de Melhorar a Excelência Operacional, Fazer Transformações nos Negócios Promover o Crescimento da Empresa Inovar para o Sucesso Como decorrência a Gartner estabelece as prioridades do RH e que são Desenvolvimento de habilidades críticas e competências; Gerenciamento de mudanças; Liderança atual e futura; Futuro do trabalho; Diversidade, equidade e inclusão; Experiência do funcionário; Recrutamento; Tecnologia aplicada ao RH; Trabalho conjunto com o CEO, Conselho e o C-Level; e, Gestão do desempenho.” Totalmente diferente da visão de uma consultoria de marketing, como a Madia, em que neste preciso momento, as preocupações dos RHs das empresas, deveriam concentrar-se na construção do capital humano das novas empresas. Todas que terão que ser reconstruídas, muitas vezes, e até mesmo, tendo que se destruir na totalidade. E ao renascer, ter uma visão absolutamente nova do que passa a ser o Capital Humano na S&KE – Sharing & Knowledge Economy. Daqui para frente, as novas empresas – reconstruídas ou radicalmente renovadas – passam a considerar seu Capital Humano, as pessoas que trabalham dentro (People) – cada vez em proporções menores – e as que trabalham fora e se organizam em dois grandes grupos: Fornecedores (Providers), e Parceiros (Partners). Assim, concentrando-se nos três Ps do moderno capital humano: People, Providers, Partners. E esses três Ps que traduzem a nova força de trabalho, prestação de serviços e realização da empresa moderna, precisam ser planejados e organizados tendo como maestro no tocante a entendimento e harmonização, o profissional que hoje atende pela denominação de Recursos Humanos, mas que deverá migrar para Capital Humano. Todas as decisões e recomendações da Gartner são importantes, mas restringem-se às componentes táticas. E apenas renovar as táticas não só não é suficiente como provavelmente conduzirá a um grande e inevitável desastre.
Blog do Madia

Diário de um Consultor de Empresas – 12/12/2023

Ele, Elon Musk!
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Negócio

BT no RH, ou, contratando com olhos vendados

Durante décadas, as empresas de alimentos e bebidas, de rotina, recorriam aos chamados BT – Blinded Tests – e se davam por felizes. Por uma burrice infinita ou extrema ingenuidade acreditavam que as pessoas, com vendas nos olhos, e apartadas dos demais valores dos produtos: embalagem, marca, cor, textura, contexto, e tudo o mais, apenas experimentando, seriam capazes de sentenciar os de maior potencial para o sucesso, as supostas Melhores Marcas em cada categoria. Até hoje muitas empresas, em especial, as de produtos de consumo, seguem recorrendo aos chamados Blind Tests, Testes Cegos, na avaliação de seus produtos. Muito especialmente, no produto em si, no catchup, maionese, vinho, refrigerante, suco, chocolate, yogurt… repito, o produto em si. Claro, tão ou mais importante, na sequência são todos os demais serviços inerentes ao produto: desde sua distribuição, passando pela embalagem, rótulo, marca, “playability”, e tudo o mais. Enfim, o serviço essencial que o produto presta. Aparência, cor, atratividade, sabor, gosto, decorrências mais circunstâncias nos momentos de compra e consumo. Isso posto, algumas empresas vêm adotando uma espécie de Blind Test no recrutamento de novos profissionais, executivos, empregados. Essa é uma das matérias principais da revista Você RH, bimestre Jun/Jul, e assinada pelas jornalistas Marcia Kedouk e Letícia Furlan. E os resultados são, para dizer o mínimo, surpreendentes. Uma das empresas que passou a adotar essa prática é o hospital Sírio Libanês. No Sírio, toda a primeira etapa do processo acontece às cegas. Os candidatos permanecem ocultos até as últimas etapas do processo. Os recrutadores até essas derradeiras etapas desconhecem o nome, gênero, idade, foto. Apenas uma imagem aparece na tela e a voz do candidato é distorcida. Os que passam por todas essas etapas, e na etapa final, são revelados. Pida Lamin, diretora de pessoas e cultura do Sírio, revela os resultados. De agosto de 2022 a março de 2023, mais de 90 pessoas participaram desse tipo de seleção. E, dentre os contratados, 90% mulheres, 51% pessoas negras, 30% LGBTQIA+, 10% mais de 50 anos… Fantástico. Uma grande passo e evolução. Mas ainda não dando nenhum tipo de garantia de como será a convivência dos novos contratados com a equipe que já existe na empresa, com todos os ranços culturais e preconceitos presentes. Esse, o próximo desafio. De que adiantará recrutarmos e selecionar sem qualquer tipo de discriminação e preconceito se, e depois, no dia a dia, a cultura é tóxica, deletéria, inóspita? De qualquer maneira, uma iniciativa espetacular. Como se diz com frequência, toda a nova jornada começa com um primeiro passo. E, sem a menor dúvida, o Sírio Libanês acaba de dar e inspirar outras empresas, a dar um primeiro e grande passo. As cargas de preconceito das etapas seguintes terão que ser superadas e removidas com a mesma sabedoria e inteligência, mas, e ao menos, hoje sabe-se existir a melhor maneira de abrirmos com sensibilidade isenção, a primeira das portas.