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Negócio

Luxo ou maluquice Varig

Numa manhã do ano de 1981, o presidente da Varig, Helio Smidt na época, agendou uma reunião com a Madia no hangar da empresa, em Congonhas, às 7h00 da manhã. Queria contratar os serviços de consultoria da Madia para criarmos uma nova empresa para a Varig. Uma agência de propaganda. O Madia perguntou ao sr. Helio o porquê dessa decisão e ele respondeu, “Madia, em poucos anos, o número de executivos viajando por avião cairá substancialmente. Está chegando uma novidade no mercado que vai devastar com a aviação comercial. Hoje em cada avião da Varig, e de cada 100 lugares, 70 são ocupados por profissionais a trabalho e 30 por turistas. Vamos perder, com a chegada dessa novidade, no mínimo a metade dos profissionais. A Varig precisa diversificar!”. Ouvi e fiquei calado. A Madia foi contratada e, 120 dias depois nascia a Expressão Brasileira de Propaganda, sob o comando do saudoso Carlos Ivan Siqueira. Em menos de 10 anos era uma das maiores agências do Brasil e foi comprada pela Young & Rubicam. A Varig vendeu porque o temor que o “seo” Helio tinha não se confirmou. No dia em que entregamos o trabalho perguntei a ele, senhor Helio, que novidade era aquela que causava tanto medo às empresas aéreas. E ele me disse, falando baixinho… “O fax”… Desde então a aviação comercial passou e superou por diversas crises, incluindo a derrubada das torres de Nova York, que provocou medo nas pessoas, e os aviões decolaram meio vazios durante dois ou três meses. Mas, nenhuma crise se compara a atual e decorrente da pandemia. Todas as empresas aéreas precisarão, de, no mínimo, cinco anos, para eventuais sinais de recuperação. De qualquer maneira, voar é meio que uma obsessão para alguns seres humanos. Três dos mais importantes empresários da atualidade, Jeff Bezos, Elon Musk, e Richard Branson, mais que bem-sucedidos em seus negócios, querem mesmo é voar e conquistar outros planetas, começando pela lua… Os maluquinhos brasileiros, loucos por avião não ficam atrás. Tanto que, considerando a quantidade relativamente desproporcional de empresários que pretendem ter um avião, mas não conseguem ainda bancá-los sozinhos com a manutenção, a ANAC acaba de regulamentar as empresas de compartilhamento de aeronaves, tentando dar uma organizada nos sonhos desses queridos maluquinhos… A nova regulamentação entra em vigor no mês de agosto de 2022, e cria a figura da empresa responsável ou administradora. Que vai se responsabilizar pela manutenção do avião, e garantir que os parceiros nas aeronaves tenham seus interesses de voar contemplados. Se o senhor Helio Smidt há 40 anos preocupava-se com a chegada do fax, o que dizer-se hoje quando tudo está na palma de nossas mãos ou nas telas de nossos computadores e Smart TVs. Mas, e mesmo assim, a paixão ou o fascínio, ou o desafio de voar continua motivando boa parcela de seres humanos… No final do ano passado, 2020, a frota de aeronaves em nosso país totalizava o número de 16.032.642 aviões de carreira, das empresas aéreas, e o restante dos apaixonados por aviões… Repito o que temos dito para vocês com insistência. Aviação como negócio, de qualquer porte ou dimensão é, em termos econômicos, uma temeridade. Os riscos são absurdamente desproporcionais às perspectivas de resultados. Apenas 10% do sucesso dependem da gestão de seus administradores. 90%, dos chamados fatores externos… Mas, e mesmo assim…
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Julho 2021

