Julho 2022
BUT – BUSINESS TRENDS – 06/2022 – JULHO/2022
Síntese mensal das principais movimentações, acontecimentos, registros no ambiente de negócios do Brasil e do mundo. Um trabalho de pesquisa, coleta de dados, análises e reflexões da equipe de consultores do MadiaMundoMarketing ― a única empresa de consultoria em todo o mundo que tem em seu DNA a ideologia da Administração Moderna, o Marketing. Sempre sob a orientação e mentoria do maior dos mestres da gestão e dos negócios, PETER FERDINAND DRUCKER.1 – A VIDA
TEM SONS
Faltava
um exemplo definitivo e arrebatador de um grande salto só possível através da
inteligência artificial.
Agora
não falta mais.
De
alguma forma, a canção imortalizada pelo ROUPA NOVA, de autoria de LUIZ OTAVIO
DE MELO CARVALHO, NEY ANTONIO D´AZAMBUJA RAMOS, E PAULO SERGIO VALLE, nos
alertava sobre isso, Lembram…
“A vida tem sons que pra gente ouvir
Precisa aprender a começar de novo
É como tocar o mesmo violão
E nele compor uma nova canção”
Ou,
“A vida tem sons que pra gente ouvirPrecisa entender que um amor de verdadeÉ feito canção…”
Mas,
faltava o exemplo, a documentação, e isso aconteceu no ano passado, com o
espetacular documentário, marco definitivo do antes e do depois, THE BEATLES:
GET BACK. Obra monumental de PETER JACKSON, que decidiu enfrentar e superar o
desafio, resgatando um momento único da vida dos BEATLES, mediante utilização
de doses substanciais e generosas de INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.
Poderíamos
seguir neste comentário detalhando que tudo começa quando um maluco chamado
MICHAEL LINDSAY-HOGG, decidiu guardar e preservar todo o material de quase 60 horas
captado no ano de 1969, para um suposto documentário LET IT BE, que seria
protagonizado pelos BEATLES.
Estava
tudo lá, guardado, intacto, mas faltava submeter todo esse material, vídeo e
sons, a tecnologia e suas conquistas, à inteligência artificial.
A
mesma que possibilitou no início deste século o decifrar-se de um dos maiores mistérios
da humanidade. O GENOMA HUMANO, e de todas as demais espécies, DE COMO SOMOS
FEITOS! E daí nasceu a mais revolucionária de todas as medicinas, ainda
engatinhando, a MEDICINA CORRETIVA…
O
material era, ao mesmo tempo, irretocável e caótico.
Não
querendo perder nada, pela premonição que teve que talvez fosse aquele encontro
o último de Paul, John, George, e Ringo, espalhou microfones e captou todos os
sons possíveis e imagináveis.
E
aí, e para não nos alongarmos muito mesmo porque é difícil de explicar e quase
impossível de compreender, recorrendo à IA – INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL e ao ML – MACHINE
LEARNING, resgataram, descobriram, e revelaram, um conteúdo inédito e
absolutamente desconhecido pelos seres humanos, incluindo todos os milhões de
admiradores dos BEATLES.
Curto
e grosso.
As
sensações que GET BACK nos transmitem são únicas e absolutamente impossíveis de
serem sentidas pelos recursos até então existentes.
Para
as pessoas que nos perguntam qual a mágica do GET BACK, que fascina e ensandece
tanto as pessoas. E que, sem terem consciência, sem saberem, passam a sentir. Sensações
absolutamente novas, mais de 50 anos depois.
E
todas, sem exceção, em maiores ou menores graus, e sem conseguirem explicar,
terminam a série de episódios num estado de contentamento, de emoção, de
euforia, inimagináveis.
Talvez,
e tentando explicar o inexplicável, como se todos nós, e aproveitando o título
que Beatriz Vaccari, do CANALTECH, deu a sua crítica do documentário, como se
todos nós, de repente, encontrássemos circunstancialmente uma carta de amor de
oito horas de duração, que encontrava-se guardada em um cofre, esperando pela
chegada da inteligência artificial para que pudéssemos abri-la e lê-la, por
completo.
