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Investindo no futuro, com os pés fincados no presente, e os olhos grudados no passado

Em momentos de ruptura e transição radical, de ordem estrutural, como estamos vivendo, e sendo otimistas, 50% de tudo o que está sendo decidido hoje tem elevadíssimos riscos de não fazer o menor sentido amanhã. Muito especialmente as decisões que envolvem a gestão de países, estados e cidades. Decidimos investimentos monumentais cujos resultados e conclusões acontecerão num horizonte não inferior a 5 anos, com elevadíssimos riscos de, e quando prontos, concluirmos termos protagonizados uma tolice absurda. De termos investido tempo e bilhões em decisões e obras que perderam, por completo, a razão de ser. Assim, com esses olhos e entendimento, leio, preocupado, a decisão da Companhia do Metropolitano de São Paulo, o Metrô, ter assinado um novo contrato para a linha 2, e no valor de R$1,98 bi. Em meu entendimento, e por sensibilidade, comedimento e cautela, todos os novos investimentos em grandes obras deveriam ser congelados até termos uma visão mais clara do que acontecerá com nossas cidades e ainda no correr desta década, em decorrência do tsunami tecnológico, acelerado pela pandemia, que muda por completo a forma de acessarmos serviços, empregos, realizarmos compras, morarmos… Mas, e infelizmente, isso não irá acontecer. E acordaremos na próxima década descobrindo todas as tolices que cometemos, e o dinheiro que enterramos em obras deletérias e perfunctórias, que, e a luz de uma nova realidade, não fazem mais o menor sentido. Que nascem, mortas. Isso posto, e se tivéssemos juízo, deveríamos evitar qualquer investimento maior projetado para o atendimento de uma necessidade futura que muito provavelmente não acontecerá. Mas, e repetindo, não é assim que funciona nossa cabeça coletiva, e por essa razão, estamos condenados a protagonizar tolices monumentais, com consequências trágicas, mais adiante. Ou seja, esse contrato de R$1,98 bi para Linha 2 do Metrô jamais deveria ter sido assinado. Nem mesmo sabemos se o Metrô, continuará fazendo sentido diante de uma mais que novíssima realidade. Mas, e infelizmente, é assim que funcionam nossas cabeças, coletivamente. Como disse Scott Fitzgerald, em sua monumental obra The Great Gatsby, “Barcos contra a corrente arrastados incessantemente para o passado” …
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Síndrome de Conceição, ou, ética é default

Ou, se preferirem, a ética é inerente ao comportamento das pessoas num mundo supostamente civilizado. Se não é, deveria! Lembram da música Conceição, talvez o maior hit de Cauby Peixoto? Conceição, composição legendária de Jair Amorim e Dunga, talvez seja o que melhor explique as perplexidades do mundo novo em que vivemos. Ninguém é culpado de nada, ou, como dizia a música, “se subiu, ninguém sabe, ninguém, viu…”. E todos recorrendo ao brocardo jurídico, “Nulla Crimen, Nula Poena, Sine Lege”. E que significa: Se Não Existe Lei, Não Existe Crime, E Muito Menos Qualquer Possibilidade De Alguém Ser Apenado… Esqueceram-se da velha, maltratada e cinicamente ignorada Ética. Não se faz ou deixa de fazer o que quer que seja pela inexistência de leis. Apenas, primeiramente, e acima de tudo, por uma questão de Ética. E que nos dicionários segue sendo definida como “O ramo da filosofia que tem o objetivo de refletir sobre a essência dos princípios, valores e problemas fundamentais da moral, tais como a finalidade e o sentido da vida humana, a natureza do bem e do mal, os fundamentos da obrigação e do dever, tendo como base as normas consideradas universalmente válidas e que norteiam o comportamento humano…”. Alegando inexistência da lei, e tentando fugir das monumentais multas e ressarcimentos que inexoravelmente serão condenadas, as Big Techs que deitaram e rolaram com nossos dados, e com os direitos autorais de produtores de conteúdo, dentre outros crimes, defendem-se hoje em centenas de processos e tribunais. Da mesma forma com que eventos pontuais e específicos, organizações procuram tirar seus orifícios fecais de desconfortáveis seringas, alegando que “não se julgam e muito menos consideram-se responsáveis”. Na semana passada, um casal de turistas da cidade de São Paulo e em férias, surpreendeu-se com uma microcâmera numa falsa tomada de um quarto alugado no condomínio Oka Beach Residence, na cidade de Porto de Galinhas, Pernambuco. Realizada através do site líder global em reservas, Booking, que imediatamente suspendeu a propriedade da plataforma. Por sua vez, o condomínio disse não ser responsável, uma vez que as transações e reservas são realizadas diretamente entre inquilinos e proprietários. E outros eventuais suspeitos ou envolvidos silenciaram… É esse o mundo em que vivemos hoje. Onde, e em decorrência do Tsunami Tecnológico, faz com que milhões de negócios considerem-se irresponsáveis no que fazem, mesmo porque, e como ainda não existe lei, não podem ser cobrados… Em tempo, e segundo nos ensinou Oscar Wilde, a Ética tem uma espécie de 2ª Instância, exclusividade de pessoas dignas, e que se chama Caráter. Segundo Wilde, “Chamamos de ética o conjunto de atos que as pessoas adotam quando todos estão olhando. O conjunto de atos que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de caráter…”. Ou ainda, e como nos ensinou Blaise Pascal, “A consciência continua sendo o melhor livro sobre moral, e o que menos é consultado…”. É isso, amigos, em tempos de disrupção monumental e compulsiva, a última manifestação formal decorrente, sempre serão leis e regulamentos. E aí, enquanto leis e regulamentos não existem, o que conta mesmo é nossa consciência individual. E que segundo Scott Fitzgerald, e referindo-se a seu personagem antológico, The Great Gatsby, “Um senso de dignidade fundamental é concedido desigualmente às pessoas ao nascer…”. Se você tem, e mais que acredito que você tenha, siga sua consciência, sempre, independentemente da existência ou não de leis e regulamentos. Se assim continuar, “caosaremos”. Morreremos todos, no caos…
Novo Brasil

Vídeo 13

SCOTT FITZGERALD E O BRASIL DE FERNANDO GABEIRA: “Um senso de dignidade fundamental é concedido as pessoas desigualmente ao nascer”; e o PT, “Barcos contra a corrente navegando incessantemente em direção ao passado”.
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Vídeo 02

Hoje o segundo episódio da série MADIA41ANOS. Onde, e em companhia de vocês, pretendo construir, claro, se vocês quiserem, um nosso legado para nosso querido país. Neste episódio de hoje recorro a SCOTT FITZGERALD, PEDRO MALAN ou GUSTAVO LOYOLA, CONDE DE LAMPEDUZA, LEWIS CARROLL, e encontro a resposta, quem sabe um dia, em DOROTHY PARKER. Ótima semana, e obrigado pelo carinho de sua atenção.