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Negócio

Em fim, a solução do trânsito, sem passar pelas ruas. Ao mesmo tempo, a desertificação de áreas das cidades.

Quem diria, um dia, a Berrini virando uma longa avenida abandonada, quase sem carros. Não estamos distantes. 50 anos atrás Peter Drucker manifestou sua perplexidade de testemunhar nas maiores cidades do mundo milhares de pessoas pesando 90 ou mais quilos todos os dias levarem duas horas para ir e outras duas para voltar do trabalho, se tudo o que as empresas precisavam era de seus cérebros que pesam menos de 2 quilos. Esse dia chegou. O trabalho a distância, para 80% das situações, é a nova e definitiva realidade, e assim, silenciosa, mas de forma acelerada, as grandes áreas das principais cidades do mundo onde habitavam as empresas e seus milhões de colaboradores mergulha em processo de irreversível desertificação. Meses atrás, matéria do The New York Times é mais que reveladora dessa nova realidade. Naquele país, em muitas cidades, existem parques ou regiões com grande concentração de empresas. Espécies de centros administrativos, como temos em São Paulo. Em alguns deles, e mesmo que ainda a pandemia não tenha terminado totalmente, a ficha não tenha caído para todas as empresas, mais de 85% dos escritórios já foram desocupados, para não usar a palavra… Abandonados. Na matéria o The New York Times cita o campus arborizado de Wayne, onde uma Toy R Us concentrava parcela expressiva de seu capital humano. 85% abandonado! As vagas para estacionamentos de automóveis que obrigavam as pessoas a levantar mais cedo para garantirem-se, Vazias. No refeitório, meia dúzia de gatos pingados. Ao invés de comidas para milhares, nos melhores dias, para centena. Sim, muitas pessoas, com o trabalho a distância, realizam o sonho agora possível de morarem distante, no interior, no campo, na praia. Já as empresas não só não acompanharam essas pessoas, como migraram para as Nuvens… Empresas e trabalho nas nuvens, pessoas a distância, escritórios vazios a caminho irreversível em direção ao abandono… Por mais que os teimosos insistam em não encarar a nova realidade…