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Os novos, múltiplos e infinitos normais…

Num final da semana, e depois de uma série de pesquisas em busca de uma luz, acabamos, nós consultores da Madia, por encontrar numa pequena fresta no digital, no portal de O Globo, a manifestação sensível e natural de uma colunista que adoramos, Martha Medeiros. E aí, decidimos transformar a luz da Martha num post, que publicamos no Facebook e Linkedin, e que agora compartilhamos com vocês, de forma mais detalhada, porque refere-se à matéria-prima única e exclusiva de e para todas as nossas empresas. As pessoas – como somos desde algumas e muitas décadas. E por uma questão de vícios e tentativas tolas de nos enquadrarmos a um padrão que ficou no passado, ainda convivemos e temos enorme dificuldade em aceitar. E, em não aceitando, caminhamos para a esquizofrenia. E transferindo isso para nossas empresas e negócios. A dificuldade de compreender e aceitar que já estamos vivendo num mundo absoluta e radicalmente novo, e querendo que as pessoas – as próximas, as distantes, todas – permaneçam as mesmas, e se comportem, Incluindo nós, como éramos anos atrás. Impossibilidade absoluta! Sempre ouvimos falar na tal da multiplicidade, decorrente da individualidade. Só que morríamos cedo, antes de comprovar, e não dispúnhamos de mecanismos que exponenciassem essa multiplicidade. E hoje, com as medicinas preventiva e corretiva, caminhamos para passar dos 100 anos de idade, e mais adiante, talvez, morrer seja opcional. Meses atrás o mecenas e bilionário brasileiro Ricardo Brennand partiu. E além de deixar um legado nas artes simplesmente espetacular, teve o privilégio de conhecer uma tataraneta. Era tataravô. Mesmo tendo chegado e apenas aos 92 anos de idade… Mas, voltando, e agora, com o digital, tudo está disponível e acessível, claro, desde que consigamos romper com nossas barreiras culturais. Isso posto, e diante da importância do tema, compartilhamos agora com vocês o post que fizemos, sob a luz inspiradora da Martha Medeiros. Vamos lá. O tsunami tecnológico e seu impacto no comportamento das pessoas. Não é fácil conviver com uma nova realidade. Onde o novo padrão não só não é único, como, e além de novo, múltiplo. Décadas atrás existia o tal do certinho. E as vontades e desejos que ficassem sublimados. Tudo direitinho. Nas cidades dos interiores do Brasil e do mundo, quem era diferente ou que se trancasse, ou se mudasse para os grandes centros. Para esconder-se, e, se desse, procurar parecidos, iguais ou semelhantes. E aí veio o tsunami tecnológico. E as pessoas, muitas, continuam acreditando terem a capacidade de mudar pessoas, e tentar fazer com que todas caibam na velha moldura. Numa madrugada desta semana, às 04:08, uma luz. No portal de O Globo, e assinada pela Martha Medeiros. Se você ainda alimenta esperança de “ajustar” eventuais “desajustados” – lembre-se, os padrões, a propósito, o padrão, era outro. Assim, relaxe e ouça o que pensa a Martha. “Os padrões”, e Martha diz: ‘Ela tem 26 anos, é formada em Direito e trabalha num importante escritório. Namora um engenheiro de 28, os pais de ambos são amigos e a festa de casamento já está sendo planejada pelas duas famílias. Deram entrada num apartamento e dentro de dois anos ela quer engravidar’. Enfim, é uma garota fora do padrão, pois, hoje, quem está na casa dos 20 e 30 se encontra mais perdido que cebola em salada de frutas. Entrou numa faculdade e desistiu, tentou montar uma confecção e não deu certo, namorou cinco anos e não se envolveu, namorou três semanas e foi morar junto, separou e foi viver fora, voltou e continua sem planos, mas tudo bem é uma criança, recém fez 40. Seria este o novo padrão? Mas tem aqueles que não se sentem perdidos, apenas não têm como meta juntar dinheiro, preferem realizar um trabalho que faça diferença na sociedade. Não pretendem se sacrificar para comprar um teto próprio. Não sonham em ter carro. Não planejam formar família, ainda que, um dia, possa acontecer. Pra já, querem apenas estabelecer conexões, viajar, ter experiências. Talvez seja este o novo padrão: jovens atuantes, mas que não almejam chegar lá, pois ‘lá’ é uma abstração. Diferente dos paralisados. Estes também sonham em produzir alguma coisa, só não sabem por onde começar. Grudam o rosto no celular, só se relacionam de forma virtual, deixaram os amigos de infância pelo caminho e andam no máximo com um ou dois apáticos que também não sabem onde fica a saída de emergência dessa bolha. Precisam de um empurrão imediato. Parece uma sorte termos superado esta fase, não? Crescemos. Hoje temos uma vida estruturada e resolvida. Relação estável, endereço fixo, salário digno. Fazemos terapia, praticamos esportes e postamos maravilhas nas redes sociais: somos o protótipo da pessoa ajustada. Tão ajustada quanto a arquiteta que se divorciou do marido e hoje se relaciona com uma parceira do mesmo sexo. Tão