BUT – BUSINESS TRENDS 04/2021 – JUL2021. Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing, a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres, PETER FERDINAND DRUCKER. 1 – FINALMENTE, A RIACHUELO De todos os grandes varejos do País, um dos que andava mais silencioso era a RIACHUELO. Mas, agora, FLÁVIO ROCHA decidiu falar, e apresentar a visão estratégica de sua empresa. Vamos procurar sintetizar o posicionamento da RIACHUELO daqui para frente, e que, em nosso entendimento, é de grande relevância e maior consistência. – A RIACHUELO caminha na direção de converter-se em poderoso MARKETPLACE tematizado, ou especializado. No território da moda, complementos e derivativos. Ao contrário de muitos dos players do varejo que se posicionam como um MARKETPLACE genérico, e que se posicionam frontalmente combatendo a AMAZON, MERCADO LIVRE, LUIZA, AMERICANAS, dentre outros. Assim traduzido nas palavras de FLÁVIO ROCHA, em entrevista à MÔNICA SCARAMUZZO de VALOR: “A pandemia precipitou a consolidação do setor e do novo papel do varejo. Mas a gente acredita num ecossistema temático, não generalista… e o setor de moda é FIGITAL, uma combinação entre o analógico/físico, e o digital…”. Preparando-se para eventuais fusões e aquisições – comenta-se muito no mercado do interesse da RIACHUELO pela C&A – à venda há 3 anos – e também pela  MARISA. Nesse sentido, acaba de criar uma área de fusões e aquisições… Mas FLÁVIO diz que algumas providências precedem em importância: “Queremos neste momento concentrar nossa expansão em logística e distribuição para poder avançar no digital e crescer como marketplace tematizado”. Até o final deste ano a RIACHUELO MARKETPLACE já deverá contar com mais de 200 “sellers”. Segundo FLÁVIO, “Mais adiante o cliente não vai ter 300 aplicativos no celular… terá no máximo um ou dois e é esse espaço que pretendemos dominar… Temos uma área de TI com 700 colaboradores e o nosso marketplace está sendo desenvolvido internamente…”. No ano passado, 2020, o ano da pandemia, a RIACHUELO encerrou com uma receita de R$6,2 bi, uma queda de 20% sobre 2019, e um prejuízo de R$27 milhões… Ou seja, amigos, e diferente de outros players que querem conquistar o mundo, vendendo de roupas a sapatos, e passando por chuchu, goiaba, berinjela e tomate, e ainda móveis, computadores e automóveis, o MARKETPLACE da RIACHUELO quer concentrar-se em moda e tudo o que gravita ao redor e decorre de… É a melhor decisão. 2 – CAVALERA, A PRIMEIRA DE MUITAS A situação de grande parte das chamadas médias empresas brasileiras é de imensa dificuldade. Começa com a chamada década perdida, a última, de 2011 a 2020, onde a economia do Brasil, em termos reais, voltou para trás. Nosso país amanheceu no dia 1º de janeiro de 2021, o primeiro da nova década, muito menor do que foi dormir no dia 31 de dezembro de 2010. Em termos reais. Em toda a década, um crescimento pífio na casa dos 1%. E assim, quase todas as empresas, muito especialmente as ligadas às atividades onde sempre é possível para seus clientes adiarem compras, como é o caso da moda, ingressaram no ano de 2020, o último da década perdida, mais que debilitadas, e não aguentaram o tranco. Técnica e financeiramente estão derretendo. Se faltava um exemplo mais que emblemático, o da CAVALERA, que acaba de ingressar com pedido de recuperação judicial. A CAVALERA é uma empresa relativamente jovem, nasceu no ano de 1995, em decorrência da sociedade de um empresário da moda e político, ALBERTO HIAR, mais conhecido como TURCO LOCO, e um dos irmãos fundadores do conjunto SEPULTURA, IGOR CAVALERA. Anos depois, IGOR deixou a empresa, mas a denominação seguiu devido a seu grande sucesso, e a qualidade e consistência na narrativa contida e imaginada pelas pessoas no código CAVALERA. No correr de seus 25 anos a marca contou com algumas das melhores revelações de fashion designers. Nos dados oficiais atualizados pela empresa no WIKIPEDIA, última atualização, refere-se a uma produção de 500 mil peças ano, 20 lojas próprias, dezenas de franquias, e presença em 800 pontos de vendas multimarcas em todo o Brasil. E aí veio a pandemia, e o que estava ruim rapidamente mergulhou no pior. A começar pelo fechamento da mais que emblemática loja da CAVALERA, na