Tudo
bem, esqueçam querer entender como é e funciona a inteligência artificial, assim
como não sabemos como funcionam infinitos objetos, produtos, sistemas.
Vamos
apenas e tão somente desfrutarmo-nos de seus espetaculares serviços e
conquistas.
Como,
por exemplo, GET BACK. E nos deixar levar nos sons, que a vida tem, e ouvir no
fundo,
SHE
LOVES YOU, YEAH, YEAH, YEAH…
2 – OS LIMITES DO AMOR
Quais
os limites das manifestações de amor e carinho pelos colegas de trabalho de uma
empresa?
Segundo
decisão da 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, (AM/RR), e
seguindo o parecer do relator, JOSÉ DANTAS DE GÓES, o limite são manifestações
e comportamentos que caracterizem ULTRAJE AO PUDOR PÚBLICO…
Isso
posto, BEIJOS E ABRAÇOS entre colegas de uma mesma empresa, durante o
expediente, pode e não é passível de caracterizar JUSTA CAUSA.
Uma
auxiliar de farmácia de um hospital foi filmada beijando um colega de trabalho
durante o horário do expediente. E, em decorrência, foi demitida por justa
causa.
No
julgamento, o hospital não teve sua defesa acolhida na ação que a funcionária
ingressou na Justiça. O hospital recorreu, e voltou a perder. Segundo a 3ª
Turma, a decisão foi absolutamente desproporcional. Era suficiente uma
advertência. No máximo, uma suspensão…
Ou
seja, amigos, vivemos tempos de transição, de nervos a flor da pele, onde
pessoas se manifestam de forma excessiva e exacerbada, criando um clima mais
que trágico para decisões equivocadas, desnecessárias e inconsistentes. Tempos
de transição, como o que vivemos, levam a isso.
3 – INFLUENCIADORES…
Todo
o cuidado e muito mais é pouco.
Tudo bem, você quer confiar seu maior patrimônio, sua MARCA, a manifestações de influenciadores?
É
um problema seu.
Mas,
advertimos: loucura, devaneio, alucinação, temeridade.
Vai
dar merda, mais cedo ou mais tarde.
Se
quiser o testemunhal, o depoimento de alguém com conteúdo de verdade, risco
próximo de zero, e que agrega valor a sua MARCA, claro, dependendo na maneira e
do conteúdo a dizer, contrate um legítimo FORMADOR DE OPINIÃO.
Esqueça
essa bobagem chamada INFLUENCIADORES…
Agora,
cinco marcas que cometeram a temeridade, encantando-se com os números de
visualizações e suposta audiência, correm atrás do prejuízo: IFOOD, BIS,
RAGAZZO, PUMA e INSIDER STORE.
Colocaram
dinheiro, temerária e irresponsavelmente, em alguém que tinha por hábito fazer
suas lives embriagado.
Quem
confessa e reconhece essa temeridade é ele, BRUNO AIUB, mais conhecido como
MONARK (nada a ver com a fábrica de bicicletas).
Quando
alguma empresa procura a MADIA e vem com a conversa de utilizar INFLUENCIADORES
agradecemos e pulamos fora. Absolutamente fora de controle.
Como
dar um punhal para uma criança brincar com seus amiguinhos…
Não
vai dar certo.
Quer
recorrer ao testemunhal, quer agregar valor à narrativa, contrate um FORMADOR
DE OPINIÃO de verdade.
E
amarre esse FORMADOR DE OPINIÃO a cláusulas absurdamente rigorosas. E controle
e vigie permanentemente seu comportamento.
Para
não correr o risco de esses influenciadores fazerem coisas, como, tatuagem no
ânus. E ao invés de ficarem quietinhos, dão entrevistas orgulhando-se dessa
barbaridade.
Como
fez ANITTA, membro do conselho do NUBANK.
Segundo
a influenciadora, ANITTA fez a tatuagem no ânus porque não tinha mais nenhum
outro lugar em seu corpo onde fazer… E cobrada, declarou à imprensa:
“Não
tinha mais onde tatuar, não tinha mais espaço. Mas a tatuagem é muito linda,
não tem nada demais…”.
ANITTA
tatuou a palavra LOVE em seu ÂNUS…
Como declarou seu tatuador que ganhou R$300,00 reais para fazer: “Bem romântico…”.A marca é sua, a responsabilidade é sua, você decide.