ajustada quanto o jornalista que abandonou a profissão para se aventurar na política. Tão ajustada quanto o avô que fuma baseado, o padre que corre maratona escutando rock, a filósofa que dá cursos de sexo tântrico. A maturidade também não tem uma única face. O padrão único era cômodo. Jovens e adultos habitando um mundo previsível e imutável, testado e aprovado, que duraria para sempre, não tivessem sido atropelados pelo alcance ilimitado da informação, pela instantaneidade do tempo, pela diversidade dos costumes. Adeus, padrão. Não existe mais padrão. Agora cada um vive a seu modo, cada um inventa seu próprio destino. É um universo mais difícil, nem testado, nem aprovado, onde tudo pode ser realizado e não há garantia de final feliz, mas o durante tem sido inspirador. Não sei por que acho isso bom, mas acho.” Foi essa preciosidade que postou a Martha. É isso, amigos. Não existe e jamais existirá o tal do “novo normal”. O novo, ou novos normais, não são normais no sentido de uma uniformidade de pensamento e ação, de comportamento. São múltiplos e infinitos. E as tais pequenas turmas, grupos, crescem e multiplicam-se a perder de vista. Até anos, semanas, dias atrás, falávamos em multiplicidade considerando exclusivamente sinais aparentes e manifestos das pessoas, no tocante aos traços que se via, comportamentos e manifestações clássicas. Raça, sexo, preferências, times, partidos, e outras componentes. Hoje, sob o viés do comportamento, somos múltiplos e infinitos. E, mais adiante, e com o suporte da tecnologia, da inteligência artificial, finalmente constataremos na prática e na vida, o que sempre dizíamos mais como frase de efeito do que como crença. Somos únicos. Talvez esse seja o maior desafio que aguarda por todas as próximas gerações. Calma, a partir da nossa… Vamos enfrentar com galhardia, respeito, e acima de tudo, com sensibilidade. Nossas empresas e negócios dependem desse nosso – esse sim – novo entendimento, compreensão, e práticas decorrentes.
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Brennands, Farias, Cardosos… Ou, quando morrer será opcional

A longevidade, a maior conquista dos últimos 100 anos, segue em sua marcha em direção aos 120 anos… Mais adiante 150, 200, a caminho de uma endless life… E finalmente teremos o endless love, como na canção… Na madrugada do dia 25 de abril de 2020, um sábado, Ricardo Brennand morreu aos 92 anos de idade. Além de uma obra heroica e monumental no território das artes e que se constitui em importante legado para o Brasil, Ricardo foi um dos primeiros brasileiros a conhecer um tataraneto, ou seja, era um tataravô. A mais importante condecoração e graça que um ser humano pode receber em vida, tataravô! Por enquanto, claro… Oito filhos, 23 netos, 48 bisnetos, e uma tataraneta. O que era absolutamente impossível até quase o final do século passado agora vai se revelando uma realidade. No dia 16 de novembro de 2016, aos 102 anos de idade, Fernando Penteado Cardoso foi homenageado pela escola onde se formou 80 anos atrás, a Esalq – a Consagrada Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, tendo feito parte da turma de 1936. Fernando, que criou uma das maiores e mais importantes empresas do território, a Manah, e vem dando uma contribuição inestimável para o fortalecimento e valorização das atividades ligadas à terra em nosso país. E ainda, em outubro do ano passado, Fernando foi uma vez mais homenageado pela Esalq, por ocasião do aniversário de 118 anos da instituição. Naquele momento, Fernando, caminhando e sorrindo, em seus 105 anos… Meses depois, quem voltou a cena e aos 99 anos foi Aloysio de Andrade Faria, uma das lendas empresariais de nosso país dos últimos 100 anos. Não conseguia parar. Porém, no mês de setembro, partiu. Apenas isso, ou, tão simples quanto… Mas, e antes de partir concedeu uma derradeira entrevista a Monica Scaramuzzo do Estadão. Quem melhor descreve Aloysio é outro longevo, Delfim Neto, “Aloysio é um dos mais sofisticados operadores financeiros do Brasil. É um banqueiro invisível que sempre fez questão de ficar longe de Brasília e das rodas do governo… Jamais alguém pegou Aloysio fumando charuto cubano ou bebendo Romanée-Conti. Sempre foi um banqueiro submerso…”. Aloysio talvez tenha sido um dos mais profícuos e efervescentes empresários de nosso país. Além do Banco Alfa ainda tinha em seu portfólio de empresas e realizações os Hotéis Transamérica, Emissoras de Rádio, Águas da Prata, C&C, Agropalma, La Basque. Um dia perguntaram a Aloysio porque ele fez uma fábrica de sorvetes finos, a La Basque… Sorrindo, respondeu: “Porque eu gosto de sorvete”. E nada mais disse e nem lhe foi perguntado. Filosofia de trabalho presente em sucessivas placas em suas empresas, “Ordem sem progresso é inútil”. “Progresso sem ordem é falso”. Brennands, Farias, Cardosos… Não temos mais a menor dúvida. Em 50, ou, no máximo, 100 anos, morrer será opcional.