rua BEST – BRAND EXPERIENCE STREET –  OSCAR FREIRE, a rua das FLAGSHIPS das principais marcas, muito especialmente no território da moda. E, agora, a notícia da recuperação judicial. Decorrente da crise da economia brasileira em toda a década passada, acrescida por uma briga no controle e comando de uma empresa familiar. Ainda 10 anos atrás, e falando à imprensa, o cofundador da CAVALERA, ALBERTO HIAR – o TURCO LOUCO – ex-deputado estadual pelo PSDB de São Paulo, explicava uma das razões do sucesso da marca: “A CAVALERA se reinventa quatro vezes por ano, a cada estação”. E sempre recorria a manifestações inovadoras e emblemáticas como lançamento de coleções no RIO TIETE, na GALERIA DO ROCK com a presença de PAULO MIKLOS, mais MUSEU DO IPIRANGA, MINHOCÃO e muito mais. Na recuperação judicial ora em curso, e que envolve as empresas K2 Comércio, K2 Consultoria, JIB e FAZ, a presença dos mesmos controladores, família HIAR. No pedido de recuperação a confissão de R$ 34 milhões em empréstimos e financiamentos, e segundo pessoas próximas da empresa, com dívidas fiscais superiores a R$ 60 milhões. De uma receita líquida no ano de 2018 de R$ 40 milhões, para pouco mais de R$ 20 milhões em 2020, e um prejuízo de R$ 36 milhões apenas no ano de 2018… E ainda, a informação de que “as divergências entre as sócias VALERIA e JOANA HIAR em relação ao comando da empresa e nos últimos 10 anos, trouxe instabilidade à gestão”. No processo, a informação, “ O conflito de aproximadamente 10 anos influenciou de forma negativa a atividade das empresas…”. De certa forma essa situação, em maiores ou menores proporções, é muito semelhante a de milhares de empresas, e, em especial, às ligadas à moda e à beleza. Que vieram sobrevivendo e rolando dívidas durante toda a década, e quando acreditavam estar próximas da salvação, viram a situação piorar com a paralização da economia em função da pandemia. Todas as pessoas que, por alguma razão, deixaram de passar pelas principais ruas dos jardins nos últimos 2 anos, quando retornarem nos próximos meses não reconhecerão. Na LORENA, OSCAR FREIRE, HADDOCK LOBO, BELA CINTRA, AUGUSTA, dezenas de lojas fechadas, e lojas franco-atiradoras, que as pessoas jamais imaginaram encontrar um dia naquela região. Algumas empresas e lojas mais consistentes aproveitam o momento e a oportunidade, e passam a figurar com suas marcas na BEST – BRAND EXPERIENCE STREET – , a OSCAR FREIRE, como fez A GRANADO, que passou a ocupar um ótimo ponto comercial na OSCAR FREIRE, com a GRANADO no térreo, e sua outra marca, PHEBO, no piso superior. Mas a pandemia deixa, por muitos anos, quem sabe para sempre, uma marca definitiva dos estragos em muitos setores de atividade. No caso do comércio, na OSCAR FREIRE e ruas vizinhas, talvez, uma das mais duras marcas dessa devastação. E que tem no fechamento da loja da CAVALERA, e de outras grandes lojas e marcas também, um triste exemplo. TNG, LE POSTICHE e outras redes médias de varejo também recorreram ao instituto da Recuperação Judicial. 3 – QUANDO OS INVESTIDORES ENJOARÃO? Talvez, com um dos mais infelizes “namings” de todos os tempos, que remete ao ruim e negativo, e que mais adiante predispõe e recomenda aos que acreditaram como se sentir, e por decorrência, rejeitarem, saltarem fora, o fato é que o brechó online, ENJOEI, sabe-se lá por quais razões e motivos, conseguiu convencer gestores de fundos a aportar recursos. E não foram poucos. Em oferta encerrada numa sexta-feira, 9 de dezembro de 2020, o ENJOEI informou ter captado R$ 986,7 milhões com a venda de 96,3 milhões de ações por R$ 10,25 a ação… Corta para o primeiro balanço do ENJOEI após a abertura de capital. No ano anterior à abertura, 2019, o prejuízo foi de R$ 20,7 milhões. No primeiro balanço depois da abertura, o prejuízo aumentou em quase 50%: 31,1 milhões. Fatos como esse nos lembram da explicação que os