Depois
não venha reclamar…
4 – QUEM TUDO QUER, TUDO PERDE
Ditado
dos mais antigos, repetidos à exaustão por nossas mães avós diante da
voracidade e gulodice total de nós, enquanto crianças, acabou virando título,
em português, de uma deliciosa comédia de BRIAN DE PALMA, no original, WISE
GUYS (garotos espertos).
Com
DANNY DE VITO e JOE PISCOPO.
Mais
ou menos, e quase sempre, a razão de ser de debacles monumentais.
Fundada
no ano de 1914, no dia 13 de dezembro, pelo imigrante português JOAQUIM IGNÁCIO
DA FONSECA SARAIVA, de TRÁS-OS-MONTES, 94 anos depois, 2008, detinha mais de
20% do total das vendas do Brasil.
E foi nesse exato momento, empolgada com o sucesso, que os sucessores de JOAQUIM IGNÁCIO decidiram aceitar as ofertas mirabolantes dos shopping centers, e converterem a vitória rede de livrarias, em MEGASTORES. E, que, além de livros, e como o espaço era descomunal, passaram a vender os condenados à morte CDs, DVDs, e na onda do “JÁQUE” — já que vendo isso vendo aquilo — foi convertendo-se também em revenda de eletroeletrônicos, computadores, celulares, smartphones, e, e, e, começou a fraquejar, bambear as pernas e aproximar-se do abismo.
Como
a compulsão e ganância eram incontroláveis não se deu conta e mergulhou no
abismo.
Corta
para fevereiro de 2022.
Quatro
anos depois de ter pedido RECUPERAÇÃO JUDICIAL, incapaz de suportar e honrar
uma dívida de R$675 milhões.
Numa
luta desesperada e esperanças próximas de zero, tenta sobreviver, de alguma
maneira, seja essa maneira a que for.
No
ano passado, o que sobrou da SARAIVA dos anos de glória, meados da década
passada, um prejuízo de R$15,7 milhões.
Das
113 lojas de seu melhor momento hoje restam 37. Devolveu e ou fechou todas as
demais.
E
ainda a pandemia, e vendas caindo para quase a metade do Natal de 2020. Dentre
suas maiores dívidas, a maior com o BANCO DO BRASIL, mais de R$120 milhões.
Dívidas elevadas com seus tradicionais e queridos editores de livros que
forneciam o produto principal da verdadeira e original Saraiva: o LIVRO.
Sem
contar os aluguéis em shoppings que não paga há um bom tempo.
Assim,
e ano após ano, mais prejuízos, menos compromissos honrados, menos lojas, a
caminho, de mãos dadas com a CULTURA, ao mesmo destino reservado a LASELVA, que
teve sua falência decretada no ano de 2013.
Lembram,
nossas mães e avós…
QUEM
TUDO QUER, TUDO PERDE…
Mais
ou menos por aí a triste e constrangedora história da SARAIVA, e de herdeiros
que jamais entenderam as verdadeiras razões e motivos do imigrante português
JOAQUIM IGNÁCIO DA FONSECA SARAIVA, de TRÁS-OS-MONTES, há mais de 100 anos.
5 – EQUILIBRANDO-SE NUM FIO DE ARAME
FROUXO
É
essa a situação dos aplicativos de entrega — todos — muito especialmente, o
mais conhecido de todos — transporte de passageiros e entregas de produtos e
alimentação — o UBER.
Que
como todos sabem nasceu num dia em que nevava em Paris, 2008, e seu criador TRAVIS
KALANICK não conseguindo táxi e vendo centenas de carros particulares passarem
apenas com o motorista considerou a possibilidade de um aplicativo para uma
espécie de “caronas pagas”.
Milhares
de processos em todo o mundo caracterizando RELAÇÃO DE TRABALHO existente entre
UBER, demais aplicativos, e os motoristas.
Ou
seja, todo um meganegócio, envolvendo hoje parte da estrutura logística dos
países, mais milhões de motoristas, mais dezenas de milhões de pessoas que
compram no e-commerce e recebem a entrega da compra por essas plataformas, e
muito mais, ou seja, uma manifestação absolutamente integrada e parte relevante
do novo mundo em processo de construção.
