Cenas do fim do emprego
No Estadão de quarta-feira, 19 de junho de 2024, mais e novas cenas do fim dos empregos. Nada de errado. Rigorosamente como previsto pelos principais pensadores do mundo dos negócios, em especial Jeremy Rifkin com seu antológico e fundamental livro O Fim dos Empregos.
Em grande matéria, o Estadão revela os investimentos que o Mercado Livre vem fazendo para poupar os seres humanos do trabalho pesado, os substituindo por Robôs. Repito, nada, absolutamente nada de errado. Rigorosamente o mesmo que vem acontecendo no mundo há dois séculos com a migração gradativa das pessoas dos trabalhos nas terras e campos, para as cidades, para os escritórios, e, mais recentemente, para as nuvens.
Assim caminha a humanidade. Isso é sinal de progresso e de redenção do ser humano. Onde está o erro? Que não, nós, sociedade, nos preparamos para esse momento, e não criamos um suporte, anteparo, ou colchão social. E assim assistiremos milhões de pessoas desempregadas no mundo, aguardando, para e mais adiante, um novo rearranjo social resgatar um mínimo de dignidade a todos.
O Mercado Livre segue contratando. Mais robôs, e mais pessoas. Pela razão que segue crescendo e prosperando. O fim dos empregos vem acontecendo de 10 anos para cá nas milhares de empresas do varejo que foram fechando lojas, armazéns, escritórios, e, cortando pessoas. O Mercado Livre não faz absolutamente nada de errado. Cumpre sua obrigação social de melhorar seu desempenho, oferecer os melhores serviços pelos melhores preços, e rentabilizar todos os recursos que empresta da sociedade. Inclusive e principalmente, oferecer melhores condições de trabalho para seu capital humano que não para de crescer.
Falando na matéria, Fernando Yunes, presidente da operação brasileira do Mercado Livre, declarou, “A adoção de robôs reduz a necessidade de força de trabalho na separação de pedidos, mas o plano do Mercado Livre é continuar contratando no Brasil. Havíamos prometido 6,5 mil contratações neste ano, e terminaremos contratando 11 mil, 70% a mais que o previsto. Assim, nosso quadro funcional subirá de 22 mil para 33 mil até o final deste ano…”.
É isso, amigos. Uma nova realidade. Olhando sob outro ângulo, podemos afirmar que, para cada um dos novos empregos que o Mercado Livre vem oferecendo, três, indiretamente, são perdidos em diferentes empresas em decorrência de seu avanço e sucesso. Como sempre foi e será na medida em que a inteligência humana vá prevalecendo, e a eficácia seja o código de sucesso. Mas, e repito, não nos preparamos para esse momento. E conviveremos com muita dor durante bons anos, talvez décadas…
Em tempo, com os 100 robôs do Centro de Distribuição SP04 do Mercado Livre, a empresa estima que seus funcionários reduzirão em 70% seus deslocamentos…