supostamente entendidos costumavam dar para os que iam ao cinema ver algum filme da NOUVELLE VAGUE e não entendiam absolutamente nada. Com um olhar de fastio e desprezo, os tais dos entendidos apenas diziam, “não é para entender, é para sentir”. Os que vêm investindo nas tais das novas empresas produtos da tecnologia encontram-se em situações semelhantes. Investindo às cegas, e acreditando na visão de seus gestores de investimentos. Talvez um dia descubram que seus gestores de investimentos eram míopes… 4 – OS GRANDES LÍDERES, A NOVA ECONOMIA E VIDA PESSOAL Antes de qualquer outra manifestação, pouco provável que pessoas que mergulharam tão fundo em busca da realização empresarial, tivessem conseguido dividir com igual sensibilidade seu tempo com a família. E assim, quando damos uma conferida ainda que superficial na vida pessoal de alguns dos grandes líderes da atualidade, a vida pessoal não necessariamente é um oceano azul, tranquilo e calmo. Talvez, a última das ilusões ou esperanças fosse BILL GATES, que dividia uma fundação com sua mulher MELINDA, – FUNDAÇÃO BILL E MELINDA GATES  –, mas que neste ano acabaram separando-se. Assim, e apenas a título de curiosidade e conhecendo um pouco mais alguns de nossos benchmarks e referências no plano empresarial do mundo moderno, vamos começar pelo talvez mais audacioso e criativo dentre todos.  – ELON MUSK, sul-africano, fundador, CEO e CTO da TESLA MOTORS, NEURALINK, SOLARCITY, SPACE X dentre outras, nascido na cidade de PRETÓRIA, 28 de junho de 1971, caminhando para disparar como o homem mais rico do mundo. Filho de ERROL e MAYE MUSK, foi casado com JUSTINE MUSK – 2000 a 2008, TALULAH RILEY – 2010 a 2012, com que voltou a se casar e se separar, 2013 a 2016. Neste momento encontra-se casado, como define sua relação, com a cantora canadense GRIMES, e com quem tem um filho, X AE A-12: (ex – exe – ei – twelve) – significado, X (matemática), AE amor, inteligência, A12 – ARCANJO 12… Recentemente revelou ter a SÍNDROME DE ASPERGER. Foi no programa SATURDAY NIGHT LIVE, em que desempenhou o papel de apresentador, e, disse, “Estou fazendo história esta noite como a primeira pessoa com ASPERGER a apresentar o SATURDAY NIGHT LIVE…”. Síndrome de ASPERGER, ou autismo, pessoas com dificuldade de interpretar a linguagem verbal e não verbal, precisando de mais tempo para processar informações. Talvez, seu autismo, seja o gatilho de sua infinita criatividade… Existem algumas equipes de cientistas, neste momento e em diferentes lugares do mundo, pesquisando sobre essa possibilidade. – JEFF BEZOS, o todo poderoso da AMAZON, BLUE ORIGIN, THE WASHINGTON POST, da cidade de ALBUQUERQUE, NOVO MÉXICO, 1964, até dias atrás casado com sua parceira e sócia MACKENZIE BEZOS, de quem se separou no ano de 2019 e retomou seu nome de solteira, SCOTT. Hoje vive com LAUREN SANCHEZ, jornalista, e MACKENZIE casou-se com DAN JEWETT, professor de química com quem os filhos dela e de JEFF estudaram. Jeff e Mackenzie têm 4 filhos. 3 biológicos, e a mais nova, adotada na China.  – RICHARD BRANSON – de Blackheath, Londres, 1950, mais velho de três filhos, gago, e em quem os pais não apostavam nada. Já colocou em pé mais de 300 negócios, todos com o naming VIRGIN. Primeiro casamento KRISTEN TOMASSI, de 1972 a 1979, e, segundo, JOAN TEMPLEMAN, de 1989 até hoje. Dois filhos, uma mulher HOLLY, e um homem, SAM. Junto com JOAN tiveram uma filha chamada Clara e que morreu com dias. – BILL GATES, Microsoft, WILLIAM HENRY GATES III, 1955, até dias atrás casado com MELINDA, com quem segue no comando de uma fundação de benemerência. Permaneceram casados de 1994 a 2021, e têm 3 filhos, RORY, JENNIFER e PHOEBE… Como aconteceu nas últimas semanas a separação, ainda muitas histórias, e por mais algum tempo, permanecerão em segredo. – TIM COOK – 1960, CEO da APPLE, e sucessor de STEVE JOBS, jamais abriu mão de sua privacidade, e solitário convicto, mas, no dia 29 de outubro de 2014 assumiu sua homossexualidade em uma matéria na BLOOMBERG BUSINESSWEEK. Escreveu, “Eu tenho orgulho de ser gay e eu considero que ser gay é um dos maiores dons que Deus me deu…”. – SATYA NADELLA, hoje o número 1 da Microsoft, agosto de 1967, indiano de Hyderabad, na Telangana, casado com ANUPAMA desde 1992. 