No
ano de 2018, setembro, um motorista foi assassinado a tiros depois de dura
discussão com um motoqueiro. A família, mulher e filho, ingressaram com ação
alegando que o pai e marido trabalhava exclusivamente para o aplicativo.
Na
ocasião, e questionado, o UBER assim se manifestou:
“Infelizmente,
os incidentes de trânsito ainda são comuns nas cidades brasileiras. Esperamos
que as autoridades avancem nas investigações para encontrar os responsáveis e
levá-los à Justiça o mais rapidamente possível…”.
Sintetizando
e traduzindo, o UBER formalmente disse SINTO MUITO, MAS NÃO TENHO NADA COM
ISSO.
Mas
não é exatamente assim que pensa parte da JUSTIÇA.
E
agora, e na medida em que a ação prospera, chegou a 3ª Turma do TST – Tribunal
Superior do Trabalho, que decidiu pela responsabilidade do UBER e que terá que
indenizar a família do motorista assassinado.
Essa
discussão vai longe, e durante toda essa década ainda essas plataformas caminharão
sob o fio de arame bambo e inseguro decorrente de criarem, com as conquistas da
tecnologia, uma nova forma de relacionamento não prevista pelas leis.
Mais
adiante o mundo será assim, não existirão mais empregados. Apenas
exclusivamente, profissionais autônomos, empreendedores, na condição de
prestadores de serviços, e trabalhando sob o regime da PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
Porém,
mais adiante.
Ainda
teremos uma longa jornada para que ESSA NOVA REALIDADE, que já se faz presente
nos países mais adiantados, torne-se uma NOVA e GLOBAL REALIDADE.
E,
enquanto isso não acontece, centenas, milhares, quem sabe milhões de processos
na Justiça, merecendo decisões de toda a ordem.
Todo
processo de mudança é assim.
O
atual, mais que mudança, é de rompimento.
Do
mundo velho para um mundo absolutamente novo, em decorrência do tsunami
provocado pela tecnologia.
Assim,
e mais que mudança, vivemos momentos de demolição, e construção absolutamente
novas no lugar.
Novas,
e, completamente diferentes. Absolutamente nada a ver como era antes.
Como
nos ensinaram LULU SANTOS e NELSON MOTTA:
“Tudo o que se vê não éIgual ao que a gente viu há um segundo…”.Lembram, e começavam já alertando,
“Nada
do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia…”.
É
ISSO. APENAS ISSO!
6 – CEDO PARA FORMAR-SE, MAS, E FINALMENTE, UMA MUDANÇA NA CURVA DA TENDÊNCIA
Brasileiros
gostam de cerveja e ponto. Não se discute mais.
Era
verdade.
Desde
que nasceu, em todas as esquinas, reuniões de família, festas, batizados,
aniversários, dominava a cerveja.
Pela
simples razão que era acessível em todos os sentidos. Portabilidade, preço, distribuição.
E para os não iniciados, absurdamente acessível porque empunhada por seus pais,
tios, avós.
E
enquanto isso, o vinho devagar quase parando, absolutamente ignorado. Pior
ainda, maltratado pelos produtores que se recusavam a fazer o essencial.
E
aí chegaram os CLUBES DE VINHO.
Que,
pacientemente, pegaram as pessoas pelas mãos e foram explicando o TIM-TIM POR
TIM- TIM da fabricação, do consumo, da história, da elegância, sensibilidade,
paladares, cores do vinho.
Mais
que isso, convenceram as pessoas a fazer assinaturas de vinho.
WAAS!
WINE AS A SERVICE!
Mais
que comprar, assinar o recebimento mensal de uma cota básica de vinho. Duas,
três ou quatro garrafas.
E
junto com as garrafas, em embalagens primorosas, sempre um brinde, um folheto, uma
revista, pegando os novos consumidores pela mão e alfabetizando todos na arte,
ciência, ritual e prazeres do vinho.
Da
cidade de ITABUNA (BA), ROGÉRIO SALUME, 1973, adorava a prática da natação. Participava
de competições em VITÓRIA, ESPÍRITO SANTO, para onde se mudou em 1989. Mais
adiante fez jornalismo e MBA na FGV.