3 filhos, ZAIN, DIVYA e TARA NADELLA. – MARK ZUCKERBERG – de 1984, WHITE PLAINS, condado de WESTCHESTER, estado de Nova Iorque, filho de KRISTEN, psiquiatra, e, EDWARD, dentista. Casado com PRISCILA CHAN, 2012. É isso, amigos, procuramos construir um miniperfil de 7 dos 20 mais importantes empresários que comandam a NOVA ECONOMIA do lado de cá do mundo, e de quem espera-se as maiores e melhores contribuições na construção do Admirável Mundo Novo. É o que testemunharemos nos próximos anos, e no correr desta e da próxima década. 5 – MANCHETE DE MATÉRIA DA FOLHA: “POR JOVENS, VINHO NACIONAL VESTE ROUPA NOVA”. E no texto a explicação. “Startups e vinícolas tradicionais apostam em latas, caixas e linguagem moderna para mudar a imagem da bebida”. Nós, consultores da MADIA afirmamos, PERDA DE TEMPO TOTAL. VINHO é em garrafa de vidro e ponto. O resto é derivativo pífio, gambiarra medíocre, bobagem desprezível. Matéria assinada pela jornalista FLÁVIA PINHO que rendeu-se aos argumentos dos que brincam de fazer vinhos e abre sua matéria afirmando: “Quem encara os vinhos em lata ou em caixa bag-in-box como modismo passageiro precisa urgentemente rever o conceito. A tendência que começou pela mão das novidadeiras startups e já está consolidada no exterior, começa a ser adotada por tradicionais vinícolas brasileiras – e promete ter vindo para ficar…”. Começa que essas trágicas novidades não têm absolutamente nada a ver com as startups.  São tentativas e ações de mais de 50 anos. Por outro lado, e ingressando no mérito, vinho que não seja em garrafa de vidro, com rolha de cortiça, e todos os demais fundamentos que caracterizam a bebida é qualquer outra coisa menos vinho: refrigerante, refresco, sangria, tubaína… Vocês da Madia entendem de vinho? Não, não entendemos. Quem entende são, e dentre outros, nossos amigos e integrantes da Academia Brasileira de Marketing, BONI e MILTON ASSUMPÇÃO. Mas, e para não perder muito tempo discutindo essa brincadeira de péssimo gosto – deveriam batizar essas coisas com outra denominação menos vinho. Vamos nos ater a um dos pequenos detalhes que fazem grande diferença. A ROLHA. Segundo uma das publicações especializadas em vinho, a revista ADEGA, “Boas rolhas são insubstituíveis. Nos espumantes, por exemplo, podem durar por décadas preservando o vinho estável e, principalmente, tendo a elasticidade necessária para serem colocadas numa máquina e empurradas para dentro do gargalo e imediatamente se ajustarem e ele não deixando nenhum espaço livre…”. E o saca-rolhas e as rolhas são apenas uns dos itens que fazem do vinho, vinho! Isso posto, sentimos muito, por jovens, ou demais pessoas, vinho que é vinho de verdade veste-se e abriga-se em garrafas de vidro, com rolha de cortiça, rótulo de qualidade, narrativa tangível, e jamais tem vergonha de sua cor, e se esconde atrás de cartonados ou latas. Beber vinho em lata, ignorando taças adequadas, é pior e mais ofensivo, para os verdadeiros produtores, que xingar a mãe… 6 – INVESTIMENTOS ONDE O RISCO NÃO É O DE APENAS GANHAR POUCO. É DE AINDA TER QUE TODO MÊS PAGAR O RATEIO DAS DESPESAS A expectativa não era de ganhos espetaculares, como se pode ter quando se especula com commodities ou ações, mas nem também de ganhos mínimos como na Poupança. A ideia ou perspectiva era de ganhos razoáveis com pouco risco. Mas veio a pandemia, e o mínimo de risco virou risco total na medida em que não existe rendimento, e sim, despesas mensais rateadas. Essa a situação de momento da maioria dos empreendimentos