Começou
a vida profissional como vendedor — de bicicleta vendia balas e doces para
bares e comércio da Grande Vitória.
Um
dia foi trabalhar com a empresa do maior dos mestres do ATACADO do País, ALAIR
MARTINS.
Cuidava
das vendas do MARTINS na cidade de VITÓRIA.
Antes
de seu encontro com vinhos, e para permanecer próximo da família e de VITÓRIA,
sua primeira filha, abriu uma pequena empresa de distribuição de produtos. Não
deu certo.
Numa
viagem a SÃO PAULO reencontra ANSELMO, um velho amigo, de tecnologia, e
constroem um primeiro site para a empresa dos dois. Para vender vinhos.
O
negócio prospera, em 2004 converte-se na ESTAÇÃO DO VINHO e recebe seu primeiro
aporte.
Em
2008, ROGÉRIO e ANSELMO despendem-se da ESTAÇÃO DO VINHO e criam o WINE.
No
primeiro ano vendem 250 mil garrafas para 14 mil clientes, e, então, nasce o
CLUBE W, o WINE, que mudou para melhor e para sempre a história do vinho em
nosso país.
Quem
nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
No
caso do vinho a resposta é única e unânime, quem mudou a história do vinho em
nosso país foi o CLUBE WINE, e, depois, os demais clubes que pegaram carona na
nova e poderosa onda.
Corta
para o início do ano, e depois de quase 2 anos de pandemia completos.
Dados
das últimas pesquisas referentes ao ano de 2021 revelam.
Enquanto
a venda de cervejas caiu 11%, a de vinho avançou mais de 50%.
É
isso, amigos. Uma lição definitiva e magistral de como se muda o comportamento
de pessoas, e se dá inicio a uma revolução.
Com
paciência, disciplina, gentilezas, carinho, respeito, pegando as pessoas pelas
mãos, ensinando, acessibilidade total, e, gradativamente, o aparente milagre
acontece.
Quem
quiser chamar de milagre que o faça, mas, de verdade, trabalho exaustivo, no
correr de mais de uma década, e de excepcional qualidade.
Quando
isso acontece, dá certo. Deu.
ROGÉRIO
SALUME, seus sócios, companheiros de WINE, mais que todos os produtores, muitos
centenários, mudaram para sempre e para melhor a história do vinho no Brasil.
7 – SÍNTESE DAS SÍNTESES
Em
todos os últimos anos muito se tem discutido sobre a possibilidade do excesso
de tecnologia estar fazendo mal para as pessoas. Tornado todos mais acomodados,
e, de quebra, alterando a maneira como raciocinamos.
Por esse pensamento, todas as inovações dos últimos séculos e milênios, precisariam ser reconsideradas porque determinaram mudanças profundas no comportamento dos seres humanos.
Em
decorrência das inovações, no correr os séculos, passamos a produzir dezenas de
vezes mais, e, na outra ponta, comer sentados em cadeiras e em volta de uma
mesa, com pratos de louça, faca e garfo, mais guardanapos. Caso contrário,
continuaríamos nos alimentando com as mãos…
Porém,
as fantásticas facas, que nos possibilitaram um salto civilizatório monumental,
nas mãos de desequilibrados provocam as maiores barbaridades.
É
exatamente isso que testemunhamos acontecer com a tecnologia e seu uso. DANIEL
SCHACTER, psicólogo americano e professor da Universidade de Harvard, autor do
clássico THE SEVEN SINS OF MEMORY: HOW THE MIND FORGETS AND REMEMBERS, do ano
de 2001, relançado agora em versão atualizada e mais completa, em entrevista à
GIOVANNA WOLF do ESTADÃO, explica:
“A
tecnologia pode ser útil para nossa memória, como as agendas digitais que nos
notificam sobre compromissos… O perigo reside na desinformação que povoa a
internet que, e sem que as pessoas se deem conta, vai se incorporando às suas
memórias…”.
Ainda
em sua entrevista SCHACTER falou sobre uma espécie de SÍNDROME DO FOTÓGRAFO.
E
que é mais ou menos a seguinte: a pessoa que numa viagem de família cuida dos
registros fotográficos, não guarda nem uma melhor recordação, e nem uma maior
lembrança da foto que tirou.
Pela
simples razão que sua atenção concentra-se na luminosidade, no foco, no ângulo,
de todas as fotos que tira no correr da viagem.
E
ainda SCHACTER reflete sobre uma espécie de SÍNDROME DE GPS.
Com
o GPS, tudo ficou mais fácil, e raramente erramos a direção. Em compensação,
nos tornamos dependentes, e se no passado guardávamos e sabíamos os caminhos,
hoje se precisarmos refazê-los sem GPS será praticamente impossível.
De
verdade, SCHACTER apenas nos recorda do sentido da evolução.
Diante
de uma alternativa melhor em todos os sentidos, teríamos imensa dificuldade em
retroceder, em recorrer a uma solução antiga, substituída magnificamente por
uma solução melhor.
Para
isso, é que fomos feitos, como diria o poeta VINICIUS DE MORAES… Para isso,
e, principalmente, para AMAR E SER AMADOS… Evolução passa, também, por
esquecimentos.
Pelo
não lembrar-se mais do que se tornou desnecessário.
8 – TORTURA
Gradativamente
vai se disseminando a prática de algumas empresas, muito especialmente com a
chegada das centenas de FINTECHS, de concederem empréstimos às pessoas, e
recebendo como garantia o aparelho celular.
Algumas
plataformas e aplicativos possibilitam essa modalidade absurda de garantia, na
medida em que, para parcela expressiva das pessoas, o celular é a voz, o
transporte, o dinheiro, a vida.
Além
de e absurda, essa prática, atenta contra o MARCO CIVIL DA INTERNET, na medida
em que, ao impedir as pessoas de se comunicarem, confiscam a liberdade de
expressão, e ainda, o direito à propriedade.
Ou
seja, amigos, e depois de décadas, voltamos a viver numa selva. Onde no
desespero de tomar uma parcela qualquer de mercado, comércio e fintechs
ultrapassam todos os limites.
O
que, além de uma estupidez, é de uma burrice monumental.
Para
boa parte das pessoas a quem concederam crédito, o CELULAR é a única esperança
e meio de conseguirem alguma receita, para depois poderem colocar em dia suas
contas.
9 – PERPLEXIDADE
De
repente, e diante de números de supostas pesquisas que voltariam a colocar no
comando do País um bandido julgado e condenado como ladrão e chefe de
quadrilha, vozes das catacumbas voltam a falar em reformar e retornar para trás
as poucas conquistas da reforma trabalhista do governo TEMER.
O
que levaria nosso país para um lugar mais distante ainda, e num passado do qual
muitos países já se livraram a mais de duas décadas.
Parece
que ainda convivemos com pessoas no Brasil que parecem habitar uma outra e
distante realidade, absolutamente insensíveis com o que vem acontecendo com o
mundo muito especialmente nas últimas duas décadas.
No
ano de 1995, isso mesmo, 1995 — quase 30 anos atrás — JEREMY RIFKIN lançava nos
ESTADOS UNIDOS seu best-seller THE END OF WORK, publicado no ano seguinte no
Brasil com o título O FIM DOS EMPREGOS.
Na
página 5 do livro em sua tradução para o português, RIFKIN diz:
“Enquanto
as primeiras tecnologias industriais substituíram a força física do trabalho
humano, trocando
a força muscular por máquinas, as novas tecnologias prometem substituir a mente
humana. Colocando máquinas inteligentes no lugar dos seres humanos em toda a
escala de atividade econômica. Mais de 75% da força de trabalho na maior parte
das nações industrializadas estão desempenhando funções que são pouco mais que
simples tarefas repetitivas. Máquinas automatizadas, robôs, computadores cada
vez mais sofisticados podem desempenhar muitas, se não a maioria, talvez, a totalidade
dessas tarefas…
Isso
significa que, apenas nos ESTADOS UNIDOS, nos próximos anos, mais de 90 milhões
de empregos de um total de 124 milhões serão ocupados por máquinas… WASSILY LEONTIEF,
economista e prêmio NOBEL, advertiu a todos, que, “o papel dos humanos, como o
mais importante fator de produção, está fadado a diminuir, do mesmo modo que o
papel dos cavalos na agricultura foi diminuindo e depois eliminado com a
chegada dos tratores…”.