mais conhecidos como condo-hotéis. Onde as pessoas são donas de uma unidade ou quarto para hóspedes dos hotéis, e confiam o hotel todo à gestão de uma administradora. No Brasil, e dentre as maiores, o GRUPO ACCOR, e a ATLANTICA. Sintetizando a situação. Esses condo-hotéis, para ameaçarem dar algum resultado a ser dividido entre os proprietários das unidades, precisam ter, no mínimo, uma ocupação de 40%. Durante alguns meses da pandemia a ocupação foi ZERO, e nos últimos meses, 20%. Ou seja, chega no fim do mês as receitas são insuficientes para cobrir as despesas, e assim, os proprietários das unidades são convocados para cobrirem o rombo. Ao invés de uma renda mensal, passaram a ter mais uma despesa mensal. Os mais machucados e sem ter de onde tirar dinheiro na medida em que investir em condo-hotéis era o único investimento que possuem, saem no desespero colocando à venda suas unidades. E assim, com uma avalanche de ofertas, o preço de uma unidade que dois anos atrás rondava entre R$ 300 e R$ 400 mil, hoje está na faixa dos R$ 30 a R$ 40 mil… Em, entrevista  para JULIANA SCHINCARIOL, do jornal VALOR, um investidor declarou, “Estou há quatro anos sem nenhum rendimento. Não consigo trocar um quarto por um carrinho de pipoca…”. Para quem sofre ou é claustrofóbico, definitivamente não se recomenda investir em condo-hotel. Vai morrer no desespero… 7 – ADEUS, FORD! No dia 24 de abril de 1919, a FORD recebeu autorização para iniciar suas operações em São Paulo, Brasil. O dinheiro para começar, US$ 25 mil, veio da unidade da empresa na Argentina, onde se instalara anos antes. No exato momento em que comemorava 100 anos da efeméride, a FORD tocou o primeiro sinal. Vendeu sua fábrica de São Bernardo do Campo e tentava, inutilmente, resistir, numa ação lancinante de reinvenção, com mudanças sensíveis em sua linha de produto. Não foi suficiente. Jogou a toalha. No dia 11 de janeiro de 2021, com quase 102 anos, a FORD anunciou que estava despedindo-se do Brasil. A chamada década mais que perdida, a pior das últimas 20, a de 2011/2020, foi devastadora para a FORD, outras montadoras, e infinitas empresas. Uma década em que, e em números reais, o Brasil regrediu, voltou para trás. Agora, e num trabalho da agência REUTERS, os números da despedida. Nos últimos 8 anos, e em cada carro que vendeu, a FORD perdeu R$ 10 mil, ou quase, US$ 2 mil. Na década, as perdas acumuladas foram em torno de US$ 10 bi ou R$ 61 bi. E agora, e no fechamento de tudo, na melancólica, trágica e brutal despedida, mais US$ 4,1 bi de indenizações e prejuízos, para honrar seus compromissos e sair dignamente, mais ou menos um desembolso de R$ 22 bi. Não há vencedores em finais de casamentos. Na vida, e nos negócios. Ainda que tenham durado mais de 100 anos. 8 – AMOR PELA CIDADE No ano de 1954, com alguns amigos de faculdade, o designer MILTON GLASER fundou o PUSH PIN STUDIOS, uma espécie de fortaleza assumidamente influenciada por toda a história visual da humanidade. Já em 1967, criou, para o hoje octogenário BOB DYLAN, o pôster histórico de sua coletânea de hits. Em 1968, – o ano em que o mundo velho começa a despedir-se –, cria a revista da cidade, em que se espelharam centenas de revistas de cidades pelo mundo, a NEW YORK MAGAZINE. GLASER nasceu no BRONX, recebeu a MEDALHA NACIONAL DAS ARTES das mãos de BARACK OBAMA, e morreu no dia 26 de junho de 2020, no mesmo dia em que nasceu, de derrame cerebral, aos 91 anos de idade. Mas sua obra maior, talvez, e que segue mais viva do que nunca, a conotação de amor que emprestou à cidade, quando criou a monumental logomarca I LOVE NEW YORK, Um I, mais um coração vermelho, mais NYC, no ano de 1977, quando a cidade enfrentava sua maior crise: decadência, violência, insegurança, e tentando trazer de volta os turistas. De certa forma a semente multiplicou-se e assim, bilionários apaixonados, procuram sempre oportunidade para investir e valorizar a ilha/cidade. Um ano antes da pandemia, num dos maiores investimentos de todos os tempos, foi inaugurado o projeto HUDSON YARDS, um investimento de US$25 bilhões, hotéis, edifícios, shopping centers, tendo como centro o THE VESSEL, uma torre de observação no formato de vaso voltado para o céu com milhares de degraus. Agora, numa sexta-feira, dia 21 de maio, um novo empreendimento foi aberto ao público, também bancado por um bilionário apaixonado pela cidade. LITTLE ISLAND, um novo parque flutuante sobre o RIO HUDSON, ancorado em 132 enormes tulipas de concreto, com caminhos, flores, anfiteatro, vista deslumbrante, espaços para os que visitam ou moram na cidade tomar sol e fazer piqueniques, outra criação do arquiteto inglês THOMAS HEATHERWICK, o mesmo que criou o complexo HUDSON YARDS. Ou seja, amigos, a sementinha plantada por MILTON GLASER, I LOVE NEW YORK, frutificou. Mais que plantada, e de certa forma traduzida porque anos antes muitos americanos já manifestavam seu amor pela cidade, com obras monumentais como o ROCKEFELLER CENTER, O CHRYSLER BUILDING, o EMPIRE STATE BUILDING, e muitas outras mais. 9 – PREMONIÇÃO Se dentre as empresas e empresários de sucesso da atualidade existe algum e alguma que já nasceu olhando para frente, pensando e realizando o futuro, essa empresa é a POLISHOP e esse empresário é o JOÃO APPOLINÁRIO. Em entrevista histórica e onde resgata os primeiros 21 anos de uma empresa que já nasceu no futuro, realizada pela jornalista JANAINA LANGSDORFF, JOÃO APPOLINÁRIO sintetiza da seguinte maneira: “A POLISHOP nasceu em 1999 já digital, com e-commerce e televisão, apoiados pelo call center e compras realizadas através do e-commerce. Desde o primeiro dia, nosso entendimento era o de que o futuro do varejo traduzia-se em atender o cliente onde estivesse – digital, analógico, ou qualquer canal possível. Lançamos os canais digitais em 2001 e simultaneamente a catálogos e revista. No ano de 2003, inauguramos as duas primeiras lojas e começamos o canal de televisão porque entendíamos que a nossa mídia era importante. Começamos simultaneamente com um primeiro estúdio junto ao escritório. Enfim, a POLISHOP nasceu com o posicionamento da multicanalidade…”. APPOLINÁRIO fala do erro generalizado que vem acontecendo com a maior parte das empresas do e-commerce: “O e-commerce vem tomando um caminho errado no mundo inteiro. Deveria ser uma plataforma de serviços e comodidade para a pessoa que ou não vai à loja, ou, se vai, quer chegar informada, muito especialmente nas lojas onde acontece o autoatendimento. O que constatamos hoje é que o caminho escolhido foi exatamente o oposto. Ao invés de oferecer comodidade, optou pela destruição de valor e só chama a atenção pela concessão de descontos. Não sei por quanto tempo mais essa prática é sustentável. Em síntese, hoje assistimos um festival de aquisições e, com raríssimas exceções, as empresas perdem dinheiro no e-commerce…”. A POLISHOP E A PANDEMIA Dentre as diferentes revisões que a POLISHOP precisou fazer e adotar durante a pandemia, talvez a mais difícil tenha sido proceder a LOGÍSTICA REVERSA dos estoques. Diz, APPOLINÁRIO: “Com as lojas fechadas, tivemos de fazer a logística reversa, das lojas para nosso centro de distribuição, pois 60% de nosso estoque estava nas lojas físicas. Estamos presentes em todo o Brasil, e todas as nossas 268 lojas fecharam. Mais do que isso, todas não podiam funcionar aos sábados e domingos, nossos principais dias de vendas…”. Essa é a POLISHOP, esse é APPOLINÁRIO, a empresa e o brasileiro que intuíram como seria o comércio muito antes que todos os demais. Uma referência mundial. 