Mas,
e independente dessa verdade monumental, irreversível e definitiva, continuamos
lendo nos jornais do Brasil, em 2022, dar uma marcha-à-ré na tímida REFORMA
TRABALHISTA de poucos anos atrás.
SOCORRO!
10 – FALTOU COMBINAR COM O MUNDO
Tudo
bem, o tsunami tecnológico é uma realidade absoluta e definitiva e
irreversível.
Que
no médio e longo prazo só terá sido responsável pelo progresso, desenvolvimento
e qualidade de vida.
Mas,
e antes de melhorar e muito, piora, muito especificamente determinados
territórios, e,
repito, piora muito.
Assim,
e diante de um novo mundo em processo de construção que muda radicalmente todos
os processos de compra, que desloca os eixos de toda a produção global, os
sistemas de logísticas e distribuição mais que perfeitos para um mundo antigo,
e onde pouco se comprava a distância, carecem de sucateamento radical e
urgente.
Claro,
desde que exista uma nova solução pronta e acabada hoje, o que de verdade não
acontece. E em meio a essa disrupção, a pandemia, e o caos generalizam-se.
Conclusão,
no território da logística global, o preço dos fretes vai às nuvens.
Especificamente
em nosso país, onde nos tornamos um grande comprador de praticamente tudo a
distância, muito especialmente de países do outro lado do mundo, a gravidade da
situação é maior ainda.
Não
apenas para nós, consumidores finais, mas e principalmente para as empresas,
carentes de componentes e matérias-primas.
E
que, óbvio, vai repercutir no preço final dos produtos, e determinando um
agravamento no processo inflacionário que vive o mundo.
Especificamente
no território dos fretes, os preços partiram em direção ao céu. Escalaram!
Para
se ter uma ideia da dimensão do desafio, é suficiente atentarmos para o módulo
básico de transporte marítimo entre empresas e empresas de diferentes países. Antes
da pandemia, um container básico e universal, que mede 20 pés, e que jamais se
aproximou do valor de US$3 mil, sempre entre US$2 e US$2,5 mil, hoje custa US$11,2
mil. Uma alta de praticamente cinco vezes.
Mais
ou menos como se de janeiro de 2021 para janeiro de 2022, aquela mesma corrida
de táxi que pagávamos R$20,00, passasse a custar, R$100,00.
É
isso, amigos.
E
se o transporte custa 5 vezes mais, de alguma forma, parte desse aumento irá
bater obrigatoriamente no preço dos produtos.
E
quanto a isso, não há o que fazer.
Respirar
fundo, esperar o mundo recuperar seus níveis de abastecimento para só então, e
gradativamente, os preços retornarem próximos dos preços de janeiro de 2020, e
a inflação mergulhar em declínio.
Até
lá, respirar fundo, repito, e procurar sobreviver.
DRUCKER´S MONTHLY
Hoje, nosso adorado mestre e mentor PETER DRUCKER faz importantes considerações sobre os chamados LÍDERES CARISMÁTICOS. Diz o mestre:“Ter carisma está na moda. Fala-se muito sobre, e uma grande quantidade de livros a respeito de líderes carismáticos vem sendo publicada. Na política, a ânsia pelo tal de carisma tem se revelado fatal. Nenhum século viu mais líderes carismáticos do que o século XX. E nunca os líderes políticos fizeram um mal maior que os chamados gigantes do século XX: Stalin, Mussolini, Hitler e Mao. Em verdade, não é o carisma que importa. O que importa é se o líder conduz na direção certa, ou na direção errada.
As
conquistas construídas no século XX foram obras de pessoas absolutamente sem
carisma. Os dois militares que conduziram os Aliados à vitória na Segunda
Guerra Mundial foram Dwight Eisenhower e George Marshall. Ambos altamente
disciplinados, altamente competentes e brutalmente chatos; carisma zero…
Entre capazes e carismáticos, opte pelos primeiros”.
E,
nós, consultores da Madia, completamos, e repetimos,
“Entre capazes e carismáticos, opte pelos primeiros; SEMPRE!”