10 – NÔMADES DIGITAIS E aí, existia uma correlação absoluta e completa entre moradia e trabalho. As pessoas, mais de 90% delas, trabalhavam na cidade onde moravam. Alguns prestadores de serviços, no entanto, mesmo antes da internet e do digital, prestavam serviços para empresas de todo o país, e muitos, de todo o mundo. Na medida em que o digital foi avançando, essa possibilidade cresceu, e assim, e por exemplo, boa parte dos contribuintes americanos confiam a especialistas na Índia a realização de seus impostos de renda, assim como muitos estudantes americanos têm aula particular com professores indianos, e a distância. Muitas empresas de tecnologia no Brasil trabalham com programadores na Índia. De qualquer maneira, isso aconteceu num primeiro momento do digital, e com a chegada da internet. De 10 anos para cá a consciência da mobilidade foi crescendo, os gadgets aperfeiçoando-se, as conexões melhorando, e assim, milhares de jovens profissionais decidiram, além da mochila, colocarem um notebook a tiracolo e partirem pelo mundo sem deixar de prestar serviços a empresas. São os chamados NÔMADES DIGITAIS, que vêm crescendo de forma acelerada nos últimos anos, fazendo com que alguns países, e principalmente cidades que sempre atraíram muitos turistas, desenvolvam programas especiais voltados para eles, nômades digitais. Neste ano, e pegando carona na forte atração que exerce em todas as pessoas de todo o mundo, o RIO DE JANEIRO coloca em andamento um plano de posicionar-se como o principal polo para os nômades digitais de todo Brasil, e se possível, da América Latina. Em entrevista ao O GLOBO, a presidente da RIOTUR, DANIELA MAIA, disse que a cidade está se preparando para oferecer a infraestrutura básica a um nômade digital, e que passa também pelo envolvimento da hotelaria, bares e restaurantes. A ideia, segundo DANIELA, é primeiro atrair quem está em São Paulo, Belo Horizonte, ou outras cidades do País, trancadas num apartamento, para vir trabalhar no RIO por um ou dois meses… O passo seguinte, atrair o estrangeiro…”. Tem tudo para dar certo. Vai dar certo! DRUCKER’S MONTHLY Reservamos todo o final do BUT para alguma lição de nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER. Em todos os seus livros – quase 40 – nosso adorado mestre e mentor em algum momento trata de um dos temas recorrentes de sua vida e lições. Trata da INOVAÇÃO. Assim, e para esta edição, separamos e depois juntamos seis desses momentos, e que, de certa forma, constituem uma espécie de hexágono de ouro sobre a INOVAÇÃO, segundo PETER FERDINAND DRUCKER, o criador da administração moderna e de sua ideologia, o marketing. VAMOS AOS SEIS: 1 – “Resultados decorrem do aproveitamento de oportunidades e não da solução de problemas. Solução de problemas apenas restaura a normalidade. Oportunidades significam explorar novos caminhos.” 2 – “Todas as inovações eficazes são absurdamente simples. O maior elogio que uma inovação pode receber é alguém comentar tratar-se do óbvio. E, completar, dizendo, ‘por que não pensei nisso antes?’”. 3 – “Há anos leio os discursos dos que ganham o Prêmio Nobel. Quase sempre dizem, “o que me levou ao trabalho que me possibilitou essa conquista foi uma observação ao acaso feita por um professor que me disse ‘por que você não tenta algo em que os resultados realmente façam a diferença?’”. 4 – “Uma empresa só inovou de verdade quando o cliente reconheceu, valorizou e se dispôs a pagar por isso.” 5 – “A inovação sempre significa um risco. Mas, ir ao supermercado de carro para comprar pão também é arriscado.” 6 – “Qualquer atividade econômica é de alto risco. Não inovar e tentar preservar o passado é muito mais arriscado do que construir o futuro.” Sintetizando as seis lições de ouro de nosso adorado mestre, absolutamente impossível sobreviver e prosperar sem perseguir obstinada e diuturnamente a inovação. Fazer-se hoje, da mesma forma, com os mesmos gestos e palavras, com semelhante emoção, o mesmo que se fez ontem, e anteontem, e nos dias anteriores, é cometer suicídio homeopaticamente… TODOS INOVANDO, SEMPRE! Até agosto!